Dormir em Braga entre paredes com 500 anos de história

O Vila Galé Collection Braga, nascido da reabilitação do antigo hospital de São Marcos, preserva a História e as histórias do lugar. Não se estranhe, pois, que este novo hotel de quatro estrelas tenha uma suíte com uma fonte, ou uma sala com um oratório do século XVIII.

O Vila Galé Collection Braga nasceu da reabilitação do antigo hospital de São Marcos, imóvel de interesse público datado de 1508, no centro da cidade. Procurou-se adaptar os diferentes espaços às necessidades de um hotel, respeitando a história e a arquitetura do lugar: manteve-se a estrutura e alguns tetos abobadados originais foram postos a descoberto, conta o diretor, Carlos Alves. A sua expetativa é que os hóspedes desfrutem deste quatro estrelas com 123 quartos e suítes, inaugurado em maio passado, «absorvendo pedaços da nossa história, de várias épocas, e saiam mais enriquecidos».

O Vila Galé Collection Braga tem como temas a fundação de Portugal e a história dos arcebispos – até porque foi um, D. Diogo de Sousa, quem fundou o bloco principal. O espaço serviu de hospital até 2011, altura em que foi devolvido à Santa Casa da Misericórdia de Braga e, entretanto, concessionado ao grupo Vila Galé. Em 2016, arrancou a remodelação dos três edifícios ocupados pelo hotel, com nomes de arcebispos: D. Diogo de Sousa, D. Frei Bartolomeu dos Mártires e D. Frei Caetano Brandão. Há uma opção de alojamento mais clássica, com decoração algo sumptuosa; e outra mais moderna e minimalista.

Cada suíte é diferente. A número 113, por exemplo, tem uma porta singular, ou não fosse essa a entrada do serviço de cardiologia; e crê-se que D. Diogo pernoitou no espaço da suíte número 106, que tem uma fonte em granito e está encostada à Capela de S. Bentinho, local de grande devoção. No mesmo enfiamento fica a sala de eventos D. Rodrigo de Moura Teles, com um oratório do século XVIII em madeira pintada. E a meio do hotel está a Igreja de São Marcos, cujo interior se pode espreitar dos varandins.

Claro que nem só de passado vive o hotel, que até tem uma “sala inovação”. Os hóspedes podem aceder a massagens e tratamentos de spa, ginásio e piscina interior aquecida, e lá fora há piscinas para adultos e crianças, além de um parque infantil. Onde era a capela do hospital está a adega Santa Vitória, foram criados um bar (Euforia) e dois restaurantes (Fundação, com serviço buffet, e Bracara Augusta, à carta), e o claustro com jardim serve de esplanada. Mas o que marca a diferença são pormenores como a estela funerária de homenagem a um escravo, do tempo dos romanos; ou as placas de 1919 em memória de pessoal médico e de enfermagem vítima de epidemias no exercício da profissão. A história entranhada nas paredes.

 

O licor dos monges

O licor Singeverga, produzido por monges no Mosteiro de Singeverga, em Santo Tirso, é servido no bar Euforia, inclusive, em versão cocktail. As especiarias e ervas aromáticas de que é feito estão em frascos expostos neste espaço de decoração mais arrojada.

 

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