É uma loja de joalharia contemporânea, numa cidade onde a ourivesaria é tradição. Mas ninguém parece estranhar a diferença. A “Adorn” de Liliana Gonçalves, que assina a marca “Lia Gonçalves”, situa-se na Rua Manuel Espregueira, número 93, inclui oficina e galeria, além de espaço de venda ao público, e até nem aposta em peças em ouro (só por encomenda).
Trabalha com prata e materiais alternativos, mais ou menos efémeros, alguns completamente surpreendentes. Desperdícios industriais, borracha, latão, porcelana ou celulose bacteriana (composto orgânico produzido por bactérias já aplicado à moda, cosméticos, setor alimentar e medicina). Neste último caso, o material degrada-se com o tempo, mas a jóia que inclui outros componentes, adquire novas formas e mantém a sua função original.
Conta a joalheira de 34 anos, cuja marca “Lia Gonçalves” já existe há dez , que a maioria das suas coleções inspiram-se muito no “sistema solar” imaginário da sua infância. As jóias são corpos celestes.
A sua coleção mais recente, que surgiu durante o confinamento e a que deu nome de “Coleção novelo”, vai buscar o design dos novelos e do enrolar dos fios pelas mães. E que o enovelado, também remete para o emaranhado dos pensamentos e da própria vida. As peças parecem inacabadas. “O público aprecia o conceito e não o material”, afirma a designer de joalharia, que também recebe nas sua loja coleções de outros autores não menos arrojados. Imagina, jóias em latão e cimento? A “Adorn” vende. Assim como objetos de decoração, cerâmicas e ilustrações, de criadores de Viana do Castelo.
Pulseiras, colares, brincos e escravas, há peças para todos os gostos e os preços oscilam entre 13 e 600 euros. O cliente também pode assistir a trabalho ao vivo de criação e restauro de peças das joalheiras Ana Correia e Alexandrina Saraiva. E ainda visitar uma exposição de arte temporária.
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