O Alentejo está sempre lá. Pedro Mendes é de Lisboa, e começou a carreira «a sério» no Algarve, mas cedo lhe despertou interesse a bolota e as suas aplicações culinárias, tanto que lhes dedicou um livro de receitas, em 2013. E integrou, no ano seguinte, o ambicioso projeto de fazer alta-cozinha criativa no coração do Alentejo, ao assumir o comando do restaurante do Marmòris, hotel de cinco estrelas temático dedicado ao mármore, em Vila Viçosa.
A vida, entretanto, afastou-o para junto do Atlântico. Ainda andou um ano entre a costa e a planície, mas acabou por dar-se a rutura com o hotel, e em 2015 mudou-se em definitivo. Com a sua versão da comida petisqueira do mar, pôs o Maria Pia, no Clube Náutico de Cascais, a navegar em águas tranquilas. O Alentejo, esse nunca lhe saiu do horizonte. Não tardaria a colaborar com a Quinta do Quetzal, na Vidigueira, com um restaurante «de adega» onde ensaiou uma abordagem contemporânea – mas mais chegada à informalidade do que ao rigor obsessivo da alta-cozinha – da comida alentejana. E neste último verão iniciou também o acompanhamento, como consultor, da sala de refeições da casa de turismo rural Paraíso Escondido, perto da Zambujeira do Mar.
Agora, anuncia o seu regresso «a casa». A Vila Viçosa, e ao restaurante onde deu largas à sua paixão pelos produtos da região. O modo de usar, entretanto, mudou: «Agora é um restaurante mais informal, mais aproximado ao registo dos petiscos de matriz alentejana», revela o chef. Os finais de semana, porém, afinam por outro diapasão. «De quinta a sábado, ao almoço e ao jantar, haverá um menu do chef, que muda todas as semanas», garante, sublinhando que nesses dias retomará a toada de alta-cozinha com que deu bom nome ao Marmòris. Sempre, sem tirar os olhos do Alentejo.
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