3 maneiras de descobrir as vinhas e os vinhos do Dão

A Santa Castta é uma empresa de enoturismo que organiza passeios pela região. (Fotografia: Maria João Gala/GI)
Desde o ano passado que é mais fácil partir à descoberta da região vinhateira do Dão, à boleia da Santa Castta. A empresa de enoturismo criada por Luís Amaral promove passeios, visitas e experiências ao redor do vinho, da vinha e das pessoas que o fazem.

Devolver ao Dão a notoriedade que este merece. Atrair visitantes e dar a conhecer os encantos dessa região vinhateira – a primeira região demarcada de vinhos não licorosos do país, a completar 111 anos – foi o que levou Luís Amaral a criar, em 2018, a Santa Castta. É a primeira empresa de animação turística na região, focada – não fosse o nome já sugestivo – em experiências ao redor do vinho e da vinha, que promovem a descoberta do território.

«O Dão ainda é uma criancinha nesta coisa do enoturismo», lança Luís. «Mas acredito que fazendo parcerias vamos conseguir vender o Dão como região e não quinta a quinta». Daí que a maioria dos programas inclua circuitos por várias quintas e vinhedos, para conhecer melhor aquela que é uma região privilegiada, protegida pelas serras do Caramulo, da Estrela e o Maciço da Gralheira, e berço de bem-aventuradas castas, como o Encruzado e o Touriga Nacional.

Vindimas no Dão (Fotografia: Maria João Gala/GI)

«Passamos um momento menos bom há 25, 30 anos, mas agora voltamos a ser reconhecidos pela qualidade dos nossos vinhos e é a altura de trazer pessoas cá», defende Luís. Para tal, os programas de enoturismo do Santa Castta incluem passeios de todo-o-terreno pelos vinhedos, com visitas guiadas e provas de vinhos, e experiências como piqueniques na vinha, produção do próprio vinho e até passeios de avião para ver a paisagem a partir das nuvens. Um leque de oportunidades para partir à descoberta.

1. Passear de jipe entre os vinhedos

A Santa Castta organiza passeios guiados de jipe num circuito circular por várias sub-regiões do Dão, por trilhos apenas acessíveis num veículo todo-o-terreno, que atravessam vinhedos embrenhados na paisagem. Os programas podem ter a duração de meio dia ou de um dia completo (com almoço) e incluem visitas a quintas e adegas, com provas de vinhos, pois claro.

Algumas quintas a visitar:

Quinta dos Cedros

Na Quinta dos Cedros sente-se o ambiente caloroso de uma casa de família logo ao chegar. Por culpa de Susana Mendes, a anfitriã, que não esconde o gosto em receber visitantes na sua propriedade, um excelente ponto de partida para tomar pulso à região. Trata-se de um projeto familiar, focado no enoturismo, e em matéria de vinhos só mesmo quem visita a quinta tem o privilégio de os provar. «90% das nossas uvas são vendidas e o restante é que usamos para produzir vinhos próprios que só estão disponíveis para os nossos enoturistas», explica Susana. O Sandinus branco – um monovarietal de Encruzado -, o tinto de Touriga Nacional, e, não estivesse já esgotado, estaria também entre os rótulos um rosé. As provas são acompanhadas «pelos sabores do antigamente», com enchidos caseiros e pão ainda quente. Tudo feito por Susana na antiga cozinha da casa, onde as panelas de ferro ainda têm lugar ao fogo da lareira. «O meu maior prazer é quando as pessoas me dizem que as fiz recordar o tempo dos pais e dos avós», confessa.

Soito Wines

É um projeto com uma história bem recente, mas que nem por isso tem menos para contar. Focado no vinho e na vinha, já deu provas de sucesso, com vários vinhos premiados em concursos nacionais. A Soito Wines nasceu em 2013 pelas mãos de dois professores que se deixaram apaixonar pelas potencialidades da região. «Tínhamos vinhas de qualidade que tinham de ser trabalhadas de forma séria», conta Sandra Soares, que juntamente com o marido, José Carlos, se lançou no mundo da viticultura. Ao início com os 7 hectares de vinha que rodeiam a propriedade adquirida pela família, e que depressa foram aumentados com a compra de novas parcelas. Atravessando a estrada que serve a quinta, encontra-se a loja e sala de provas da Soito Wines, e também a adega, onde acontece toda a produção. É lá que estão guardados alguns segredos ainda desconhecidos do mercado. Vinhos que prometem exprimir a excelência e longevidade que o Dão permite, como é o objetivo do casal. «Se todos trabalharmos para isso a região vai ter outra notoriedade no futuro», defende Sandra.

2. Fazer o seu próprio vinho

Aos passeios de jipe é também possível juntar uma experiência que torna tudo ainda mais especial. «O enólogo sou eu» é um programa que permite ao visitante desvendar os segredos da enologia, através da produção e engarrafamento de duas garrafas de vinho, a partir de um blend feito pelo próprio, com acompanhamento técnico de um enólogo e com rótulo personalizado.

3. Ver o Dão a partir das nuvens

Depois de explorar o território por terra é tempo de ver a paisagem do alto, num passeio de avião ultraleve que sobrevoa parte da Região Demarcada do Dão, passando também pela cidade de Viseu. A partir das nuvens o cenário tem outros contornos, retalhado por manchas de vinhedo rodeadas de olival.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.




Outros Artigos





Outros Conteúdos GMG





Send this to friend