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Beja: na aldeia de Trindade cabe o mundo, graças aos brinquedos do PIÃO

Coleção particular soma já mais de 4000 peças; dessas, pouco mais de 200 estão expostas. (Fotografia: DR)

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Francisco Janeiro, de 68 anos, já em miúdo tinha especial queda para brinquedos e colecionismo. Ao ponto de guardar “a pratinha dos chocolates de Natal” e se obrigar a comer farinha Amparo “só para ter o brinquedo que estava lá dentro” (o brinde tanto podia ser um carrinho como uma chávena de plástico). Depois cresceu e passou a comprar ele os brinquedos – por exemplo, na Feira da Ladra -, aceitando ainda, com agrado, aqueles que lhe ofereciam (e continuam a oferecer) os amigos.

O resultado foi uma coleção que inclui peças portuguesas, algumas da sua infância, mas também de diversas partes do mundo. Ora, para ele, “não fazia sentido ter 3 mil brinquedos em casa, numa arrecadação”. Decidiu disponibilizá-los para que pudessem ser admirados por outras pessoas, e assim nasceu o PIÃO – Núcleo Museológico do Brinquedo da Aldeia de Trindade – Coleção Francisco Janeiro.

Alguns piões são antigos, mas este não é um museu dedicado só aos brinquedos antigos.
(Fotografia: DR)

Aquele pequeno espaço – inaugurado há praticamente um ano, no Dia da Criança – exibe mais de 200 brinquedos da coleção particular de Francisco Janeiro, que continua a aumentar, ultrapassando já as 4 mil peças. Os visitantes encontram desde bonecas de celulóide (“frágeis, partem-se com facilidade”) e automóveis de chapa até mobiliário de madeira em miniatura, serviços de chá e de café, jogos e diferentes versões (algumas antigas) de um mesmo “brinquedo universal”: o pião, que dá nome ao núcleo museológico.

“Fiz questão de que os brinquedos fossem para a Trindade, porque as minhas raízes estão ali”, conta Francisco, um filho da terra – nasceu na casa de taipa da avó, que agora está nas suas mãos, e cujas características quer preservar. Fortes laços emocionais o unem a essa aldeia “com duas ruas”, apesar de ter passado a infância e a juventude em Moura, antes de se mudar para Lisboa. Vida fora, continuou a valorizar a cor, a forma, a estética, até como professor de educação visual, e trabalha até hoje com o escultor e ceramista António Vasconcelos Lapa.

Os carrinhos de lata, cheios de pormenores.
(Fotografia: DR)

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