Isabel Costa era diretora de um jornal regional quando o semanário encerrou. De seguida, trabalhou numa cadeia de fitness. Até que, aos 50 anos, decidiu criar o seu emprego e fazer algo que lhe desse prazer.
A chave foi a quinta que herdara, em São João de Loure, Albergaria-a-Velha, e onde foi criando, desde há cinco anos, o turismo em espaço rural Vale da Silva Villas. Hoje, os hóspedes podem escolher entre seis casas, com diferentes tipologias e decorações, prontas para receber duas a seis pessoas.
Uma das mais concorridas é a Casa da Árvore, construída pelo marido de Isabel, Paulo Pereira, que começara por fazer uma para os filhos brincarem. A estrutura de madeira, à qual se sobe por uma escada, dista do solo pelo menos três metros. Tem uma pequena varanda (à qual é preso um balde para transportar objetos), cama de casal, mesa, cadeiras e televisão. À parte, ficam casa de banho e zonas de descanso.
A casa da árvore, com capacidade para duas pessoas, é das mais procuradas.
Fotografia: Maria João Gala/GI
As outras opções de alojamento são dois quartos, um duplo e um triplo, na Casa da Avó; a Casa de Cima, antigo armazém agrícola; a Casa do Fundo, que se distingue por ser envidraçada; a Casa Branca, nascida de uma casa de caseiros em ruínas; e a Casa de Madeira, um bungalow que, à semelhança da construção na árvore, tem as mãos de Paulo.
Uma sétima casa, também de madeira, deverá ficar pronta ainda neste verão. A estadia mínima é de três noites, com exceção dos quartos e da casa na árvore, onde se pode ficar apenas uma.
A propriedade dispõe ainda de duas piscinas, acessíveis a todos os hóspedes, bicicletas de uso gratuito, espaços verdes e pormenores sedutores, desde paredes decoradas com pratos coloridos até sofás e camas de rede. Nem lhe falta um lago com patos.
Entre os residentes contam-se ainda cães, gatos, tartarugas, cavalos, ovelhas e cabras, que os responsáveis pela quinta conhecem pelos nomes, e alguns deles resgatados do abandono. Por ali andam, por exemplo, a gata Becas, a égua Melissa ou João, um bode anão.
Os animais são um dos atrativos da quinta.
Fotografia: Maria João Gala/GI
Para algumas crianças que ali chegam, é o primeiro contacto com animais, nota Isabel, que recebe clientes de várias nacionalidades – a maioria vive em apartamentos nas grandes cidades, tem filhos pequenos e procura passar as férias num lugar inserido na natureza. «Aqui, acorda-se com os galos, as galinhas, os pássaros; é para desligar», diz. Isto apesar de haver internet e TV Cabo, pois não se abdica do conforto.
Muitos hóspedes ficam por longas temporadas e aproveitam para passear pelo país tendo no espaço Vale da Silva Villas a sua base. Num salto estão em Aveiro ou Águeda, por exemplo. Nas despedidas, em regra, há «selfies e muitos risos» – por vezes, até lágrimas, conta Isabel, dona de uma gargalhada que bem pode deixar saudades.
Comer na casa da sogra
Uma das novidades mais recentes é a Casa da Sogra, um restaurante de comida tradicional portuguesa, com menus infantil e vegetariano, aberto a hóspedes e não só. Carece de reserva.
Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.Leia também:
Águeda: três sítios para ficar a conhecer a cidade
Passadiço de Aveiro: Descobrir os encantos da ria a pé
5 bares para uma noite com sabor a sal em Aveiro
