Cante Alentejano celebra 10 anos como Património da UNESCO com várias atividades

(Fotografia: DR)
Concertos, missas cantadas, apresentações de livros, exposições, conversas, vinho e gastronomia marcam as celebrações dos 10 anos do Cante Alentejano como Património Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO. De outubro a dezembro, as atividades espalham-se por 12 municípios alentejanos e por Lisboa.

O processo de candidatura começou a ser trabalhado ainda em 2011 mas foi há dez anos, em novembro de 2014, que o Cante Alentejano foi reconhecido pela UNESCO como Património Cultural Imaterial da Humanidade. A data redonda serve agora de alavanca para comemorações alargadas no Alentejo – e algumas na capital – somando-se dezenas de atividades espalhadas pelo último trimestre deste ano, entre concertos, missas cantadas, apresentações literárias, exposições, iniciativas de ruas ou colóquios, alguns destes com vinho e gastronomia à mistura.

“Este percurso de dez anos fez com que o Cante Alentejano se transformasse num símbolo do que é a cultura e a identidade do Alentejo. Hoje, não só é uma herança cultural, não só é uma tradição, mas uma projeção daquilo que a região quer fazer”, explicou José Manuel Santos, presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, durante a apresentação do programa de festividades, que arranca este fim de semana, e se prolonga até dezembro.

Sobre a manifestação popular, cultural e social que nos dias de hoje está de parabéns, o responsável acrescenta: “O Cante Alentejano, com as suas harmonias vocais que ecoam os campos e tradições do sul do País, é mais do que um género musical. É um elo cultural que une gerações, transmitindo valores de solidariedade, comunidade e memória coletiva. A classificação pela UNESCO, há 10 anos, foi o reconhecimento internacional da sua relevância e da necessidade de preservação de uma prática que, apesar de antiga, se mantém viva nos dias de hoje”.

O Cante Alentejano foi inscrito na lista de Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO a 27 de novembro de 2014. (Fotografias: DR)

Em Serpa, município representativo do cante, destaque para a apresentação do livro “10 Anos de Cante”, da fotojornalista Ana Baião, no Museu do Cante Alentejano, dia 12 de outubro, pelas 17h; ou para a exposição de pintura de Andrew Smith sobre as Santas Cruzes e Jordões, com participação de um grupo coral, dia 9 de novembro, pelas 17h, no mesmo museu. Em Beja, por exemplo, inaugura-se a exposição de pintura “EmCante”, de Joaquim Rosa, no Centro UNESCO, dia 25 de outubro, pelas 18h30; segue-se uma missa cantada na Sé de Beja dia 17 de novembro pelas 10h; e assiste-se a um desfile de grupos corais pelas ruas pedonais, dia 7 de dezembro, a partir das 17h30.

Mourão presta uma homenagem ao cante com um encontro de grupos corais no seu Cineteatro Municipal, dia 24 de novembro, às 16h30. Em Cuba, o Centro Cultural acolhe um encontro de grupos corais deste concelho (dia 27 de novembro, às 21h), a apresentação do filme “Cante Alentejano da Cuba” e um espetáculo sobre o cante alentejano nas escolas (29 de novembro, às 21h); já o Museu Literário Casa de Fialho de Almeida traz a Cuba o colóquio “Cante Alentejano, 10 Anos Depois” (28 novembro, 18h). No Redondo, de 22 a 24 de novembro, o Parque de Freiras acolhe o festival Vinho & Artes, que juntará o cante aos vinhos e cozinha da região. Já em Pias, a 22 de novembro, pelas 18h, apresenta-se o projeto museográfico da Taberna dos Camponeses.

Lisboa não fica de fora das comemorações, com o espetáculo “Encanto Sinfónico” a 3 de novembro, pelas 19h, que leva os 11 grupos de cante do concelho de Serpa ao Coliseu de Lisboa, acompanhados pela Banda Filarmónica de Serpa e outros músicos convidados. Estas e outras atividades alusivas aos 10 anos do Cante Alentejano como Património da UNESCO já podem ser consultadas na íntegra online.

A apresentação das comemorações decorreu esta terça na Casa do Alentejo, em Lisboa.




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