Quando inaugurou o novo boutique hotel, Dona Aninhas, em Viana do Castelo, o chairman do grupo AP Hotels & Resorts, António Parente, natural daquela região, surpreendeu os convidados com uma mensagem emocionante dentro de uma pequena garrafa.
“[…] Este hotel é uma homenagem à minha mãe, mas, também, um reconhecimento a todas as mães que com muito sacrifício criaram, educaram e prepararam os seus filhos para esta difícil viagem que é a vida”, lê-se na missiva, na qual António Parente descreve que a sua progenitora viveu perto de um século e criou seis filhos, a trabalhar a terra. Sem saber ler, nem escrever, ensinou-lhes o respeito, o valor do trabalho, a honestidade e a lealdade. E quis que aprendessem “as letras e os números” para que percebessem o que “diziam os livros e o custo da vida”.
Dona Aninhas [Ana Gonçalves da Silva (1913-2007)] dá agora nome ao hotel “do coração” do grupo, que detém mais seis unidades hoteleiras no Algarve.
O seu retrato, pintado pelo artista Araújo Soares, colocado no lounge, dá as boas-vindas aos hóspedes. Sente-se a sua presença.
“Noventa por cento dos móveis que estão aqui vieram de uma casa que o senhor [António] Parente tem em Viana. Portanto, este hotel é uma casa. Queremos que as pessoas sintam que estão numa segunda casa”, indica o diretor-geral do grupo, Emanuel Freitas.
AP Dona Aninhas (Fotografia de Rui Manuel Fonseca/GI)
A unidade de quatro estrelas, com 64 quartos e suites, situa-se no Largo Vasco da Gama, no centro histórico, pelo que é possível uma estadia praticamente sem necessitar de carro. “Daqui, vou às bolas de Berlim do Natário em dois minutos”, destaca o diretor-geral.
Por fora, o hotel chama a atenção pela cor viva e pelas janelas com toldos às listras. Por dentro, a decoração é inspirada nas tradições e cultura locais. Possui três pisos temáticos, dedicados aos bordados de Viana, à filigrana e aos navegadores. Todos banhados por luz natural, que entra por uma grande clarabóia.
AP Dona Aninhas (Fotografia de Rui Manuel Fonseca/GI)
Dos quartos avistam-se mar, rio e montanha, Santa Luzia e a frente ribeirinha da cidade. Destaque para o bonito e confortável 216, que parece uma pequena casa, com relíquias do tempo da matriarca e uma banheira com pés dourados. E para o 312, que tem jacúzi na varanda e cuja vista abarca na totalidade o antigo navio-hospital da frota bacalhoeira Gil Eannes.
O bar, instalado no centro do primeiro piso, sob a clarabóia, convida a ficar, e o restaurante, ao lado, aposta em “comida regional e de conforto”.
AP Dona Aninhas (Fotografia de Rui Manuel Fonseca/GI)
A sala de refeições tem nas paredes telas de Diogo Navarro, inspiradas em coreografias de Olga Roriz (também nascida em Viana do Castelo), e expõe bordados tradicionais da artesã vianense Conceição Pimenta. Emanuel Freitas chama a atenção para um instrumento naquele espaço: “Vamos ter piano ao pequeno-almoço”.
Sala de conferências, serviço de coffee breaks e banquetes, ginásio, spa com piscina interior, sauna, banho turco e jacúzi, e salas de massagens e tratamentos, são outras valências do Dona Aninhas.
Longitude : -8.2245