A arte de entrelaçar fios brilha no novo Museu da Filigrana de Gondomar

O novo Museu Municipal da Filigrana fica na Casa de Gramido, em Gondomar. (Fotografia de Pedro Granadeiro/GI)
Na Casa Branca de Gramido, mesmo em frente ao Douro, abriu o Museu Municipal da Filigrana de Gondomar, onde se dá a conhecer a história desta arte manual que continua bem viva no concelho.

Desde o dia 20 de maio, a história da filigrana em Gondomar conta-se na Casa Branca de Gramido. Oficialmente, leia-se, porque ali “já havia uma pequena exposição, que foi melhorada ao longo do tempo, até se justificar abrir o Museu Municipal da Filigrana de Gondomar”, conta Daniel Martins, responsável pelo núcleo de turismo da autarquia.

A grandeza deste pequeno museu, dividido em três salas, e com zona de venda, reside na história e nas peças ali expostas, podendo uma visita guiada demorar uma hora, ou mais, conforme o interesse do grupo.

Daniel conta que foi a exploração mineira do ouro naquela terra, desde o Período Romano, que impulsionou o fabrico de joalheria em Gondomar, tendo a filigrana ganhado um lugar de destaque entre as criações dos ourives locais. “As técnicas são as mesmas há 100/200 anos. E não há fábricas de filigrana, as oficinas são quase sempre em casa dos ourives”, refere, acrescentando que alguns desse ourives são já sexta geração.

(Fotografia de Pedro Granadeiro/GI)

Pelas salas observam-se instrumentos antigos como o banco de puxar fio, o cilindro de chapa, a mesa de polir, a mala de ourives, e peças especiais, como “o maior coração de filigrana do mundo”, um vestido desenhado por Micaela Oliveira, adornado com filigrana do ourives Arlindo Moura, um intricado porta-jóias, uma coroa e uma réplica da Torre de Belém.

A curiosa relação entre a filigrana e a série “La Casa de Papel” também está representada no museu, numa fotografia de Cecilia Krull – a voz do tema de abertura da série -, atual embaixadora da Filigrana de Gondomar, e num trailer onde se vê Úrsula Corberó (“Tóquio”) a receber uma peça única produzida em Gondomar, oferecida pela produção da série.

Em querendo-se, a experiência é enriquecida com a visita a uma de oito oficinas pertencentes à Rota da Filigrana (com marcação prévia de três dias).

 

O MUSEU EM DETALHE

As várias fases da filigrana

Os desenhos observados nas peças de filigrana são feitos recorrendo a fios de 0,22 mm torcidos dois a dois e, posteriormente, achatados. Depois de o filigraneiro dar forma à armação, as enchedeiras preenchem os espaços vazios com o fio já torcido, com um ou mais modelos de enchimento, como “SS”, escamas ou espirais.

(Fotografia de Pedro Granadeiro/GI)


Um coração gigante

Com 13 kgs e 1,20 metros de altura, aquele que é, segundo a Câmara Municipal de Gondomar, o maior coração em filigrana do mundo, foi apresentado em 2018, e juntou 12 oficinas gondomarenses na sua produção. O desenho é da autoria do professor Paulo Martingo. Esteve em exibição no Pavilhão de Portugal, na ExpoDubai, durante os últimos meses.

(Fotografia de Pedro Granadeiro/GI)


Livro de assombros

As páginas escurecidas pelo tempo revelam a antiguidade de um “livro de assombros” em exposição. Era nesse mesmo livro que o filigraneiro registava o desenho e outros detalhes de uma peça, para facilitar a produção de peças iguais no futuro.

 

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