BTL 2022: a Polónia quer conquistar Portugal

A cidade polaca de Lublin. (Fotografia: DR)
A Polónia regressou à BTL com a retoma do turismo, para conquistar Portugal. Apesar da guerra entre vizinhos. A pensar no futuro.

Sim, é o momento mais estranho para a Polónia se vender como destino e isso é assumido. Tem o vizinho em guerra e os braços abertos às vítimas que dela fogem. Está, como sói dizer-se em linguagem turística, “fully booked”. Mas é o momento que, para Agata Wiltoslawska, diretora do Turismo da Polónia para Portugal e Espanha, deve servir de alavanca para o futuro. E para apelar ao retorno da solidariedade.

O país está em força na Bolsa de Turismo de Lisboa porque era uma aposta já antes da pandemia, quando precisava de captar portugueses para além do turismo que ia em busca dos passos de João Paulo II.

Em 2019, uns escassos 70 mil portugueses escolheram a Polónia, entre milhões de turistas de todo o Mundo. Agata não quer mais falar em números. “Tudo muda tanto”, com a pandemia, com a guerra na Ucrânia, “temos que mudar de perspetiva e reeducar os turistas europeus, pô-los a pensar no nosso continente”.

Toruń, património mundial da UNESCO. (Fotografias: DR)

Trata-se de apelar à viagem na Europa, toda, “porque Portugal também precisa de turistas europeus”. Trata-se de dizer, simplesmente: “Lembrem-se da nossa solidariedade com os refugiados, traduzam essa solidariedade num apoio à Polónia”.

E a Polónia é o quê? São cidades monumentais como Cracóvia, em primeira mão, Varsóvia e Gdansk ou Breslávia. São 17 sítios classificados pela UNESCO, uma cervejaria tradicional que usa a energia gerada por computadores, produtores locais e produtos regionais, a região dos mil lagos ou os pulmões de Varsóvia, uma surpresa no extremo leste da Europa, as cidades mais verdes do velho continente.

O Castelo de Malbork, na Polónia.

“Depois da tempestade há sempre bonança, pensem que a Polónia está ali”, diz Agata, que explica uma das lições da pandemia: a aposta no turismo ativo, no contacto com a Natureza, nos desportos aquáticos. “O turismo sustentável é um projeto gigantesco feito de pequenos detalhes.”

A conversa regressa inevitavelmente ao conflito que está a deixa a Europa em suspenso. Agata só espera que “desapareça muito rapidamente” e seja substituído pela solidariedade europeia. E diz-se feliz. Esta quarta-feira de manhã, o presidente da República português visitou o stand da Polónia na BTL. O que disse? “Obrigado”. Pelo que a Polónia está a fazer, por estar aqui. “É dessa abordagem que precisamos.”




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