Entre os muitos atrativos do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), que abarca as serras do Gerês, Amarela, Peneda e Soajo e os planaltos da Mourela e Castro Laboreiro, contam-se a fauna e a flora. Aquela zona montanhosa, tão apreciada pelos amantes da Natureza, caracteriza-se por habitats como os carvalhais, os bosques ribeirinhos, os pinhais, as turfeiras e os matos. Muitas das plantas só existem na Península Ibérica, e algumas têm no PNPG o único lugar de distribuição no país. Também encontram ali casa espécies como o lobo-ibérico, a águia-real, a marta, o lagarto-de-água, a víbora-de-Seoane, a víbora-cornuda ou a narceja, entre muitas outras – inclusive, em perigo de extinção.
Carvalhais
No PNPG há florestas dominadas pelo carvalho-alvarinho (Quercus robur) e pelo carvalho-negral (Quercus pyrenaica). O carvalhal das matas de Albergaria (na fotografia) e Palheiros foi classificado como Reserva Biogenética pelo Conselho da Europa.
Feto-do-gerês
O feto-do-gerês (Woodwardia radicans (L.) Sm.) é uma das espécies com grande valor florístico existentes no Parque. Em Portugal continental, está praticamente circunscrito à serra do Gerês.
Lírio-do-gerês
O lírio-do-gerês (Iris boissieri), planta bolbosa de cores fortes, roxa e amarela, é um exemplo de endemismo ibérico. Cresce em solos pedregosos e fendas de rochas, sobretudo nos matos de altitude da serra do Gerês. A sua colheita irrefletida representa uma ameaça.
Corço
O corço (Capreolus capreolus) é o emblema do Parque, podendo ser encontrado nas serras do Soajo, Peneda, Amarela e Gerês. Constitui uma das presas do lobo.
Lobo-ibérico
Em Portugal, o lobo-ibérico (Canis lupus signatus) ainda é considerado em perigo de extinção. Tem direito a legislação específica, que lhe garante o estatuto de espécie protegida.
Cabra-montês
A cabra-montês (Capra pyrenaica), extinta em Portugal em fins do século XIX, foi reintroduzida no território e tem visto a sua população aumentar.
Narceja
O único local de reprodução conhecido da narceja-comum (Gallinago gallinago), a nível nacional, é o PNPG. Os ninhos são construídos em forma de taça e bem disfarçados no interior de junco. A própria ave é difícil de notar, pela coloração e pela atividade mais crepuscular e noturna.
Lagarto-de-água
As margens das linhas de água são o habitat predileto do lagarto-de-água (Lacerta schreiberi), espécie endémica da Península Ibérica. Alimenta-se de pequenos invertebrados e, pontualmente, de frutos silvestres. Para se proteger de predadores, usa a camuflagem, podendo ainda libertar a cauda.
Memórias dos glaciares
A história geológica do PNPG começou há aproximadamente 400 milhões de anos. Nos cumes das serras restam vestígios dos glaciares, como vales em U, circos glaciários, moreias ou rochas aborregadas.