Castelo Rodrigo: dormir e comer numa aldeia histórica

Conheça melhor a aldeia histórica de Castelo Rodrigo e o que fazer, onde dormir e comer junto às muralhas do seu castelo. Veja mais na galeria.

Histórias de traições, ambições, vinganças e coragem ajudaram a definir o que é Castelo Rodrigo, povoado fortificado integrado no roteiro de Aldeias Históricas e renovado nos anos 1990. Mantém hoje um aspeto cuidado e dentro das muralhas que ainda existem há negócios que valorizam a vila, explorando o seu potencial turístico.

Desde o início da fortificação, ainda no Reino de Leão, saltou de portugueses para leoneses e muçulmanos, tornando-se definitivamente território português em 1297. Um namoro prolongado com Castela, tanto durante a crise de 1383-85, como durante o domínio filipino, que deu ao fidalgo português Cristóvão de Moura, que trabalhava para o reino Espanhol, os títulos de conde e marquês, marcou o aldeia como sendo traidora à nação.

Agora, séculos depois e pacificado o ambiente, todos são bem vindos a conhecer o que resta do castelo, onde está o antigo palácio de Cristóvão de Moura, incendiado pela população depois da restauração da independência, em 1640. Aquando da renovação da aldeia, começaram a nascer os primeiros negócios. Ana Berliner e António Monteiro, dois biólogos lisboetas, foram pioneiros. Recuperaram um edifício e lá instalaram a Casa da Cisterna, de turismo rural. Na varanda que sai da sala de estar, vê-se a elegante piscina, a aldeia e, ao fundo, o Vale do Côa. Surpreende o ambiente caseiro bem como a simplicidade e bom gosto dos quartos, com entradas de luz inesperadas e objetos únicos.

Simplicidade é um traço que une outros projetos que dão vida à aldeia, como é o caso da loja Sabores do Castelo, onde o francês André Carnet cria as amêndoas doces. Este antigo engenheiro agrónomo, que decidiu passar a sua reforma na aldeia, quis fazer amêndoas devido a uma memória de infância: «em Paris, após a II Guerra, um homem vestido de fraque conduzia uma carrinha até à Praça da Ópera, onde fazia praliné». André nunca o tinha feito, mas decidiu aprender o ofício.

Muito perto, outro espaço chama a atenção. Sabores da Geninha é a loja aberta há dois anos pela acarinhada doceira de Figueira de Castelo Rodrigo Eugénia Torres. É naquela vila que tem a sua oficina de doces, onde confecciona amêndoas doces e compotas com produtos locais, mas também bolos e bolachas à base de amêndoa, manteiga de amêndoa, entre outras coisas. Na loja da aldeia vende estes produtos e artesanato.

Há ainda uma surpresa: Castelo Rodrigo tem um café dedicado à cerveja artesanal. «No início foi difícil. As pessoas desconfiam das novidades», diz Helena Sousa, que com o marido João gere o Cantinho Café. Em 2012, transformaram este café da sua família num espaço dedicado à cerveja artesanal feita em Portugal, o que veio dar novo fôlego ao negócio. Há dezenas de referências de cervejas que podem aqui ser degustadas. É um paraíso para amantes de cerveja e de história, ou não estivesse o castelo a meia dúzia de passos.

 

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