Dormir na casa do Robin dos Bosques português

O espírito do salteador Zé do Telhado ainda paira pelo casario deste turismo local em Penafiel. Aqui nasceu e viveu, no século XIX, o chamado “Robin dos Bosques português”.

Estamos a apenas 30 minutos do Porto mas a sensação é a de que estamos muito mais longe. Tão perto do bulício da Invicta, tão longe dos seus ruídos e confusão citadinos. Na propriedade que acolhe quatro casas de aldeia reabilitadas para turismo paira ainda a sombra do Zé do Telhado – José Teixeira da Silva -, o conhecido salteador nortenho que aqui terá nascido e vivido com a família. Rodeadas de campos verdes, imersas na ruralidade, as Casas do Telhado são opção para uma escapadinha ou para uma estadia mais prolongada. É convidativo passear pela propriedade, mas está à disposição um vasto leque de atividades, desde andar a cavalo até participar nas vindimas.

As construções em pedra, confortavelmente equipadas e decoradas com simplicidade, aproveitando alguns objetos encontrados quando estas paredes ainda não eram mais do que ruínas, estão preparadas para que «as pessoas se sintam como em casa e não apenas para vir e ficar a dormir», explica o proprietário, José Cunha, que com a mulher, Susana, se aventurou na recuperação das casas, uma T2, uma T2+1 e duas T3.

Todas contam com aquecimento central e lareira, para além dos já quase inevitáveis internet e televisão por cabo. As Casas Telhado não têm serviço de pequeno-almoço, mas os clientes recebem um cabaz de boas vindas, com leite, queijo, manteiga, vinho e laranjas da propriedade para que possam instalar-se sossegadamente após a chegada, e de manhã o pão fresco é pendurado na maçaneta da porta.

É ao longo de um curto passeio pelos terrenos em redor que descobrimos, escondida, uma outra construção em ruínas que Zé do Telhado usava como esconderijo.

A piscina está mesmo ali ao lado, sempre com vista sobre os tais verdes campos, e, se o tempo estiver de feição, a churrasqueira ou o forno a lenha no exterior convidam a uma refeição sobre as mesas de madeira cujos tampos basta retirar das paredes. Para quem não quiser andar às compras – há supermercado e mercearia próximos -, é possível encomendar «comida caseirinha» de um restaurante local que tem um acordo com a propriedade. Sujar-se não é problema, há uma lavandaria e o seu uso é gratuito. Se seguirmos a rota do espelho de água que nos chega através de trilhos desde o cimo da propriedade, passamos pelo moinho que está prestes a moer farinha, pelos patos que se passeiam livremente.

É ao longo de um curto passeio pelos terrenos em redor que conhecemos, escondida como convinha, uma outra construção em ruínas que Zé do Telhado usava como esconderijo. Para além da referência histórica ao chamado “Robin dos Bosques português”, assim conhecido porque, reza a lenda, o chefe da quadrilha mais famosa do Marão roubava aos ricos e dava aos pobres, José relembra o quanto se pode fazer sem sair daqui.

Pode-se, por exemplo, fazer passeios pedestres, andar de bicicleta ou a cavalo, jogar ténis ou voleibol. Na altura das vindimas, a poda e a apanha da uva estão à disposição de quem as quiser experimentar. Mas há também caiaques para andar no rio Tâmega e o campo de golfe de Amarante está a apenas 20 minutos de carro. Para quem pretender uma fruição mais cultural, é bom lembrar que estamos no centro da Rota do Românico e se há coisa que não falta a distâncias razoáveis são monumentos históricos para visitar.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.

 

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