Tem 60 minutos para fugir destes 15 escape games

Percorra a fotogaleria para conhecer melhor alguns dos escape games de Portugal.

(Fotografia: António Pedro Santos/GI)

PORTO

1. Breakout Porto Escape Game

A sala do jogo Área 10, inaugurada em 2015, tem cerca de 100 metros quadrados, tornando-a uma das maiores do país e, talvez, da Europa, segundo explica Sérgio Duarte que, juntamente com Paulo Pacheco, gere o Breakout Porto Escape Game. A Área 10, que vai em breve deixar de ser o único jogo do Breakout, trata-se de uma área secreta de pesquisas biológicas, da qual se perdeu o contacto com os residentes, e que vai receber uma nova equipa de investigação - os participantes - que tem de seguir as pistas deixadas lá dentro, descobrindo assim o que se passou e evitar uma catástrofe.

Esta foi a ideia dos dois amigos, que se atiram para o projeto tendo jogado apenas uma sala, porque, na verdade, as ideias já as tinham, muito graças a jogos de computador como Resident Evil e Half Life. Sérgio diz mesmo que a Área 10 «é um bocadinho um jogo de computador na vida real», e que a sala foi montada para pessoas «que gostam de emoções fortes e adrenalina», daí a pouca luminosidade de quase todo o jogo e as surpresas que vão surgindo.

Nível de dificuldade: Médio

(terror; mistério; ciência; para grupos grandes)

(Fotografia: Pedro Granadeiro/GI)

PORTO

2. Occultus Room Escape

Espaços com bons cenários e histórias relacionadas com Portugal são alguns dos aspetos comuns às duas primeiras salas da Occultus Room Escape, que abriu em agosto. Eduardo Relvas, engenheiro eletrotécnico, Henrique Nogueira, jogador de futebol, Vasco Costa e Xavier Rodríguez, ambos profissionais da área têxtil são os criadores da Occultus e pretendem que o espaço de 300 metros quadrados, na Rua da Boavista, cresça até aos seis escape games.

No jogo Terras de Vera Cruz, os participantes, após terem descoberto o Brasil, fazem uma paragem na Madeira, onde são raptados por uma armada espanhola, que pretende ficar com a glória da descoberta. O grupo é desafiado a fugir da sala onde foi preso e a zarpar numa caravela. Escapar de uma prisão da PIDE, antes de os suspeitos (jogadores) serem interrogados e torturados, por suspeitas de conspirar contra o governo, é o objetivo do jogo Prisão da PIDE. Ambos os jogos são de dificuldade média, mas a próxima sala a abrir será mais complicada. A Ressaca é inspirada no filme com o mesmo nome e, em princípio, a partir de janeiro, já poderá ser decifrada.

Nível de dificuldade: Terras de Vera Cruz – Fácil; Prisão da PIDE – Médio

(História; mistério; policial; para famílias com crianças)

(Fotografia: Adelino Meireles/GI)

PORTO

3. Porto Exit Games

«Sair é a cereja no topo do bolo, mas quem não sai diverte-se muito na mesma», garante Joaquim Valente, que abriu, com a mulher Thaís Nomi, o Porto Exit Games em 2014, um dos primeiros jogos de fuga da cidade. Até agora já milhares de grupos passaram pelas três escape rooms - Port Wine Sabotage, Lost Memories e The Sacrifice. Portanto, o casal sabe do que fala.

A última sala a ser inaugurada foi The Sacrifice, sendo já a preferida de muita gente. Apesar de não ser a mais difícil - esse título pertence à sala Lost Memories - os jogadores admiram a história de uma casa assombrada pelo espírito de uma menina, a decoração a preceito - que remete muitos participantes para as casas dos avós -, os efeitos sonoros e os enigmas. Já a Port Wine Sabotage é considerada a mais fácil de jogar - ainda que a taxa de sucesso ande à volta dos 30% -, ideal para famílias com crianças. A Lost Memories é uma sala de enigmas complexos e de decoração futurista, sendo por vezes impossível de completar até por grupos com muita experiência.

Nível de dificuldade: Port Wine Sabotage – Difícil; Lost Memories – Difícil; The Sacrifice – Difícil

(Terror; mistério; para famílias com crianças; para grupos grandes/empresas)

(Fotografia: Adelino Meireles/GI)

MAIA

4. CountDown Escape

Fugir de uma prisão de zombies, passando por um esgoto e saindo por um cemitério, é o objetivo dos jogadores na sala Z-Zone, a primeira da empresa CountDown Escape, sediada na Maia, e que abriu este ano. O projeto foi criado por dois casais, Anselmo e Maty Vieira, e Patrícia e António Pinto, que se conheceram graças aos filhos, que calharam na mesma turma. «Fizemos um jogo de dificuldade média/alta para que as pessoas estivessem os 60 minutos na sala», explica Anselmo. Os aloquetes tradicionais de quatro números foram descartados, por exemplo, para dar lugar a outro tipo de códigos. Apesar da temática, a sala é boa para famílias que queiram fazer o jogo com crianças.

Mundo Encantado é o nome da segunda sala, cuja abertura está prevista para o início do próximo ano, e da qual se espera o mesmo nível de dificuldade.

Nível de dificuldade: Médio

(Terror; mistério; para famílias com crianças)

(Fotografia: Adelino Meireles/GI)

SANTA MARIA DA FEIRA

5. Locked In

Em março, Ivo Pinto, engenheiro de eletrónica e automação, ouviu falar do conceito. Experimentou, gostou, leu a legislação, alugou uma loja, pensou numa história, fez o site, tratou do cenário. Em agosto, abriu Locked In com detetive privado, um jogo que acontece num escritório dos anos 80. Um grupo de

detetives desconfia que um aristocrata foi assassinado e decide investigar. Os detetives entram em casa do falecido, a governanta apanha-os e liga para a polícia. Os jogadores têm uma hora para sair do escritório.

Na segunda sala há uma missão. Assaltar um museu para roubar um diamante. Os assaltantes entram com berbequim, alicate de corte, lanterna, endoscópio, luvas, e dois manuais de desarme e de arrombamento. A sala tem lasers, objetos valiosos, quadros nas paredes, e enigmas.

Nível de dificuldade: Detetive Privado – Fácil; Assalto ao Museu – Médio

(Mistério; Para famílias com crianças)

AVEIRO

6. Solve and Escape

O Pirata Barba Negra é um jogo desenhado para crianças a partir dos seis anos, desde que saibam ler. O pirata assaltou um veleiro, roubou uma caixa de diamantes, e os pequenos detetives têm de encontrar o tesouro na casa do malvado antes que ele chegue. Este é um dos quatro jogos que Heitor Surrador, professor de Matemática, e Nuno Machado, professor de Educação Visual e Tecnológica, criaram em Aveiro.

Um jogo para crianças, outro para adultos, o mesmo universo com ligações ao mar. O segredo do capitão Dionísio está prestes a ser revelado e quem encontrar o tesouro será o seu único herdeiro. Com vários objetos ligados à vida marítima, a aventura começa. Porta fechada, enigmas para resolver, sons, pistas, sinais. Há gavetas com fechaduras e os detalhes são importantes, até porque o jogo não é sequencial. Mas há mais dois jogos. Num asilo em que doentes desaparecem misteriosamente e é preciso fugir. E ainda Pandemia Iminente, para grandes grupos que é montado onde os clientes quiserem.

Nível de dificuldade: O Pirata Barba Negra – Fácil; O Sucesso do Capitão Dionísio – Médio; Asilo – Médio; Pandemia Iminente – Médio

(Mistério; Para famílias com crianças; para grupos grandes/empresas)

(Fotografia: Maria João Gala/GI)

LISBOA

7. The Escape Hunt Experience Lisboa

«Lisboa está bem servida de escape games, parecem cogumelos a surgir do nada». Quem o diz é Joana Duarte, chefe de loja do primeiro e único espaço em Portugal do franchise que já soma mais de 200 lojas pelo mundo, e o mais bem classificado no país no Tripadvisor. «É uma hora passada de forma diferente, em que tu e os teus amigos estão imersos nesta experiência», revela.

Esta escape game, adquirida pelo empresário João Paiva Mendes, abriu em fevereiro de 2015 e o crescimento tem sido «muito grande», graças às suas três salas. «Cada jogo é adequado a um tipo de personalidade. Se és criativo e pensas fora da caixa, a dos mistérios do Fernando Pessoa. Se és ativo, tátil e explorador, a do Grande Terramoto de Lisboa. Se és mais da lógica e fazes associações depressa, a Introdução a Uma Sociedade Secreta», conta Joana Duarte.

Nível de dificuldade: Médio

(Mistério; Espiões; História; Grupos grandes/empresas)

(Fotografia: António Pedro Santos/GI)

LISBOA

8. Safarka Escape Game

George Fling e Samuel Nathan estavam numa expedição arqueológica no Japão à procura de umas pedras preciosas quando a terra desabou em cima deles. Fling sobreviveu, mas do amigo nunca mais ouviu falar. Samuel tinha rumado a África, em busca de um povo desconhecido que se supunha ter pedras preciosas com capacidades transcendentes. As mesmas que ambos tinham procurado, e que Samuel hoje guarda no seu laboratório secreto, segundo reza a história do Safarka Escape, aberto em setembro em Campo de Ourique. «Eu sou de Finanças, mas atrai-me muito a parte da ciência, matemática e geometria», conta Rui Lopes, 27 anos, coautor do jogo com o pai. «Foi um pretexto para pensarmos a história do Safarka, que significa ‘jornada’ em somali».

Os jogadores têm a missão de descobrir as cinco pedras preciosas espalhadas pela casa, antes que Samuel apareça, e na resolução dos enigmas contam com a ajuda de Maku, um indígena mantido em cativeiro, interpretado por Bruno Realista neste que é até agora o único jogo com atores reais envolvidos. «É uma boa oportunidade para aplicar conhecimentos a nível de improviso», conta o estudante da ACT - Escola de Atores. Se no início há jogadores que tentam «desmascarar» a personagem, logo percebem que precisam dela para acabar o jogo. «A maioria das pessoas consegue sair, mas não com muita margem», concluem os jovens.

Nível de dificuldade: Médio

(Aventura/Ciência)

(Fotografia: António Pedro Santos/GI)

LISBOA

9. Puzzle Room Lisboa

«Ficámos apaixonados pelo conceito. Foi sempre a abrir», ri-se Jorge Correia, um dos dois donos da cadeira de escape games Puzzle Room, que inaugurou em dezembro de 2014 com o sócio e amigo Pedro Santos, quando recorda que passou apenas um mês entre a ideia de criarem o negócio e a abertura ao público, «tal era a paixão e o interesse», diz. A adesão foi de tal forma “positiva” que se estenderam de Lisboa a Évora e Coimbra.

A Puzzle Room Lisboa tem atualmente três jogos, A Ilha Perdida e O Assalto (este também em versão para crianças), todos de mistério, lógica e enigmas para decifrar. Mas não só. Há um mês criou-se a Lágrima Mortífera, que decorre ao ar livre, nas ruas de Lisboa; e o Puzzle Room In a Box, um serviço ao domicílio que leva o escape game onde o cliente quiser.

Nível de dificuldade: Difícil

(Mistério; Famílias com crianças; Grupos Grandes/empresas; Em casa)

(Fotografia: Puzzle Room)

LISBOA

10. Lx Escape

Bernardo Almeida, assistente de realização, estava a gravar uma telenovela quando conheceu o espaço de uma antiga gráfica no complexo da Lx Factory (onde já havia funcionado uma galeria de arte), e a partir daí foi fácil criar a narrativa do Lx Escape. «Quase tudo na Lx Factory tem uma componente artística, então escolhemos a temática burlesca, que em Portugal não existia», conta o jovem de 33 anos.

São duas salas - a Red e a Rain - e tratam a vida e morte da protagonista, Sally Redrain, uma bailarina de burlesco. O jogo da morte «é mais físico», enquanto o jogo da vida «apela mais à lógica», sendo recomendado para quem joga um escape game pela primeira vez. Na verdade existem duas salas do jogo Red, permitindo que até 10 pessoas, divididas por equipas, joguem em simultâneo.

Nível de dificuldade: Médio

(Mistério)

(Fotografia: António Pedro Santos/GI)

LISBOA

11. Original 3scap3

Seres vivos. Até hoje quase ninguém sabe quais são, mas foram eles que puseram o Original 3scap3 no topo da lista de jogos de fuga em Portugal, pelo menos para os mais afoitos. «As pessoas perguntam-nos quais são os seres vivos, mas nós nunca dizemos. Só mesmo quem joga é que sabe», garante João Dantas, 31 anos, a mente por detrás do primeiro (e até agora único) jogo de fuga português a incluir seres vivos.

Quem não tem coragem para interagir com eles pode progredir no jogo, mas com consequências. «A inspiração talvez tenha sido no filme Saw, por a personagem ter jogos com enigmas e regras rígidas», explica João, que aqui recria a cave de um antropófago psicopata para desafiar as pessoas a escapar com vida em menos de 60 minutos.

Nível de dificuldade: Difícil

(Terror)

(Fotografia: Sara Matos/GI)

LISBOA

12. Lisbon Escape Game

Esta casa recôndita, cuja reconstrução pós-terramoto deixou parcelas com «cerca de 700 anos», poderá ter sido uma das que os espiões duplos usaram em Lisboa, além de alguns famosos hotéis, para desaparecer dos radares da II Guerra Mundial nos anos 1940. Portugal, país neutro, chegou mesmo a ser uma «capital europeia dos espiões», e foi a partir desse facto histórico que João Santos, 32 anos, e Ana Borga, 35 anos, criaram «O Espião», a primeira escape room do Lisbon Escape Game, fundado em 2014 como a primeira empresa do género do país.

O sucesso do primeiro jogo, em que já participaram 70 mil pessoas, levou-os a criar uma segunda sala e a mudaram-se do Bairro Alto para a Bica, em 2015. Mas em «A Amante», a ação já se desenrola nos anos 1960, quando Amélia decide vingar-se do regime de Salazar pelo desaparecimento de Jack. Nada mais se revela do interior dos jogos, para aguçar a curiosidade do público.

Nível de dificuldade: O Espião – Difícil; A Amante – Difícil

(História; mistério; espiões)

(Fotografia: António Pedro Santos/GI)

LISBOA

13. Lostroom Portugal

É uma das mais novas empresas do género e, por isso mesmo, tinha que chegar ao mercado com algo diferente: é a única escape game no país que funciona com realidade virtual e chegou à capital em janeiro, pela mão do investidor Afonso Fernandes. Aqui, todos jogam sentados em cadeiras, com óculos equipados com tecnologia de ponta, mas viajam para locais como o espaço, no jogo Cosmos, onde se tem a missão de salvar o planeta Terra, ou até à mente de um serial killer, em Mind Horror.

Desde os oito anos [até aos 13 terão que ir acompanhados por um adulto] até mais de 50, têm recebido público de várias faixas etárias nos 500 grupos que já acolheram em 11 meses. Não poderão jogar grávidas, pessoas com problemas de coração ou que sofram de epilepsia. Este mês, será inaugurado um novo jogo de realidade virtual, Alice No País das Maravilhas.

Nível de dificuldade: Fácil

(Terror; Ciência; Realidade Virtual)

(Fotografia: Gonçalo Villaverde/GI)

LISBOA

14. Escape The Room

Mais de 1300 equipas, que podem ir dos dois aos 10 jogadores conforme o jogo escolhido. É fazer as contas. Manuel Oliveira, emigrante na Suíça que fundou esta que foi a segunda escape game de Lisboa ao lado da mulher, em outubro de 2014, não poderiam estar mais satisfeitos com o feedback.

A Escape The Room tem atualmente três salas. Da mais fácil à mais difícil: Vírus Hoffan, ideal para iniciantes; Serial Killer, que exige pensamento criativo e lógico e no qual a equipa fica dividida em duas, uma em cada sala do jogo; e Drácula, a mais recente.

Nível de dificuldade: Médio

(Mistério; História; Ciência; Grupos grandes/empresas)

(Fotografia: Sara Matos/GI)

SETÚBAL

15. 7Escape

«O psicopata apanhou um grupo de pessoas, prendeu-os numa sala, mas à boa moda de um psicopata, vai deixá-las sair se elas resolverem os enigmas». Os enigmas correspondem a 10 cadeados e só eles dão acesso à caixa com a chave final para sair da sala. Foi com inspiração no filme «Saw» que Diogo Silva, empresário de 36 anos, preparou esta sala do 7Escape, além de outra clássica, ambientada num escritório. Aí, a história versa sobre uma sociedade secreta em que nada do que parece é.

A sala abriu em 2015 e já faz parte das rotas nacionais e internacionais dos chamados team scapers que se juntam para correr contra os cronómetros, havendo quem tenha escolhido Setúbal em vez de Madrid. «Quanto mais fazemos, mais queremos fazer», brinca Diogo, que abriu este negócio em conjunto com Abraão Borges.

Nível de dificuldade: O Psicopata – Médio; O Escritório – Fácil

(Mistério; Terror)