Um solar barroco e uma aldeia recuperada. As novas dormidas de Arcos de Valdevez

Hotel Solar do Requeijo (Fotografia de Artur Machado/GI)
Um conjunto de seis edifícios em Selim transformados em alojamento rural, airosos e confortáveis, mantendo traços da arquitetura original. E um palacete setecentista convertido num hotel de charme com vista para o rio Vez.

Outra vida na aldeia
A viver nos Estados Unidos desde tenra idade, mas com forte ligação à terra onde nasceu, há muito que Fernando Araújo andava a matutar a ideia, juntamente com a mulher Isabel, de recuperar parte do edificado de Selim, uma aldeia de meia encosta da freguesia de Couto, a sete quilómetros do centro de Arcos de Valdevez.

 

A intenção ganhou forma em 2021 com a inauguração das Casas de Selim, um conjunto de seis edifícios (quatro num complexo fechado com piscina e mais dois a 200 metros) restaurados e transformados em alojamento rural, com comodidades modernas, mas mantendo traços da arquitetura original. Os tetos altos em madeira e os fornos de pedra, para onde tende o olhar ao entrar nas cozinhas de algumas das casas, são alguns dos elementos preservados no processo de recuperação, que procurou respeitar a tipicidade da aldeia.

Casas de Selim (Fotografia de Artur Machado/GI)

Casas de Selim (Fotografia de Artur Machado/GI)

 

De tipologias que vão do T1 ao T3, a que se juntam um sofá-cama para acomodar mais duas pessoas, todas as casas estão equipadas com cozinha e sala de estar e têm acesso a um agradável jardim. A decoração, airosa e de tons claros, segue as mesmas linhas em todos os alojamentos, mas não há dois iguais. A Casa da Eira, uma antiga casa de sequeiro e de apoio de lavoura, rodeada de espigueiros, tem a vista mais soalheira de todas e é ideal para casais. Já a Casa Mãe, a casa de família onde Fernando passou muitas férias de infância, acolhe grupos mais numerosos que se podem juntar em redor de uma grande mesa de jantar.

Em fase de conclusão está uma mercearia e taberna de apoio aos hóspedes, mas também para servir os habitantes da aldeia. Afinal, o objetivo é trazer nova vida a Selim.

Casas de Selim (Fotografia de Artur Machado/GI)

 


Luxo num solar barroco
Depois de décadas ao abandono e em risco de ruína, o Solar do Requeijo, na margem esquerda do rio Vez, a olhar a vila do outro lado, reabriu portas há um ano como hotel de charme, o primeiro cinco estrelas do grupo Luna Hotels & Resorts.

De cara lavada e interiores devolvidos à antiga glória, o palacete setecentista, classificado como imóvel de interesse público, acolhe 12 suítes amplas e luxuosas, a que se juntam mais 15 num edifício complementar, de estilo contemporâneo, de nome Terraços do Solar, e que se liga à casa senhorial por uma passagem subterrânea.

Hotel Solar do Requeijo (Fotografia de Artur Machado/GI)

Hotel Solar do Requeijo (Fotografia de Artur Machado/GI)

 

O edifício solarengo, de duas torres ligadas por um corpo mais baixo, está rodeado de jardins com espelhos de água e apresenta uma decoração clássica e sóbria, replicada na ala mais moderna. Os quartos primam pelo conforto, com camas king size e almofadas que parecem nuvens.

Ficando hospedado na casa nobre, ouvir-se-á o ranger do soalho sob os pés ao atravessar o corredor para a pequena biblioteca com vista para o rio. Os quartos das torres exibem um pé-direito considerável e a pensar nas famílias existem ainda as suítes master, compostas por dois quartos comunicantes, com uma sala de estar entre eles.

 

O hotel tem spa, tratamentos e massagens disponíveis por marcação, piscina interior e exterior, sauna e banho turco. A pedido, são organizadas provas de vinho, piqueniques, lanches e outras atividades para conhecer o território com parceiros locais. Aberto a hóspedes e passantes está também o restaurante São Francisco e o Giela – Wine & Cocktail Bar.

Peixe fresco e uma trilogia doce
A 800 metros do Solar do Requeijo, João Costa comanda a cozinha do Costa do Vez, restaurante que abriu há 41 anos, com a mulher Glória, na antiga adega da casa onde nasceu. Serve comida tradicional, mas não se cinge aos clássicos regionais, embora não falte a posta de cachena. São afamados os filetes de pescada, mas a sopa de cação, o bacalhau à lagareiro e os filetes de polvo também valem referência. Para sobremesa, uma trilogia de doces locais: bolo de mel do Soajo, charutos dos Arcos e bolo de discos.

Costa do Vez (Fotografia de Artur Machado/GI)

 

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