Quem conduz na Estrada do Olival em direção ao Viceroy at Ombria Algarve, aberto dia 1 de outubro, a meia-hora de Loulé, talvez não esteja na expectativa de encontrar um resort tão destacado com as colinas mediterrânicas do barrocal algarvio ao fundo. Só a aproximação deixa entender a escala, composta por 24 edifícios de tamanhos e orientações diferentes e pintados com distintos tons de branco. “A intenção do projeto foi recriar uma aldeia algarvia”, com uma rua principal e caminhos interiores, explica o diretor Duarte Gonçalves Cunha.
O empreendimento imobiliário tem 65 moradias, apartamentos e casas em banda com a marca Viceroy – gestora americana que se estreia assim em Portugal – e 76 quartos de hotel. Cada um tem caraterísticas singulares, como terraço, varanda com assentos embutidos, piscina privada ou jacúzi, bem como pequenas cozinhas, despensas e zonas de vestir que os tornaram verdadeiras casas de férias, decoradas pela Wimberly Interiores com foco no artesanato algarvio.
Por detrás do Viceroy at Ombria Algarve está o Pontos Group, uma família de origem finlandesa que “já conhece a região” há muito. A vontade de criar este “projeto de paixão”, acrescenta Duarte Cunha, terá nascido numa primeira visita à Quinta da Ombria, no concelho de Querença, em Loulé, em 1997.
O primeiro equipamento a ser inaugurado pela família proprietária, em abril deste ano e desde então tendo grande procura, foi o campo de golfe de 18 buracos e 71 par. Ao desenhar o equipamento desportivo, Jorge Santana da Silva adotou uma visão sustentável, posicionando os greens e fairways de modo a misturarem-se com as árvores centenárias e cursos de água. Ao todo, foram restaurados 1.800 metros lineares de habitats fluviais ligados a 25 quilómetros de nascentes, incluindo a ribeira de Algibre, que passam na propriedade de 153 hectares.
Uma das intenções da WATG e Promontorio, que assinaram o projeto de arquitetura, foi honrar o lugar com o uso de materiais e técnicas locais, como as telhas de Santa Catarina e a taipa (um tipo de betão), criando uma estética depurada, tão algarvia quanto mourisca. Além dos espaços livres, jogos de sombras e bancos tradicionais, sobressai a torre sineira que guarda a praça comunitária, cujo Café Central reúne padaria, geladaria e pastelaria caseiros, café de especialidade, refeições ligeiras e loja gourmet e de conveniência.
Do sol à lua
Pedro Pinto, que se estreia a solo como chef executivo depois de ter estado no Vila Vita e Pine Cliffs, entre outros cinco estrelas algarvios, cuida da gastronomia, também, no Ombria Kitchen, sempre aberto, com cozinha portuguesa de pendor algarvio com produtos locais e da época; Casa & Fora, bar do clube do golfe, com pratos do dia e cervejas artesanais nacionais; Salpico, bar de apoio às piscinas exteriores, uma delas aquecida; Bellvino, bar de vinhos que deverá abrir na primavera; e Solalua (um bar gastronómico e criativo, animado por cocktails).
Por estar dividido entre todos eles, o profissional tem nas chefs Joana Apolinária e Diana Nunes importantes braços-direitos, que juntamente com as equipas garantem a consistência do arroz
cremoso de robalo com berbigão e amêijoa do menu do Ombria Kitchen; e do polvo de Santa Luzia com molho de chouriço de Monchique e gel de limão servido no Solalua, a título de exemplo. As harmonizações vínicas estão a cargo do escanção Gonçalo Mendes, considerado o Melhor Sommelier de Enoturismo pela Associação Portuguesa de Enoturismo, em 2023.
Enquanto o Bellvino é preparado, o sommelier adapta as atividades a diferentes locais do hotel. Além das provas de vinho Portuguese Journey (vinhos de diferentes regiões do país), Taste of Algarve e Blind Your Blend (prova de monovarietais com castas algarvias) harmonizadas com ostras, presunto, queijos e azeites, há a intenção de realizar um jantar enogastronómico, com um produtor local convidado, a cada três semanas; e uma semana do produtor, não apenas de vinhos, mas também de mel, hidromel e melosa, entre outros produtos endógenos.
O “outro lado do Algarve”, que a marca acredita ser mais autêntico e próximo do modo de vida de quem habita o barrocal, dá-se a conhecer ainda em atividades como ser pastor por um dia; conhecer o processo da colmeia ao mel; fazer cerâmica local; observar aves; explorar trilhos pedestres e de ciclismo; fazer piqueniques no vale; e passear pelas vinhas das redondezas. No hotel, um ginásio e sauna estão disponíveis, mas será preciso esperar pela próxima primavera para visitar o Spa by Viceroy, onde o bem-estar e relaxamento terão uma abordagem holística.
Longitude : -8.2245