Uma casa no campo com jardins históricos em Ponte de Lima

Nas antigas casas das famílias nobres do Alto Minho, algumas delas há tantos séculos quantos os da nação, tem-se instalado uma oferta ímpar de hotelaria em espaço de habitação.

Clara Pereira Coutinho podia passar um dia inteiro a desfiar todas as histórias do Paço de Vitorino, incluindo aquela que tem as suas mãos do princípio ao fim: a do restauro que devolveu à vida o palacete em Vitorino das Donas onde a família de seu marido, José, se instalou no século XVI. A história é tão intensa que deu origem a um livro, no qual Clara assina o prefácio “O renascer das cinzas”.

Cinzas é palavra que se aplica, já que o Paço foi quase totalmente destruído por um incêndio, durante a guerra civil portuguesa, em 1836. Foi reconstruído com influência barroca e o ouro do Brasil, com as marcas das chamas a manterem-se, até hoje, em algumas paredes. Nesta singular arquitetura de traço militar com fidalgos rendilhados de granito, não faltam outras marcas: as memórias da família foram entrelaçadas no restauro, a cargo da dupla de arquitetos Susana e Paulo Lago de Carvalho e também na decoração de interiores, na qual se embrenhou a própria Clara e a prima Margarida Nazareth.

«Quero que as pessoas sintam que esta é a casa de uma família portuguesa tradicional desta região. Uma casa no campo com 500 anos de história», assinala Clara. Essa história salta-nos por todo o lado, desde o jardim com japoneiras com 200 anos e tanques de pedra resgatados a um imenso mato (projeto da paisagista Marta Malheiro), até aos lagares reconvertidos em biblioteca e salas de estar. As fundações da casa original, do século XVI, deram origem a um pequeno centro interpretativo.

Anda por ali a história de amor entre o primeiro senhor da casa, o capitão António Ramos e a princesa inca Catarina Capac Yupanqui. E há dezenas de pequenas histórias de peças únicas, como o berço que foi das crianças da casa e está agora, como novo, ao serviço de um dos seis quartos da casa principal. Há mais nove em duas alas, nas antigas cavalariças e terreiro agrícola. São quartos ao mesmo tempo totalmente modernos e totalmente antigos nos seus pormenores clássicos, todos eles com saída independente para o jardim (na ala sul) ou com vistas para o rio Lima (na ala norte). Em qualquer lado, uma calma pacificadora.
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