A eclética rua de Campo de Ourique que foi a última morada de Pessoa

A eclética rua de Campo de Ourique que foi a última morada de Pessoa
Mercearias, restaurantes, jogos, decoração, roupa, esplanadas e um mercado onde cabe de tudo um pouco: versatilidade é chave na Rua Coelho da Rocha, onde Fernando Pessoa viveu nos últimos 15 anos de vida.

É uma das mais longas artérias de Campo de Ourique e atravessa uma boa porção do bairro. A eclética oferta que a Coelho da Rocha oferece a quem aqui vive e visita, torna-a numa das paragens obrigatórias quando o programa se trata de um passeio a pé por esta zona lisboeta: de mercearias a restaurantes de variadas inspirações, cafetarias, jogos de escapismo, talhos, esplanadas, lojas de plantas, decoração e costura, não esquecendo, claro está, um dos seus principais inquilinos: o mercado que veio dar nova vida ao bairro, há cinco anos.

Noutros tempos, era outro, contudo, o grande protagonista desta rua, que mantém ainda a traça antiga dos seus edifícios, maioritariamente em tons verdes, rosas, cinzentos e brancos. Corria o ano de 1920 quando Fernando Pessoa se mudou, com a sua família, para o 1.º Direito da porta 16 da Coelho da Rocha. Uma referência que se torna ainda mais especial uma vez que esta residência, a sua 18.ª, foi a última que teve até dias antes da sua morte, no final de novembro de 1935. O número 16 é hoje povoado pela Casa Fernando Pessoa, que junta museu, biblioteca, visitas guiadas, restaurante e esplanada nas suas traseiras. Uma homenagem que não deixa esquecer a passagem de um dos poetas-maiores da nossa literatura por esta rua.

 

Hikidashi – Taberna Japonesa, 20A
O nome significa “gaveta”, ou não se sentassem um máximo de 22 a 24 pessoas neste pequeno restaurante japonês, assente no conceito de uma izakaya, as tabernas japonesas. Pelo balcão de madeira surgem propostas ligadas ao sushi mais tradicional, além de peças de sashimi, petiscos e robata, a grelha japonesa em carvão. Agnaldo Ferreira, o principal sushiman do espaço, trabalha diariamente com cerca de 10 peixes da nossa costa – dourada, robalo, atum, pregado, cavala e lírio dos Açores estão disponíveis quase sempre. Para acompanhar, há dezenas de referências de sake e cervejas japonesas. Das 12h30 às 15h e 18h30 às 23h30. Encerra segunda. Preço médio: 35 euros

(DR)

Bistro Bicho Mau, 21A
A sazonalidade é a principal motora do espaço e é por isso que a carta é curta mas variada. Na cozinha de autor que o casal Rita Gama e Tomás Rocha trouxe até Campo de Ourique na primavera passada, saem hoje em dia propostas como croquetes de sapateira e maionese de algas; tártaro de maronesa; peixe branco fumado com queijo São Jorge e picles; ou um creme brullée de banana, queijo e crumble de canela. O resultado de uma parceria que já tinha dado frutos na cozinha da Cevicheria, de Kiko Martins, onde o casal trabalhou. A dimensão pequena do bistro torna-o acolhedor, ainda mais nos dias frios que correm. Das 12h30 às 15h00 e das 19h30 às 22h30. Domingo, das 12h30 às 16h00. Encerra segunda e terça. Preço médio: 25 euros

 

Safarka Escape Room, 35
Ciência e aventura são os principais ingredientes desta “jornada”, que é o mesmo que dizer “safarka” em somali. Neste que é um dos raros escape games na capital com atores reais envolvidos, que abriu em Campo de Ourique há dois anos e meio, os jogadores têm a missão de descobrir cinco pedras preciosas, que se acredita terem capacidades transcendentes, que estão espalhadas pela casa, resolvendo enigmas e seguindo pistas. E se nível de dificuldade é médio, o da adrenalina é alto. Das 09h30 às 21h30. Não encerra. Preço: 75 euros por grupo (de duas a cinco pessoas).

(António Pedro Santos/Gl)

Maria Granel, 37
Depois de se tornar num caso de sucesso em Alvalade, pelas mãos de um açoriano e uma minhota, esta que é a primeira mercearia biológica a granel em Portugal estendeu-se a uma segunda morada, em Campo de Ourique, há cerca de dois anos. O primeiro piso deste espaço, assente numa lógica ecológica e sustentável, de desperdício zero, é dedicado à alimentação vendida a peso, com cereais, frutos secos, farinhas, compotas, ervas, azeites e mel, enquanto que o piso superior foca-se nos acessórios e produtos de higiene, também naturais. Das 10h00 às 19h30. Encerra domingo.

(DR)

O Moço dos Croissants, 91
Desde o tempo em que a massa fica pronta até entrar no forno, estes croissants passam por um processo de fermentação lenta de 60 a 72 horas. Não há quem não conheça o Moço dos Croissants, que Manuel Perestrelo abriu depois de se inspirar, em viagem, numa pastelaria a 60 quilómetros de Paris. A manteiga é um dos segredos na confeção do produto, importada de França e extra seca. Todos os dias, vendem-se cerca de 500 estaladiços croissants, dos doces aos salgados, simples ou caramelizados, e com recheios para todos os palatos: de queijo brie e cogumelos a chocolate, mascarpone e frutos vermelhos ou doce de ovos. Das 09h00 às 19h00. Não encerra. Preço: croissants recheados desde 2,20 euros.

(DR)

Mercado de Campo de Ourique, 104
Se ao almoço e jantar o food court lidera as atenções, com petiscos, hambúrgueres, um bar de húmus, cozinha mexicana e italiana, marisco e carne na grelha – ofertas do leque de duas dezenas de restaurantes que ali estão, durante todo o dia compra-se peixe e carne, fruta e legumes, flores, ao lado de uma barbearia, costureiras e zona lúdica e infantil. A programação do mercado, que celebrou recentemente cinco anos desde que sofreu uma valente renovação, e trouxe nova vida ao bairro, inclui ainda concertos ao vivo, provas de vinho e outras atividades. Das 10h00 às 23h00. Sexta e sábado, até às 01h00. Não encerra.

(Paulo Spranger/Gl)

Padaria da Esquina, 108
Todos os dias, a montra da padaria de Vítor Sobral mostra o trabalho feito, horas antes, nos bastidores, em Sete Rios, onde saem pães e bolos, com longas fermentações e sem aditivos. Do forno elétrico saem variedades de pão, feito com massa-mãe, que atua como fermento natural, entre 24 a 48 horas: há de trigo, centeio, trigo integral e nozes, broas de molho branco, milho doce e centeio, ou do tipo alentejano, entre outros, com Mário Rolando e uma equipa de cinco elementos ao comando. É assim desde o verão de 2018, quando abriu portas esta Padaria da Esquina, na qual também cabem sanduíches, enchidos. queijos DOP e artigos de pastelaria como bolo de arroz, croissants, madalenas e pães de Deus. Das 08h00 às 20h00. Domingo, das 09h às 16h. Encerra segunda.

(Jorge Amaral/Gl)

 

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