Novo hotel no Cais do Sodré tem Portugal no coração

Neste hotel de cinco estrelas do Cais do Sodré, a tradição e o modernismo andam de mãos dadas, com os pés assentes na História. E há uma fragrância diferente para cada piso, todas elas alusivas aos Descobrimentos.

Uma dedicatória ao país, acima de tudo. Portugalidade é o pilar do Corpo Santo Hotel, o novo cinco estrelas do Cais do Sodré, aberto em setembro, de portas viradas para o largo que lhe dá nome – localização estratégica, numa zona de Lisboa renovada e com procura crescente.

«Um hotel é como se fosse uma alma», conta Pedro Pinto, diretor-geral do Corpo Santo. E se alma não falta, História também não: no piso -1 existe um núcleo museológico com abertura ao público prometida para breve. Aqui se encontram restos da história de Lisboa, encontrados por cinco arqueólogos em 2012. Entre os achados estão mais de 30 metros da muralha fernandina e parte da Torre João Bertão, duas peças fundamentais que ajudaram a evitar uma invasão espanhola no século XVI – isto além de outros objetos que serão ali expostos. A tradição também se vê nas paredes dos quartos, «salpicadas» com aglomerados de azulejos da época pombalina que já ali estavam. Todos estão equipados com sistema de cromoterapia, na qual o hóspede escolhe a música e cor que ambienta os seus banhos, consoante o estado de espírito.

Mas há mais História. A dos Descobrimentos, evocada numa das particularidades mais inesperadas deste hotel: a experiência sensorial. Cada um dos cinco pisos – que albergam os 79 quartos (sete deles, suites) – tem papel de parede e fragrância distintos, alusivos a geografias descobertas ou com presença portuguesa. O andar dedicado ao Norte de África tem decoração ligada ao deserto e cheiro a madeira e flores secas, enquanto no da África Central abunda um cheiro floral e o papel de parede tem como motivos cacau, toranja e romã. No piso da Ásia há decorações orientais e fragrância a mirra, e no do Brasil o padrão são plantas exóticas e papagaios, com cheiro a baunilha. O mais elevado foca-se em Lisboa e tem uma fragrância fresca e silvestre que faz lembrar manjericos.

Além do olfato, também o paladar tem a sua atenção. No restaurante Porter, a comida portuguesa é a inspiração e há menus do dia a 17,50 euros que vão da entrada ao café (bebida incluída). Artur Roldão é o chef responsável por esta carta que tem como greatest hits o bacalhau corado com xerém de sames de bacalhau e chouriço, e lombo de novilho com foie gras, molho de vinho da Madeira e trufa com puré de batata. No bar, o destaque vai para o cocktail do dia, diferente 365 vezes por ano e sempre a 3 euros. A carta do Porter, de resto, pisca o olho ao cliente, com títulos curiosos para cada capítulo: se as entradas se apresentam como «Nada como começar bem!», as sobremesas chamam-se «Se Tiver Coragem Para Mais Qualquer Coisa». Prova de que, num hotel de luxo, nem tudo tem de ser pompa circunstância. A descontração e o humor fazem-nos sentir sempre bem-vindos.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.

 

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