21 ideias para poupar em 2023

Mercearia 100 Saco, no Porto. (Fotografia de Artur Machado/Global Imagens)
O tempo não está para desperdícios. E não está, sobretudo, para desperdícios dos inúmeros descontos, promoções, pechinchas e atividades gratuitas que nos rodeiam, muitas vezes sem que deles tenhamos plena consciência. Do pequeno-almoço ao copo ao fim do dia e ao jantar, da roupa ao calçado (não esquecendo os vestidos de casamento), dos livros e dos discos aos espetáculos ao vivo e à atividade física, encontra nas páginas que se seguem uma vintena de formas de fintar o temporal da inflação. São sugestões e alternativas para ganhar a batalha pela qualidade de vida em 2023.

Oito ideias para poupar em comida e bebida

Salvar produtos perto do fim do prazo da validade ou ir jantar fora e levar a garrafa de vinho são algumas ideias de poupança, para ganhar a batalha pela qualidade de vida em 2023.

(Fotografia de Ella Olsson/Unsplash)

1 | Aproveitar menus de almoço para conhecer cozinhas de luxo

Os menus executivos são muitas vezes uma forma de entrar em contacto, a preços mais acessíveis, com o trabalho de alguns dos mais importantes chefs do momento. No Auge, restaurante no 19.º piso do Porto Palácio Hotel, André Silva (ex-Largo do Paço), atualmente chef de todos os restaurantes do grupo Editory Hotels, propõe uma abordagem com criatividades aos produtos nacionais. O menu muda semanalmente e custa 25 euros por pessoa, com entrada, prato principal (peixe, carne ou vegetariano), sobremesa, bebida e café com petit fours. Na versão de 22 euros, escolhe-se entre a entrada ou a sobremesa. Igualmente nas alturas, mais concretamente a 76 metros de altitude e com uma vista desafogada sobre o rio Tejo, provam-se as criações do chef transmontano Fábio Alves, no SUBA. O restaurante do Verride Palácio Santa Catarina disponibiliza um menu executivo, de segunda a sexta, que inclui um couvert de boas-vindas, duas opções de entrada, prato principal, sobremesa, uma seleção de petit fours e café, por um valor de 30 euros, sem bebidas.

Auge
Porto Palácio Hotel & SPA
Av. da Boavista, 1269, Porto
Das 12h às 24h. Não encerra.
Preço médio: 22 a 25 euros/pax

Suba
Verride Palácio de Santa Catarina
R.de Santa Catarina, 1, Lisboa
Das 12h30 às 15h e das 19h às 22h. Não encerra.
Preço médio: 30 euros/pax (sem bebida)

2 | Beber um copo na happy hour

Não sendo novidade, vale a pena recordar que beber um copo ao final da tarde fica mais em conta graças às happy hours praticadas por bares, cafés e hotéis, que tanto oferecem bebidas como descontos. O sofisticado Uptown Bar, no InterContinental Lisboa, apresenta uma carta especial para este momento, que ali acontece de segunda a sexta, entre as 18 e as 20 horas. Na compra de um cocktail ou de um gin, e de um “signature dish”, que tanto pode ser ceviche de robalo do mar ou crocante de alheira com maionese picante, é oferecida uma surpresa doce. Já o bar O Bom, o Mau e o Vilão, em Lisboa, oferece um desconto de 25% nos cocktails, vinhos e cervejas, entre as 19h e as 21h. No Porto, no Vogue Café bebem-se dois cocktails pelo preço de um, todos os dias, das 19 às 20 horas. Quem prefere cerveja, pode prová-la em vários estilos por apenas 1 euro o copo, durante o dia, na portuense Nortada.

Uptown Bar
InterContinental Lisboa Rua Castilho, 149, Lisboa
Das 16h às 24h. Não encerra
Preço: bebidas desde 6 euros; signature dishes desde 4 euros

O bom, o mau e o vilão
Rua do Alecrim, 21, Lisboa
Todos os dias, das 19h às 2h.

Vogue Café Porto
Rua de Avis, 10, Porto
Das 12h30 às 24h de domingo a quinta; até à 1h à sexta e sábado

Nortada
Rua de Sá da Bandeira, 210, Porto
De terça a quinta, das 12h às 24h. Sexta e sábado, até às 2h.
Preço: 1 euro

3 | Levar mais por menos

Alguns estabelecimentos comercializam o produto do dia anterior a preço mais baixo, como é o caso da Odete Bakery, no Porto, onde os doces são vendidos a menos de metade do preço e o pão, de fermentação lenta, custa menos 1 euro. Na boulangerie Marie Blàchere, em Lisboa, os clientes podem levar quatro unidades pelo preço de três, em produtos como os pain au chocolat, croissants, caracóis de passas ou chocolate, pastéis de nata, baguete e pão especial.

Odete Bakery
Rua de Santo Ildefonso, 478, Porto
Das 10h às 19h de segunda a sábado; até às 15h ao domingo

Marie Blachère
Praça Luís de Camões, 33, Lisboa.
Das 8h às 11h30. Não encerra

4 | Caixas mágicas para lutar contra o desperdício

Combater o desperdício alimentar e, no caminho, poupar, é a proposta da aplicação dinamarquesa Too Good To Go, que chegou a Portugal em 2019. A ideia é simples: restaurantes, hotéis, cafés, pastelarias, lojas e supermercados, colocam o que sobra em “caixas mágicas”, que são vendidas por um terço do preço original. A aplicação está disponível em todas as capitais de distrito, e conta com cerca de 3500 parceiros.

5 | Salvar produtos perto do fim da validade

No supermercado online Good After vendem-se produtos que, apesar de estarem a atingir ou já terem atingido a sua data de utilização preferencial, são seguros para consumo. Produtos de mercearia seca, como massa, arroz, biscoitos e farinhas – incluindo referências biológicas e/ou sem glúten -, artigos de limpeza, de higiene e para o carro, bem como comida para cão e gato, são vendidos com descontos que podem chegar aos 70%. Há envios gratuitos para Portugal e Espanha, a partir de 49 euros.

6 | Reservar com descontos

The Fork é umas das aplicações mais conhecidas de reservas em restaurantes e permite usufruir de reduções que podem ir até 50% em quase toda a ementa. Os Yums, pontos de fidelização recebidos após comparecer à reserva, quando acumulados em número suficiente, também são uma forma de pagar menos na conta do restaurante. The Green Affair (Lisboa), Portucale (Porto), Gruta (Porto) e os espaços do Grupo Olivier (Lisboa e Porto) são alguns dos restaurantes onde se pode poupar usando a plataforma.

7 | Refeição fora, vinha de casa

Ir comer fora, levar a garrafa – ou garrafas – e não pagar taxa de rolha é a proposta dos jantares “Bring your own bottle”, promovidos pelo restaurante Astória, no Porto, às terças. O objetivo é dinamizar noites calmas e encorajar os clientes a experimentarem mais pratos. Sugere-se reservar e avisar o restaurante que se pretende usufruir da modalidade.

8 | Levar recipientes

Há cada vez mais estabelecimentos que permitem levar comida e bebida em takeaway, dentro dos recipientes dos clientes, evitando assim o uso de embalagens de uso único, que muitas vezes não dão para reciclar. Alguns deles chegam mesmo a promover o gesto, oferecendo um desconto no preço final do produto.

 


Quatro formas de poupar nas compras

Optar por mercearias a granel ou por mercados de trocas, são algumas ideias de poupança para este ano.

Maria Granel (Fotografia de Nuno Pinto Fernandes/GI)

COMPRAR

# Em mercados e plataformas de compras
Os mercados de trocas são bons momentos para “destralhar” e levar algo necessário para casa sem gastar dinheiro. O movimento Let’s Swap surgiu em 2018 e organiza mensalmente eventos de trocas no Porto, Lisboa, Braga, Guimarães e Viseu, onde cada pessoa pode levar até cinco artigos de vestuário e cinco livros, que são posteriormente substituídos por pontos. Pontos esses que servem como moeda de troca dentro do mercado. A ideia é que estes eventos sejam “uma alternativa” à compra, refere Helena Oliveira, coordenadora no Porto. Os próximos já estão agendados e acontecem na àCAJá, na Amadora, no dia 12 de fevereiro, e na portuense Zero Plástico, a 18 do mesmo mês. A entrada tem o custo simbólico de 1 euro para suportar as despesas da organização, feita inteiramente por voluntários. Também a associação Mercado de Trocas de Portugal organiza com frequência eventos onde os participantes podem deixar e levar roupa, calçado, acessórios e livros. Já a Casa da Esquina, em Coimbra, promove um mercado direcionado para crianças e jovens, onde se trocam brinquedos, livros e jogos. Também online é possível fazer trocas, bastando para isso pesquisar por grupos usando palavras-chave como “trocar”, “doar” ou “buy nothing”, e acrescentar o nome da cidade ou da região onde se pretende procurar.

Let’s Swap (Fotografia DR)

 

# A granel
Comprar a granel não só permite levar apenas a quantidade pretendida, como, muitas das vezes, acaba por sair mais barato. Por exemplo, o preço dos orégãos ao quilo pode ser 100 euros mais caro se este for comprado num frasco de vidro, num supermercado, em vez de adquirido a granel. O mesmo se aplica à pimenta preta. As especiarias são um dos exemplos mais flagrantes, mas há muitos outros produtos em que pode compensar comprar a granel, como farinhas, feijão, chás, cereais e sementes. Lojas como a Maria Granel, em Lisboa, a mercearia 100 Saco, no Porto, e a online Do Zero apresentam uma oferta que inclui produtos alimentares e artigos de limpeza para a casa.

Maria Granel (Fotografia de Nuno Pinto Fernandes/GI)

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.

 

# Em segunda mão
Livros, vestuário, calçado, acessórios, mobiliário e decoração. Atualmente, encontra-se quase tudo em segunda mão – até vestidos de noiva, no caso da New Story Bridal, em Lisboa. Seja em lojas físicas, que vendem ao peso, como a O’Kilo, no Porto, e a Flamingos Vintage Kilo, em Lisboa, seja online – em sites e aplicações como a MyCloma, OLX e Vinted – estão quase sempre garantidos preços mais acessíveis. Além de se poupar a carteira, a segunda mão também contribui para a economia circular, ajudando a poupar o planeta. Caso se utilize um site ou uma aplicação móvel, é útil fazer a pesquisa com termos precisos e ativar um alerta que avisa quando algo que preenche os requisitos foi carregado.

O’Kilo (Fotografia de Igor Martins/GI)

 

Flamingos Vintage Kilo
Rua dos Douradores, 168, Lisboa
Das 10h às 20h de segunda a sábado; até ás 19h ao domingo
Preço: desde 13 euros/kg

O’Kilo
Rua de Santa Catarina, 601, Porto
Das 10h às 19h, de terça a sábado
Preço: 10 euros/kg

 

# Em lojas de fábrica
Quem pretende comprar novo a preço mais acessível encontra boas opções nas lojas de fábrica, que são geralmente divulgadas de forma discreta. No Grestrel Outlet, a loja de fábrica da Grestel (detentora da afamada Costa Nova), há milhares de peças por onde escolher, entre artigos de mesa, de forno e decorativos, em grés fino, cerâmica pintada à mão, cutelaria e têxteis de cozinha. Os artigos, que resultam de excedentes de stock e de coleções descontinuadas, são ali vendidos a preços muito competitivos.

Grestrel Outlet (Fotografia DR)

Grestel Outlet
Zona Industrial de Vagos Lote 31
Dás 10h às 14h e das 15h às 19h, de segunda a sábado

 


Nove dicas de poupança nos momentos de lazer

Visitar museus ao domingo, requisitar livros e estar atento a descontos são algumas formas de poupar na hora de planear um passeio ou experiência.

Aproveitar as ciclovias para exercitar ao ar livre é uma boa forma de poupar. (Fotografia de Artur Machado/GI)

# Cartões municipais e culturais
Descontos na cultura, em equipamentos municipais e no comércio local são alguns benefícios oferecidos pelos portadores de cartões municipais. É o caso do Cartão Porto: destinado aos habitantes da cidade, oferece descontos em visitas ao Pavilhão da Água, na programação do Teatro Municipal do Porto e no Museu da Cidade, entre outros benefícios. Na União das Freguesias de Faro, os habitantes usufruem de descontos no comércio local, graças ao cartão gratuito do programa Viva Faro. Já o Feira Card, uma iniciativa da Câmara Municipal da Santa Maria da Feira, foi pensado para visitantes. Tem o custo de 5 euros e dá acesso gratuito aos museus municipais, descontos e tarifas competitivas em unidades de alojamento, equipamentos culturais e turísticos, restaurantes, programação cultural do Cineteatro António Lamoso e no comércio tradicional. Para fãs de cultura nas suas mais variadas expressões sugere-se o Cartão Quadrilátero Cultural, que oferece preços reduzidos em equipamentos e eventos culturais nas quatro cidades do Quadrilátero: Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães; Theatro Circo, em Braga; Casa das Artes, em Vila Nova de Famalicão; e Theatro Gil Vicente, em Barcelos. Igualmente útil é o Cartão Amigo do Convento São Francisco, em Coimbra, que permite poupar 40% nos bilhetes para espetáculos assinalados na programação do convento.

Theatro Circo, Braga (Fotografia de Gonçalo Delgado/GI)

 

# Museus gratuitos ao domingo
Guardar a manhã de domingo para um passeio cultural pode ser boa ideia, já que os 26 museus, monumentos e palácios sob a tutela da Direção-Geral do Património Cultural têm entrada gratuita até às 14 horas. Destaca-se o Museu Nacional de Soares dos Reis, no Porto; o Museu Grão Vasco, em Viseu; e o Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa. Mas há muitos outros espaços com entrada gratuita. É o caso do Castelo de Guimarães (domingos e feriados, das 10 às 14 horas); do Museu do Oriente, em Lisboa (sextas, das 18 às 20 horas); e do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto (segundo domingo de cada mês, das 10 às 13 horas)

Castelo de Guimarães (Fotografia de Miguel Pereira/GI)

 

# Exercitar ao ar livre
Os circuitos de manutenção não só permitem exercitar o corpo sem gastar dinheiro como, muitas das vezes, ainda se encontram em lugares privilegiados, seja à beira-mar, em frente ao rio ou integrados em parques urbanos. Em Lisboa, um dos mais recentes é o Parque de Calistenia, junto da área desportiva norte do Parque das Nações, que ocupa uma uns generosos 390 m2. Outra opção é o Centro Desportivo Nacional do Jamor, com dois circuitos de manutenção – um está instalado numa zona de mata (a mata poente – junto ao Estádio Nacional), o outro fica na zona do Parque Urbano do Jamor. Mais a Norte, no Porto, encontram-se circuitos de manutenção no Parque Oriental, que conta também com ciclovia partilhada; e em Braga, no Parque Desportivo da Rodovia, onde não falta um circuito de manutenção física de 1000 metros, um parque de street workout, uma parede de escalada e um skate park.

Ciclovia do Rio Leça (Fotografia de Artur Machado/GI)

 

# Desporto na faculdade
Apesar de não ser segredo, ainda há quem esteja a descobrir a possibilidade de fazer exercício nas instalações desportivas da Universidade do Porto, mais concretamente, nos pólos do Campo Alegre, da Boa Hora e da Asprela. O programa UPFIT permite, em regime livre, frequentar aulas de grupo (tai chi, pilates, ioga, zumba, localizada, etc.), salas de musculação e desportos aquáticos, por 28 euros por mês. O Estádio Universitário de Lisboa tem uma oferta semelhante, embora os preços não sejam tão leves.

Programa UPFIT (Fotografia DR)

 

# Requisitar livros
Com o aumento do preço dos livros, pode tornar-se mais difícil comprá-los com regularidade, pelo que as bibliotecas municipais apresentam-se como uma ótima alternativa à sua aquisição. Com catálogos mais ou menos extensos, nas cerca de 300 bibliotecas municipais espalhadas pelo país há um mundo de narrativas e conhecimento à mão de semear, sem gastar um cêntimo. Depois da inscrição, os interessados podem requisitar os livros pretendidos e usar o prazo de entrega como motivo para não adiar a leitura.

 

# Mergulhar nos discos
Cerca de 35 mil discos de vinil e atividades gratuitas regulares são dois dos atrativos da Fonoteca Municipal do Porto, aberta desde 2020. A Escuta Ativa realiza-se mensalmente e desafia personalidades de diferentes áreas a partilhar experiências pessoais e histórias musicais a partir de uma seleção de discos de vinil da coleção. Por sua vez, a Hora de Ponta acontece às quartas, entre as 18 e as 19 horas, convidando os interessados a uma visita para uma escuta conjunta de uma seleção temática de discos. Tudo gratuito.

Fonoteca Municipal do Porto (Fotografia de André Rolo/GI)

 

# Passear de comboio
Apesar de ser mais sustentável do que viajar de carro, andar de comboio nem sempre sai mais barato. Depende do número de pessoas e do destino, mas até abril fica mais em conta ir até Vigo, partindo do Porto (Campanhã), graças à campanha promocional da CP – Comboios de Portugal em conjunto com a Renfe. Durante as próximas semanas há bilhetes limitados que fazem a ligação entre as cidades por apenas 5,25 euros, em cada sentido. Por dia, saem dois comboios do Porto e dois de Vigo, com paragens em Nine, Viana do Castelo e Valença. Já na cidade galega, vale a pena petiscar no centro histórico, conhecer o Museu do Mar da Galiza e o MARCO – Museu de Arte Contemporânea, e passear junto à ria.

Comboio Celta (Fotografia de Rui Manuel Fonseca/GI)

 

# Descontos para tudo
Massagens, jantares, estadias e aventuras por terra, na água ou no mar, entradas em museus, parques temáticos e bilhetes para peças de teatro são algumas das mais de 25 mil atividades, com descontos, agregadas no site
Odisseias.

 

# Estar atento a agendas culturais
Exposições, concertos, cinema, visitas orientadas e aulas são algumas das atividades gratuitas partilhadas em páginas do Facebook como Cultura Grátis em Lisboa, Cultura Grátis no Porto e Cultura de Borla.




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