O Flórida Studio nasceu durante o primeiro confinamento, com a criação e entrega de arranjos e ramos de flores que se destacavam pelo toque algo artístico, experimental. No verão passado, o projeto portuense ganhou um espaço físico, temporariamente, na rua de Cedofeita; e a experiência repete-se, por estes dias, na avenida da Boavista.
Filipa Alves, fotógrafa que esteve ligada à loja Coração Alecrim durante anos, trilha agora um caminho próprio com a sua Flórida Pop Up Store, inaugurada no início deste mês e que deverá manter as portas abertas pelo menos até 31 de dezembro – fazê-la durar além do Natal e do Ano Novo é uma possibilidade.
Na fachada do edifício, ainda se lê o nome Por Vocação, da loja de moda masculina que ali existiu em tempos, mas a oferta atual é bem distinta. Os arranjos de flores secas e preservadas que estiveram na base do Flórida Studio surgem lado a lado com plantas naturais, roupa e acessórios vintage, joias, têxteis, cerâmica, mobiliário, peças decorativas e outros objetos desenvolvidos por artesãos e artistas nacionais – às vezes, em parceria com a casa, resultando em artigos exclusivos.
Entre as peças com a etiqueta Flórida contam-se, por exemplo, vestuário, botins feitos com peles que sobraram de outras coleções, em cores como dourado, azul escuro ou branco, e jarras interpretadas por diferentes ceramistas.
É uma loja moderna e vibrante, que pede tempo para apreciar os seus muitos pormenores e delicadezas, das caixinhas com madrepérola incorporada às figuras de animais em miniatura. Sem esquecer peças que, sendo utilitárias, dão um charme extra à casa. É o caso dos candeeiros de teto de outras épocas, ou dos tapetes e mantas de lã, com diferentes texturas, feitos, em Mirandela, por Fátima Gomes – a tecedeira encarrega-se de tudo até chegar ao produto final, incluindo a fiação.
Filipa cultiva há muito o gosto por objetos vintage, que assim têm a sua vida prolongada. E entende que a sua loja convida a um consumo mais responsável, no sentido em que se adquire peças em segunda mão, logo, reutilizadas, mas também outras feitas para durar, aproveitando materiais que seriam desperdiçados. Podem ser rendas antigas (integradas em guardanapos de linho, ao abrigo de mais uma colaboração), restos de tecidos e até madeiras encontradas na rua, exemplifica. Um dos seus objetivos é, precisamente, “mostrar que é possível comprar menos e com mais qualidade”.
Projetos decorativos
As plantas e flores que estiveram na base do Flórida STUDIO continuam a merecer a atenção de Filipa Alves, que tem em curso projetos de decoração em torno delas.