Dormir junto a Tavira como em casa dos avós

Entre a sede de concelho e Cacela Velha fica esta casa de turismo rural que parece recuar no tempo. A sensação é a de chegar a casa de familiares para aproveitar o que a terra tem de bom para dar.

O nome pode induzir em erro os mais distraídos. De facto, não se trata de uma pensão, ou pelo menos não como a imaginamos nos dias de hoje. «Pensão era um hotel do século XVIII ou XIX, que havia nas cidades, vilas e à beira das estradas, em que as pessoas recebiam os visitantes nas suas casas como se fossem da família», começa por explicar Rui Liberato de Sousa, sócio, a meias com Nuno Ramos, desta casa de turismo rural. «O lado algo pejorativo do termo “pensão” tinha graça para nós, porque alguém que entenda o conceito que aqui implementámos e vá ao nosso website entende logo que isto não é uma pensão», conta bem-disposto.

Entre a casa principal original e os novos módulos são seis quartos, parte deles com pátio privativo. A decoração oscila entre o rústico e o ambiente de casa dos avós. Há um certo conforto de infância feliz e de regresso ao passado nesta Pensão Agrícola. De certa forma, há uma sensação de ir a casa de familiares. Rui Liberato de Sousa confirma ter sido esse o propósito: «Queremos que as pessoas se sintam em casa, que haja uma certa familiaridade. Muitos dos objetos que estão aqui são peças de família, mobiliário português antigo e algumas coisas do tempo da casa original, como os linhos que usamos, que têm os monogramas da família».

E a história da família que ali viveu foi preservada. «Quando comprámos o terreno, tudo isto estava abandonado, mas dentro da casa estava tudo intacto: os móveis, as fotografias, os copos, os linhos… Parece que as pessoas fecharam a casa, foram embora e tudo ficou igual até 2010, tipo cápsula de tempo.» Rui quis saber mais, contactou os antigos proprietários, de São Pedro do Estoril, mas estes não sabiam de nada. «Um dia entrei no cemitério de Conceição e havia um jazigo grande que tinha o seguinte: Manuel da Silva Gomes faz este jazigo para a sua mulher Rita da Silva Gomes e as fotografias que lá estavam eram as que eu tinha aqui», conta. Ficou a saber que Rita era da zona e que a sua família era dona das propriedades em redor, que eles casaram nos anos 1920, até há uma fotografia do casamento, a família deu-lhes este pedaço de terreno, construíram a casa e ali viveram e tiveram uma filha.

Dentro do espírito, também o pequeno-almoço vai buscar parte dos produtos aos terrenos deste hotel rural, como figos ou as laranjas. Mas há croissants folhados, pães de alfarroba com queijo fresco, compotas caseiras… Tudo servido à mesa, perfeito para quem não é adepto do constante sentar-e-levantar logo de manhã. Porque na Pensão Agrícola o ritmo é o da tranquilidade e nada a deve perturbar.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.

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