Passeio pelo Algarvensis, candidato a geoparque que remonta há milhões de anos

A descoberta de uma salamandra pré-histórica lança o convite à visita do Algarvensis, o candidato a geoparque da UNESCO que ocupa um vasto território entre Loulé, Silves e Albufeira, no Algarve.

No período Triásico, há 227 milhões de anos, a atual Rocha da Pena, perto da aldeia de Penina (Loulé) entre a serra e o barrocal, era uma zona de rios e lagos, habitat do anfíbio pré-histórico Metoposaurus algarvensis. “Esta espécie de salamandra gigante com mais de dois metros só foi descrita, até ao momento, nesta região do mundo e publicada num artigo científico pelo paleontólogo Octávio Mateus em 2010”, explica Cristina Veiga-Pires, diretora científica do Algarvensis.

Descoberto numa das vertentes da Rocha da Pena (e cujos ossos de crânio e mandíbula estão expostos no Museu Municipal de Loulé), o fóssil deu o nome ao Algarvensis, um aspirante a geoparque da UNESCO. “Este território reúne o legado de uma história geológica que conta o nascimento de cadeias montanhosas e mares antigos, e se estende desde muito antes de os continentes terem a sua configuração atual, ou mesmo de os dinossauros existirem, até aos dias de hoje”.

Este recuo de milhões de anos convida a descobrir pontos de interesse geológico e ricos em biodiversidade que ocupam um terço do Algarve. No observatório do Pico Alto, em S. Bartolomeu de Messines (um dos 10 geossítios estudados) pode-se observar o vale da falha tectónica de São Marcos – Quarteira, sobre o qual foi construída a A2. Já no Planalto do Escarpão, com um percurso já dotado de sinalética, observam-se vestígios de ambientes marinhos e litorais.

Outra ideia é conhecer o Castelo de Paderne, que além de ser considerado um paradigma da arquitetura militar de taipa do período islâmico ilustra bem uma das outras áreas abrangidas pelo Algarvensis. O objetivo do aspirante a geoparque da UNESCO, em que participa a Universidade do Algarve, é valorizar também o património arqueológico, natural, gastronómico, cultural e social dos municípios de Loulé, Silves e Albufeira, numa lógica de turismo sustentável.

 

Aspirante a Geoparque Algarvensis
Loulé, Silves e Albufeira



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