Carnaval é pretexto para passeio em Estarreja

A cidade tem folia e arte nas paredes. Tem pratos tradicionais, gastronomia moderna, e um café num parque com vista para um rio.

Estarreja está vestida a rigor para mais um Carnaval. É impossível não dar por ele. A mascote está no alto dos postes de eletricidade, ouve-se samba gravado na praça central da cidade às 10 da manhã, as bancadas para assistir aos desfiles estão montadas mesmo em frente à câmara municipal, vários estabelecimentos comerciais estão decorados a preceito, os pratos dos restaurantes são pousados em toalhetes verdes com o programa festivaleiro estampado, há casas de banho portáteis aqui e acolá, há bares preparados para não fechar as portas.

O Entrudo pode ser um cartão-de-visita para uma estadia mais demorada. Para descobrir a terra onde nasceu Egas Moniz, o nosso Nobel da Medicina, para esbarrar em pinturas que tiram o fôlego e que estão em casas, paredes, nas finanças, no cineteatro da cidade. Estarreja tem um roteiro de arte urbana a céu aberto: são mais de 20 pinturas em vários locais de diversos artistas nacionais e internacionais. «Têm de ir ver a pintura no cineteatro, é muito bonita», aconselha-nos uma senhora. E nós vamos.

Sambar em Estarreja

Nestes dias, respira-se Carnaval em Estarreja. Tiago Sousa Tavares serve cafés aos clientes habituais. Ainda não sabe do que se vai mascarar, ainda lhe falta decorar o jardim do seu Saramago Caffé Bar, na praça central da cidade, mas já tem os Bamba Social para animar o próximo domingo a partir da meia-noite.

Estarreja tem um roteiro de arte urbana a céu aberto: são mais de 20 pinturas em vários locais

É um espaço simpático idealizado por si com ajuda do carpinteiro Paulo Ferrão, de Aveiro. Mobiliário feito à medida, madeira nas paredes, madeira a imitar escamas no balcão, antigos bilhetes dos filmes do cineteatro espalmados em quadros. Saramago é nome de família que Tiago fez questão de manter quando a loja de tecidos se transformou num café-bar que não tem folgas. É um ponto de encontro, gente mais velha durante o dia, malta jovem à noite.

«Não queríamos mais um café, queríamos uma coisa diferente», conta. O bar é luminoso, os clientes conversam, Tiago conhece-os pelo nome. É uma terra pequena, acolhedora, que conta os dias para o grande corso que sai domingo e terça pelas 14h30. Os bilhetes custam cinco euros, crianças até aos 12 anos não pagam. Antes disso, esta sexta-feira, a partir das 21h30, as escolas de samba desfilam a dois passos do Saramago, o bar que tem gins, cerveja artesanal, vinho a copo, natas, torradas, tostas mistas.

Estarreja tem um terreno bem cuidado com vista para o rio Antuã, parque infantil, bancos, mesas. As irmãs Sara Homem e Raquel Ferreira chegaram há sete anos a um bloco de madeira, ou seja, ao Café do Parque com esplanada com vista para baloiços de madeira, para o rio Antuã, diversões infantis, um parque verde. Trouxeram ideias de decoração, forraram cadeiras com padrões coloridos, colocaram livros numa prateleira à entrada, e produtos regionais à venda, como enguias em molho de escabeche, mel de néctar de mirtilo e biscoitos caseiros.

É um café para todas as idades, amigo das crianças, com chás variados – verde de jasmim, menta, preto de baunilha, infusões de pêssego e manga –, chocolates quentes, gelados, batidos, crepes, bolo do dia, tostas, sangria de espumante, sumos naturais. Chão e teto de madeira, móveis antigos e modernos combinam neste café onde Sara Homem mostra os seus trabalhos de costura criativa: estojos, bonecos, carteiras, capas para livros em tecidos coloridos.

Comer, beber, bailar

Para reconfortar estômagos, Estarreja tem opções para diferentes gostos: pratos mais tradicionais e modernos. O Restaurante Xixas abriu em julho do ano passado com uma vontade imensa de inovar. De fazer diferente. E conseguiu. Aproveitou paletes para a decoração, comprou marmitas onde serve o pão, usa canecas antigas de alumínio para servir batatas fritas caseiras, escreveu o menu num quadro negro na parede, pregou as ementas em tábuas de madeira.

Para reconfortar estômagos, Estarreja tem opções para diferentes gostos: pratos mais tradicionais e modernos.

O casal Pedro Fonseca e Maribel Pinho apostou numa oferta diversificada. Pedro está na cozinha, Maribel na sala. Opções não faltam. Xixa burguer rosa servido em bolo de caco que leva beterraba e é servido com queijo, alface, tomate e cebola crocante, acompanhado de maionese de alho.

Cocktail de polvo com alface e rúcula. Bruschetta de salmão com pão, queijo de barrar, salmão, cebola, alcaparras. Cogumelo Portobello recheado com tomate, bacon. Iogurte no forno, iogurte grego com leite condensado e cozido em banho-maria no forno. Há também medalhão de porco com chutney de maçã, carpaccio, bife de frango com molho de mel, mostarda e limão. No Xixas, a cozinha não fecha, há serviço de snack, há pratos diários, e os clientes podem escolher o acompanhamento que quiserem.

Comida portuguesa

Do outro lado da rua, há petiscos no EntreTapas. Rojões à portuguesa, pezinhos de coentrada, pica-pau com molho de mostarda e chamuças partilham a vitrina do balcão. Miguel Mano, o proprietário, pediu para decorar a montra do restaurante com o boneco do Carnaval em ponto grande. Paula Almeida é a cozinheira, a mulher que deixou de ser bancária para se dedicar à comida, e que trata das especialidades da casa.

Todos os dias, há comida tradicional que vai variando. Pataniscas, moelas, feijoada de chocos, salada de polvo ou de feijão-frade, búzios, orelheira com molho verde, tripas, mais um prato diário de carne ou peixe, e os pratos fixos que são o bife à casa, a francesinha, a alheira de Mirandela grelhada numa cama de grelos. Paula Almeida não tem mãos a medir por estes dias. A cozinha está por sua conta. «E é tudo confecionado na casa», garante. À sexta e ao sábado há sopa de peixe e nas sobremesas há torta de laranja e rabanadas com ovos moles todo o ano.

A praça central de Estarreja não sossega. Segunda-feira à noite, véspera de Carnaval, há baile com forró a partir das 23h00. E a folia prolonga-se noite fora, madrugada adentro. O Bar da Tomázia está preparado para isso, decorado a preceito com objetos alusivos à época nas paredes, serpentinas espalhadas pelo balcão de mármore. Rui Mendonça, proprietário do bar, explica que no Carnaval o seu estabelecimento «transforma-se num bar festivo».

A praça central de Estarreja não sossega. Segunda à noite, véspera de Carnaval, há baile com forró a partir das 23h00

Sempre a bombar com música alusiva ao momento e gente mascarada com vontade de dançar sem parar. As mesas e cadeiras são normalmente arrumadas para não atrapalhar as danças. Os corsos passam ali à porta. «É o bar com mais tradição de Carnaval em Estarreja», adianta. E o retrato da senhora Tomázia está na parede. Tomázia era a senhora que cuidava das casas de banho públicas em frente ao bar e onde agora está uma esplanada.

Descansar do Carnaval

O Carnaval alegra a alma, mas mói o corpo. Também é preciso parar o pé e descansar. A Casa do Sino, imóvel centenário, de 1913, exemplar da Arte Nova, em Salreu, está preparada para receber entre uma a duas famílias num lugar recatado, com jardim e piscina ao ar livre que no tempo mais frio é coberta. Dois quartos de casal, dois quartos de solteiro, sala de estar, cozinha, zona de refeições, enchem uma casa com história e instalada entre o campo e a cidade.

Com ar mais moderno, a três quilómetros do centro de Estarreja, está o Tulip Inn Estarreja Hotel & Spa com vista soberba e oferta para estadias de negócio e lazer. Tem 67 quartos, restaurante com sabores tradicionais, bar, piscina, sauna, ginásio, Spa, court de ténis, mini golfe, internet. Tudo o que é preciso para recuperar energias.


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