Dia Mundial da Casa de Banho. Este hotel faz-lhe homenagem

Hoje assinala-se o Dia Mundial da Casa de Banho e em Lisboa há um hotel exclusivamente inspirado nelas. Chama-se WC Beautique Hotel e um desafio à imaginação... e à descoberta.

Desde as paredes de vidro viradas à avenida Almirante Reis até ao balcão da entrada, onde há banheiras e rececionistas vestidos com pijamas ou roupões de banho, tudo pode induzir em erro. Com um nome destes – WC Beautique Hotel – também se é provocado a imaginar que ali se vai ficar dentro de uma casa de banho… e é possível que pensamentos desagradáveis ocorram. Mas dois passos para dentro deste novo hotel encastrado num denso miolo urbano da cidade, que requalificou um edificado antigo, as inquietações vão dando lugar a uma incomum sensação de conforto, proporcionada pelo aroma floral elegantíssimo do ambiente, pelo seu tom marítimo em vários graus de verde-água, pela decoração com peças que parecem saídas do fundo do mar, coralizadas pelo tempo.

Primeiro estranha-se, depois mergulha-se nesta evocação do tema WC, mas a um nível que é mais uma inspiração artística do que uma recriação desse controverso espaço da casa. É certo que o revestimento é predominantemente de azulejo, mas são peças de cerâmica de grande beleza e alta qualidade, a emitir reverberações de luz e cor, criando uma total diferença de ambiente do dia para a noite. Há frascos de perfume e aromas por todo o lado, algumas obras de arte e muitas transparências, a proporcionar sensações visuais aquáticas permanentes.

A decoradora de interiores Nini Andrade e Silva, responsável por todo este ambiente incomum e desafiador, seguramente gostaria de ler os pensamentos de alguns hóspedes nesta viagem da inquietação à descoberta de um hotel urbano bem diferente do habitual – mesmo em relação aos ambientes mais ousados. «O conceito do WC Beautique Hotel nasceu de uma vontade já antiga de criar um hotel que fosse todo ele um enorme WC e, por si só, fosse tão surpreendente como irreverente», declarou Nini, afirmando que aquela zona da cidade «pedia um conceito provocador e arrojado».

 

(Fotografia: Nuno Pinto Fernandes/GI)

 

«A avenida Almirante Reis tem-se vindo a tornar um zona da cidade onde os movimentos multiculturais afloram, assumindo-se atualmente como hub de criatividade, dinamismo e agregador de pessoas que procuram diferenciação positiva», disse a decoradora, que encontrou nos promotores The Beautique Hotels total acolhimento às suas ideias. O edifício foi trabalhado com grande mestria pelo gabinete Nuno Leónidas Arquitectos, o que permitiu criar numa espécie de faixa edificada, algo estreita e embutida num bloco urbano tradicional de Lisboa, um conjunto de 41 quartos, um terraço com vista no quinto andar e ainda um bar no rés-do-chão com 21 lugares e um restaurante (este situado numa cota inferior à avenida).

Os quartos distribuem-se pelos seis pisos, com a suite premium a situar-se numa das esquinas do último andar, com três frentes panorâmicas para que do mergulho na decoração marinha se salte para outro mergulho da paisagem urbana lisboeta – os telhados e as frontarias, os elétricos amarelos e, ao fundo, o castelo. Em todos eles, há apontamentos decorativos que trazem os elementos da casa de banho para algum tipo de protagonismo, nomeadamente a banheira – que está quase sempre num lugar central – ou o lavatório, que pode ser uma pequena obra de arte. A compor o ambiente, há peças criadas por Nini Andrade e Silva, e outro mobiliário de autor, sem nenhuma peça que não seja de materiais nobres ou isenta de um design muito cuidado.

Durante a estadia, é possível que se passe por todos os espaços, até porque o hotel não é grande: pelos quartos, que têm todos configurações diferentes, mercê do desafio arquitetónico, pelo terraço de vistas amplas, pelo bar cujo balcão e poltronas são autênticas esculturas a evocar corais. Ou ainda pelo restaurante Banho, onde uma carta de cozinha portuguesa interpretada com grande frescura pelo chef Hugo Landeiro vale bem a pena que se fique uma noite para jantar, nomeadamente na intimista sala do bar, onde se pode começar por um cocktail antes de avançar pela refeição. E não se recomenda saltar etapas, porque das entradas às sobremesas é tudo delicioso, bonito e surpreendente – em total coerência com este singular Beautique Hotel.

 

Este artigo foi originalmente publicado no site da Revista Evasões no dia 25 de janeiro de 2018.

 

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.

 

Leia também:

10 camas de sonho para todos os gostos
Um mundo para descobrir na Almirante Reis
Lisboa tem um novo pátio secreto para beber e petiscar




Outros Artigos





Outros Conteúdos GMG





Send this to friend