Torres Vedras: um destino às portas da Grande Lisboa

Às portas da Área Metropolitana de Lisboa, indo de sul pela A8, após passar Mafra, fica Torres Vedras. A cidade tem vários e diversificados pontos de interesse, mas há um resort a poucos quilómetros que é ideal para aproveitar a região.

Não é um destino óbvio para um passeio. Fica às portas da Grande Lisboa e é muitas vezes um local de passagem, o que é injusto, tendo em conta o que tem para oferecer. Apesar de pouco conhecido, o castelo de Torres Vedras merece visita atenta. As muralhas que sobrevivem são de origem medieval e tiveram várias utilizações ao logo dos tempos. De destacar, além da vista para a cidade, a Igreja de Santa Maria, do século XII, que tem os únicos vestígios românicos do concelho e está a servir o culto ortodoxo, e a necrópole medieval, com cerca de setenta sepulturas. O castelo tem um centro de interpretação, que ajuda a entender o monumento, através de diversos objetos que contam a história das várias épocas que o local viveu. Para lá chegar de carro, há que passar por algumas ruas estreitas, junto à encosta, bem castiças, de piso empedrado, bem diferentes da restante cidade, de terrenos planos e prédios mais recentes.

Se a fome apertar, o restaurante Midi é uma opção segura. O branco domina o restaurante, desde as paredes, com nomes de pratos, ao teto, às mesas e cadeiras. Depois de questionado, foi recomendado um bacalhau com broa, o prato com mais conhecido desta casa. A suavidade do bacalhau, não muito salgado, com o crocante da broa fazem um agradável contraste de texturas. Merece a boa fama que tem sido espalhada. Ainda assim, se o prato-rei do Midi é esse, outro lhe faz concorrência: lulas com camarão com puré e verduras. Mais uma vez a apresentação aguça o apetite e o palato não sai defraudado.

Para chegar ao Dolce Campo Real também é preciso ir de carro, são uns 10 quilómetros a partir da cidade. O hotel impõe-se na paisagem, cheia de pequenas colinas, rodeadas por algumas serras de pouca altitude – mas altas o suficiente para terem sido fundamentais em salvar Lisboa das invasões napoleónicas. À volta do edifício está o campo de golfe, considerado um dos mais difíceis em território nacional. O buraco 18 fica diante de um dos restaurantes do hotel, perfeito para comer algo mais leve e apreciar a paisagem. Mesmo ao lado esbarramos com uma capela e um pelourinho a lembrar que aqueles terrenos pertenciam a uma antiga reserva de caça real. O nome Campo Real não está lá à toa.

Para o fim de tarde, nada melhor do que ir até ao spa e utilizar a piscina interior aquecida, a hidromassagem ou a sauna. É tempo de descontrair antes de uma refeição especial. Todos os espaços têm luz natural e janelões com vista para o campo de golfe. Chegada a hora de jantar há que experimentar um refeição com assinatura do chef Rui Fernandes. Depois, aconselha-se uma ida ao bar Wellington, especializado em vinhos, sobretudo da região de Lisboa, e em gin, com vasto leque de escolha.

No dia seguinte a sugestão é a de um passeio organizado pela Rotas do Oeste, sediada no resort. O programa, de entre vários outros: percorrer num veículo todo-o-terreno as serras do Socorro e da Archeira, terminando na Adega Mãe com visita e prova de vinhos. Miguel Portela, coordenador de eventos da empresa, conduz e é o guia do passeio. «Esta área de paisagem protegida foi considerada uma das mais sustentáveis do mundo», começa por explicar. O caminho, ora de alcatrão ora de terra batida, leva-nos ao topo da serra do Socorro. A vista é deslumbrante, alcançando boa parte da região. Desde as torres e zimbório do Convento de Mafra até às ilhas Berlengas em frente a Peniche, a vista não podia ser melhor. Mas é preciso apanhar um dia sem nevoeiro, coisa rara naquelas paragens, sobretudo nesta altura do ano. Ali no topo do Socorro há outros pontos de interesse. Como a estação de comunicação e observação das Linhas de Torres Vedras do quartel-general do Duque de Wellington, instalada durante as Invasões Francesas, fundamental para a coordenação entre os vários postos e fortes. Há também uma ermida e um pequeno restaurante que, diz quem sabe, serve um dos melhores cozidos à portuguesa da região.

É tempo de descer esta serra e subir a outra, mesmo ao lado, a da Archeira. Na paisagem, moinhos antigos coexistem com os novos aerogeradores dos parques eólicos. O caminho segue até à Adega Mãe, onde as boas-vindas são dadas com um copo de Dory branco. Esta adega de arquitetura arrojada pertence à Riberalves, mais conhecida pelo negócio de bacalhau, mas que dá cartas no mundo dos vinhos. E são os brancos que aqui, entre as serras e o mar, mais ordenam. O nome da adega é uma homenagem à mãe dos irmãos Ricardo e Bernardo Alves. No fim da visita há prova de vinhos, e aí o tinto dá também um ar de sua graça.

Aconselha-se uma nova passagem por Torres Vedras para adoçar a boca. Na Praça 25 de Abril, onde está situada a igreja e o convento da Graça – vale a pena entrar e admirar a talha dourada –, desce-se por uma rampa até entrar na Fábrica Coroa, onde são produzidos os famosos pastéis de feijão. O aroma sente-se da rua e é uma festa para os sentidos. A fábrica existe desde 1940, ainda que não tenha começado a laborar naquele local. Compra-se uns quantos para levar, mas ninguém resiste a provar um pastel logo ali. Há melhor maneira de retemperar energias para conhecer a cidade?

 

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