Serrana e pitoresca, a aldeia de Alte, no concelho de Loulé, deve à ribeira que por ela corre o grande motivo de atração de tantos milhares de visitantes por ano, que enchem as ruas de uma localidade onde apenas residem 1500 pessoas. Considerada por muitos uma das aldeias algarvias mais bem preservadas e com vida própria, independente do turismo sazonal, tem lojas de artesanato, mercearias, cafés com doçaria tradicional, restaurantes e miradouros que só se deixam descobrir explorando as ruas sinuosas.
A piscina natural da Fonte Grande é, para muitos, o chamariz principal. Projeta-se ao longo de 100 metros, ladeada por muros de pedra, e graças à profundidade que não ultrapassa 1,80 metros é segura, não descurando a vigilância de menores. As áreas consideráveis de relva permitem estender a toalha confortavelmente, antes ou depois de um piquenique num dos dois parques de merendas. Além da água da nascente, as faias, carvalhos e choupos frondosos protegem do calor.

(Fotografia de Sara Matos/GI)
Hoje é o lazer que toma conta destas margens, mas não há muito tempo, as mulheres da aldeia usavam a ribeira para lavar a roupa e encher os cântaros de água, tal como acontecia, também, na Fonte Pequena, na época em que ainda não havia serviço de água canalizada. Em 1986, a zona da Fonte Grande ganhou então a piscina e um lavadouro público, o que permitiu pôr fim à poluição da água. Em tempos de seca foi também a Fonte Grande que garantiu o abastecimento humano e agrícola.
Quem for adepto de caminhadas pode explorar vários trilhos a partir desta piscina natural, devendo visitar também a cascata da Queda do Vigário, que nem sempre tem água. Outro dos pontos de interesse encontra-se na referida Fonte Pequena, também equipada com zona de merendas, e onde é possível alimentar famílias de patos.
O que fazer ao redor das margens
Comer no Aurora, em Loulé
Um menu renovado com enfoque nos produtos da costa algarvia e em particular do ecossistema da Ria Formosa é o que o Aurora apresenta a quem passa nesta rua pedonal do centro de Loulé, a meia hora de carro de Alte. Batizado com o nome da avó paterna e decorado ao estilo de uma mercearia antiga, é um restaurante “entre o fine dining e o casual”, nas palavras do chef Vítor Veloso. Waffle de sapateira com salada de tomate picante, muxama de atum, maionese, pó de salsa e salicórnia e um menu de degustação de quatro momentos estão entre as novidades. Preço médio: 40 euros.

(Fotografia de Leonardo Negrão/GI)
Beber aguardente de medronho
João Rafael, um dos produtores de aguardente de medronho na serra do Caldeirão, está mais do que habituado a mostrar a destilaria aos turistas que ali chegam durante os passeios de jipe pela zona de Alte. O processo é dado a conhecer desde a apanha do medronho – entre outubro e novembro – até ao engarrafamento e distingue-se por manter os métodos tradicionais de produção, com destilação feita em alambique de cobre. Além de provar, também se pode comprar a aguardente ali.
Fazer o trilho da ribeira d’Alte
O Trilho da Ribeira D’Alte encontra-se devidamente assinalado no terreno e acompanha o curso da nascente de água que atravessa a aldeia. Trata-se de um trajeto circular, que começa e termina na Fonte Grande de Alte e proporciona vistas panorâmicas e algumas subidas. O percurso tem três quilómetros e é de nível fácil, sendo adequado a famílias. A sinalética recentemente colocada surge no âmbito do Algarvensis Loulé-Silves-Albufeira, aspirante a Geoparque Mundial da UNESCO.

(Fotografia de Filipe Amorim/GI)
Como ir?
De Lisboa, seguir pela A2 e tomar a EN124 em direção a Silves/Messines. Do Porto, seguir pela A1, A13 e A2, tomando depois a EN124.
Acesso a deficientes: sim
Bandeira azul: não
WC e chuveiros: sim
Estacionamento: sim