Refúgios para escapar nos feriados (e sempre que apetecer)

Hotel Eco-Lodge Villa Epicurea (Fotografia de Leonardo Negrão/GI)
São casinhas no meio da Natureza, preparadas para um mergulho de sossego entre paisagens generosas e ar puro. Há casas moinho e uma casa na árvore, cabanas e refúgios de pedra, rios e ribeiros, piscinas e alpendres, vistas e atracções que dispensam ecrãs. São 11 lugares onde não é preciso mais nada além da vontade de descansar e aproveitar a envolvente natural, mas com todas as comodidades do conforto físico e tudo o que é preciso, incluindo onde comer e passear nas proximidades. Aproveite estas sugestões de escapadelas para os fins de semana grandes, para as férias ou para quando lhe apetecer.

Casa Teresina: acordar a ver os socalcos do Sistelo

Chegar de noite é uma regra de ouro para uma estadia memorável na Casa Teresina, em pleno coração de Sistelo, em Arcos de Valdevez. Texto de Ana Peixoto Fernandes

Ao entrar, o aconchego compensa o arrefecer noturno típico da serra, assemelhando-se a um abraço. O acordar é a melhor surpresa. Duas imensas janelas na sala-cozinha, viradas para as traseiras, enchem de luz toda a casa, e através delas vislumbram-se os socalcos agrícolas de Sistelo, em todo o seu esplendor.

Faça chuva, sol ou até nevoeiro, o cenário é único e um ponto forte da casa e do qual o casal Sandra Santos e César Pinto procurou tirar partido quando, há três anos, a comprou à anterior proprietária (Teresina). Com ligações à terra pelo avô, que outrora muito andou por ali a negociar gado, foi César quem deu o passo para o investimento. A habitação tem três quartos com WC privativo, sala/cozinha com porta para a rua, garagem e um pequeno jardim, sob as grandiosas janelas.

(Rui Manuel Fonseca/Global Imagens)

Segundo Sandra, uma das primeiras alterações foi precisamente alterar a disposição daquele espaço, para tirar partido da vista. Parte da sala manteve o vermelho original, mas, de resto, apostaram em cores claras para a tornar mais confortável e moderna.

Nos dias frios e invernosos, a lareira torna a casa acolhedora e “ouve-se a chuva no telhado”, diz Sandra. Nos dias claros e mais quentes, abriga e convida a apreciar, em sossego, a bonita e única paisagem através do vidro. Por toda a casa, há pormenores a revelar a sua história e antiguidade, como a escadaria em pedra rústica e a sumptuosa cama de casal do quarto no andar superior que pertenceu à avó da anterior proprietário. Pelo espaço estão distribuídos ainda outros elementos originais da casa, pertencente à família de Teresina, descendente do Visconde de Sistelo. Aliás, é mesmo ali ao lado, na vizinhança, que é possível visitar o castelo do antigo nobre.

(Rui Manuel Fonseca/Global Imagens)

Sandra e César orgulham-se do seu primeiro empreendimento turístico (vem outro a caminho também em Sistelo). “Fiz a casa como se fosse para mim. É familiar. Tem carisma, tem aquele carinho e aquele abraço. Um calor. Há quem diga que é uma casa de bonecas”, descreve a proprietária, que faz questão de dar as boas-vindas aos hóspedes. Completam o bom acolhimento do casal e das gentes da terra, o ar puro, a serenidade e a beleza envolvente, e o conforto da habitação (com cozinha toda equipada, wi-fi e TV satélite), a dificultar a partida.

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Na Quinta da Chouza, em Celorico de Basto, dorme-se em moinhos

Em Molares, Fermil de Basto, encontra-se este agroturismo cheio de sossego e Natureza. Casas-moinhos, uma pequena praia fluvial, um bosquete e os vinhos ali produzidos são alguns dos atrativos da quinta. Texto de Ana Luísa Santos

Plátanos, áceres, choupos, olaias, pseudotsugas, faias e cedros-do-atlas pontuam os bosquetes que rodeiam a Quinta da Chouza, um refúgio com pouco mais de cinco hectares na vila de Fermil de Basto. As zonas verdes – que além de decorativas também se querem pedagógicas, sobretudo para os hóspedes mais novos – apresentam-se como um dos principais encantos deste agroturismo gerido por Francisco Oliveira e a mulher.

A nova sala de provas. (Fotografia: Miguel Pereira/Global Imagens)

A mini praia fluvial. (Fotografia: Miguel Pereira/Global Imagens)

O casal adquiriu a quinta há 27 anos, recuperou-a e acabou por torná-la a sua residência. Em 2016, destinaram alguns quartos para alojamento e abriram a casa ao público, que se rendeu à pequena praia fluvial, onde se passeia num barquinho a remos. A exígua zona balnear é alimentada por um ribeiro que, em tempos, gerava energia para fazer moer farinha nos dois moinhos, hoje equipados com uma cama de casal e uma outra individual. Ambas as casas-moinho têm cozinhas exteriores de apoio e espreguiçadeiras alocadas a cada uma delas na piscina junto da casa principal, onde se encontra a suite familiar deluxe. Esta última opção acolhe até oito pessoas, em dois quartos, cada um deles com uma cama de casal, duas individuais e um berço ou sofá-cama, a pedido.

A piscina tem vista para o Monte Farinha. (Fotografia: Miguel Pereira/Global Imagens)

O interior de uma das casas-moinho. (Fotografia: Miguel Pereira/Global Imagens)

A vertente vinícola, que despontou há três anos, sob a insígnia Chão do Rio, com as vinhas da quinta a darem origem a três referências de vinhos verdes brancos, todos eles DOC. A produção é pequena mas com “a máxima qualidade”, e o resultado pode ser experimentado na recente sala de provas/enoteca, com vista para o Monte Farinha, já no concelho vizinho de Mondim de Basto.

Comer no Sabores da Quinta
A cinco minutos de carro encontra-se este restaurante de comida regional, com vista sobre as serras circundantes. À mesa chega vitela ilhada assada no forno a lenha acompanhada de milhos, joelho de porco e outras receitas de família recuperadas. Sugere-se não deixar de provar a rabanada de vinho tinto.

Caminhar por Celorico
O PR1 de Celorico de Basto é uma forma de conhecer o Castelo de Arnoia e o seu centro interpretativo, bem como dois miradouros e uma capela, ao mesmo tempo que se desfruta dos benefícios de uma caminhada de nível fácil, com 11 kms. O percurso é circular e a sua duração é de 3.30 horas.

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Douro Villa, um refúgio com fundações romanas e vista para o rio

Uma antiga propriedade vinhateira, debruçada sobre o rio Douro, foi recuperada e equipada com todas as comodidades, para oferecer um refúgio no meio da natureza. Texto de Ana Costa

As paredes desta casa senhorial carregam quase 400 anos, mas a história da propriedade vai ainda mais longe. “A casa nasceu sobre umas ruínas romanas e é atravessada por um caminho romano”, conta Aníbal Faria, um dos responsáveis pela quinta, que está na sua família há várias gerações.

Apesar dos séculos que carrega, conforto e frescura é o que não falta a esta casa, reconvertida em alojamento turístico em 2017. O restauro manteve o traçado original do edifício, mas dotou-o de todas as comodidades dos novos tempos. Os interiores harmonizam traços da época, como as bonitas namoradeiras de pedra à janela e os tetos em madeira, com peças de decoração mais contemporâneas, enquanto grandes janelões garantem a entrada de muita luz natural.

(Fotografia: DR)

A casa é composta por três quartos, sala de jantar, sala de estar e cozinha completamente equipada, tendo capacidade para acomodar até seis pessoas. E convidando o tempo, o terraço é o lugar ideal para fazer um churrasco ao ar livre e apreciar a vista sobre o vale do Douro. Faltando alguma coisa, à distância de uma pequena caminhada, encontra-se uma mercearia, uma padaria e até um pequeno restaurante.

O alojamento é apenas um dos 13 edifícios espalhados pela Quinta de Pinhete, rasgada pela Estrada Nacional 108, que aguardam a sua vez para serem recuperados pela família. “A quinta era produtora de vinho, mas com o crescimento do turismo acabamos por mudar o conceito e reconverter a propriedade”, partilha Aníbal. A transformação não se ficou apenas pela casa. Os sete hectares de vinha que rodeavam a quinta deram lugar a um parque, que juntamente com os jardins oferece uma boa dose de espaços verdes para explorar. Os hóspedes têm ainda à disposição uma piscina panorâmica de água salgada com vista para o rio, as montanhas e o vale, e uma apetecível varanda, que convida a um copo de vinho ao final da tarde.

(Fotografia: DR)

A propriedade é alugada através da plataforma Airbnb. Aníbal é o anfitrião e está sempre disponível para indicar atividades e sítios a visitar na região: “Estamos perto de tudo, do Porto, dos passadiços do Paiva, das grandes quintas vinhateiras do Douro…”, e, ao mesmo tempo, num mergulho profundo na natureza.

+ O que fazer perto

Sabores tradicionais
Feijoada, rojões e pica pau são alguns dos pratos caseiros servidos no pequeno restaurante Molha o Bico, a 10 minutos a pé do Douro Villa. A uma curta viagem de carro, encontra-se também a Taberna Pereira, em Ariz, afamada pela posta à mirandesa e ainda o 2Rios Steakhouse & Bar, onde o Tâmega vai cair ao Douro.

Mergulhos e provas de vinho
Passando a Barragem do Carrapatelo para a margem esquerda, surge uma série de praias fluviais para um mergulho refrescante, e continuando caminho rapidamente se chega às águas cristalinas do rio Bestança. Nas proximidades é também possível fazer passeios de barco ou apanhar o comboio e subir o rio para visitar as quintas e adegas do Alto Douro Vinhateiro.

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No Longroiva Hotel Rural dorme-se entre aldeias históricas e o Douro

As termas ainda não reabriram, mas o Longroiva Hotel Rural continua a ser um íman para amantes da Natureza, ou não estivesse entre o Planalto Beirão e o Alto Douro. Num salto chega-se à aldeia histórica de Marialva ou a Foz Côa. Texto de Carina Fonseca

É no concelho de Mêda, numa zona de transição entre o Planalto Beirão e o Alto Douro, que fica o Longroiva Hotel Rural, um quatro estrelas de eleição para quem procura paz na Natureza. Ainda não é conhecida a data de reabertura das termas, às quais tem ligação direta, e que chegaram a funcionar no edifício central do hotel.

(Fotografia: Maria João Gala/GI)

As experiências de saúde e bem-estar associadas às águas termais estão, pois, em pausa, mas há mais para fazer ali e em redor, garante a diretora do hotel, Maria João Soares. Basta pensar que se está a 15 minutos de viagem do Douro (muitos dos que ali ficam planeiam visitar o Vale do Côa, com a sua arte rupestre, Património Mundial), a menos de uma hora de quatro aldeias históricas – Marialva, Trancoso, Castelo Rodrigo e Almeida – e a hora e meia da Serra da Estrela.

(Fotografia: Maria João Gala/GI)

O hotel, de estilo minimalista, resultou de um projeto do arquiteto Luís Rebelo de Andrade, que procurou manter a traça e a componente de pedra do edifício central. Há 34 quartos, de diferentes tipologias, e dez bungalows (T1, com capacidade para quatro pessoas). Os hóspedes têm acesso a piscina exterior de água aquecida, esplanada, bar e restaurante, apostando este último numa cozinha de autor focada em produtos endógenos, como o cabrito ou os enchidos.

(Fotografia: Maria João Gala/GI)

Para estimular o convívio entre paredes, propõe-se jogos de tabuleiro, havendo ainda a possibilidade de fazer percursos pedestres nas redondezas e experiências vínicas em casas parceiras.


Percurso das termas
O circuito pedestre das Termas de Longroiva, na envolvente da aldeia homónima, tem 6,8 quilómetros, é acessível e faz-se em duas horas e meia. O balneário termal marca o início e o fim.


App das Aldeias Históricas
A aplicação móvel das 12 Aldeias Históricas de Portugal disponibiliza informação sobre trilhos (para caminhar e andar de bicicleta), eventos e mais. Disponível para iOS e Android.

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No Vale da Silva Villas há animais e uma nova casa da árvore

O Vale da Silva Villas acaba de juntar uma nova casa da árvore à oferta diversificada – tem desde casas tradicionais até bungalows. Piscinas, jardins, um lago com cisnes, cavalos, ovelhas e outros bichos completam o cenário. Texto de Carina Fonseca

Em setembro de 2019, o turismo em espaço rural Vale da Silva Villas, em São João de Loure, Albergaria-a-Velha, foi atingido por um incêndio que devorou duas casas, incluindo uma emblemática casa da árvore. Depois veio a pandemia. Mas Isabel Costa e Paulo Pereira não se deixaram abater pelas contrariedades: puseram mãos à obra (no que diz respeito a Paulo, a expressão é literal, já que tudo o que envolve madeira tem o seu toque), e até aumentaram a oferta.

Hoje, a propriedade tem nove casas, cujas tipologias e ambientes diferem. Algumas estão limitadas a adultos, por razões de segurança. É o caso da recém-inaugurada Casa da Árvore da Alameda, com uma ponte, a seis metros de altura, que conduz a uma plataforma com mesa e cadeiras.

O novo espaço fica no meio da quinta – habitada por vários animais, desde cavalos, ovelhas e cabras até cisnes, pavões ou tartarugas -, assim como a Casa da Árvore Palafita, a Casa do Lago e a Carroça do Oeste. Outras opções são a Casa da Avó, a Casa de Cima, a Casa do Fundo, a Casa de Madeira e a Casa Branca, que foi remodelada.

Isabel Costa com um dos animais da quinta.
(Fotografia: Maria João Gala/Global Imagens)

(Fotografia: Maria João Gala/GI)

Não faltam piscinas, matraquilhos, pingue-pongue e um restaurante de sabores portugueses caseiros: a Casa da Sogra – Rural Food Truck, cuja cozinha está a cargo de Paulo e de cuja sala se avista apenas verde. Quem quiser ir dar um passeio a pedalar tem bicicletas de acesso gratuito e muito para conhecer, ali e à volta. Além disso, está a apenas 20 minutos de carro de Aveiro e das praias da Costa Nova, Barra e S. Jacinto.

A carroça do oeste.
(Fotografia: Maria João Gala/Global Imagens)

A casa branca.
(Fotografia: Maria João Gala/GI)


Exercício na natureza

A curta distância, existe um espaço privilegiado para apreciar a Natureza, passear e fazer exercício: a Pateira de Frossos, integrada no sistema lagunar da ria de Aveiro.

Banhos de cascata

A cerca de 20 minutos da quinta, já em Sever do Vouga, fica a Cascata da Cabreia, com 25 metros de altura. As águas do Rio Mau refrescam o corpo em dias de calor.

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No renovado hotel Casas da Lapa há vista e sabores de montanha – e uma cascata

A aldeia de Lapa dos Dinheiros, no concelho de Seia, ganhou novos motivos de visita com a reabertura do hotel de montanha Casas da Lapa, totalmente renovado e que até tem uma cascata natural. Texto de André Rosa

Após entrar pela aldeia numa estrada sinuosa e apertada, eis que surge o nome Casas da Lapa numa parede branca, qual recompensa depois da viagem. Largadas as malas no quarto, nada melhor que fazer o reconhecimento deste hotel de montanha, maior por dentro face àquilo que se vê de fora, onde impera a pedra granítica, a madeira e o ferro. O som da água dita o caminho e leva até uma cascata abundante, a lembrar que na Serra da Estrela água é um bem que não falta.

Tampouco vistas largas. Seja das piscinas exteriores em patamares com sombras e espreguiçadeiras (uma para crianças e outra para adultos), seja dos terraços e varandas da maioria dos 15 quartos (oito deles suítes), observa-se a imensidão dos vales, o recorte das serras do Caramulo e do Açor e Espanha, em dias de horizonte limpo. Quando o sol se põe e veste a aldeia em tons dourados, apetece ficar sentado numa poltrona a ler ou tomar um banho de imersão com vista, um luxo permitido pelas spa suítes.

O hoje é resultado de um grande investimento, ultimado mesmo antes do primeiro confinamento. O início da história remonta a 2001, quando Nuno e Maria Manuel Silva, professora de ciências farmacêuticas em Coimbra, trouxeram de Itália a ideia de criar um agroturismo em Lapa dos Dinheiros, terra natal do engenheiro civil. O hotel abriu em 2005, com uma casa, e foi crescendo até à formulação atual, a que se juntam um T2 e um T3 das Casas do Soito, umas ruas acima.

A premissa foi conjugar o charme rústico das casas, mantendo a pedra sempre que possível, com uma arquitetura e design de interior contemporâneos e quase minimalistas, sem descurar o conforto. Outro dos trunfos é o leque de serviços disponíveis: massagens de aromaterapia com mais de 50 óleos essenciais da marca belga Pranarom; sessões de sauna e banho turco (este último temporariamente encerrado); e mergulhos na piscina interior aquecida.

Muito apetecível para se estar sem olhar as horas é também a biblioteca, que além de ter livros e obras de arte de autores portugueses pertencentes à coleção do próprio casal, esconde uma sala de leitura com teto em cúpula ogival. Antigamente, chamavam-lhe “buracas” por serem uma espécie de grutas escavadas na rocha por baixo das casas dos vizinhos, para salgar carnes ou guardar utensílios. Para tomar o pequeno-almoço servido a partir das 09h e sem hora de terminar, há que ir ao restaurante.

Aí, brilha o chef bracarense Tiago Gonçalves, de 21 anos, e que demonstra uma admirável maturidade na elaboração de pratos de autor com base em produtos portugueses e sazonais. O jantar é servido em formato de menu de degustação com cinco momentos e requer uma escolha prévia entre carne ou peixe para prato principal. No copo, brinda-se com espumante da Bairrada, produzido também pelos proprietários.

+ O que fazer perto

Sabores regionais
Em São Romão, a 12 minutos de carro do hotel, encontra-se o restaurante Margarida, equipado com uma nova e agradável esplanada. Na carta de sabores regionais destacam-se o cabrito assado e o bacalhau à Margarida com broa de milho e amêndoa.

Rota da Caniça
Os amantes de caminhadas têm várias rotas para percorrer nas aldeias de montanha. Uma delas é a da Caniça, com quase sete quilómetros circulares (começa na Igreja Matriz de Lapa dos Dinheiros) e nível “algo difícil”. Passa por uma praia fluvial.

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Villa Epicurea, um retiro de bem-estar com vista para a serra da Arrábida

Este pequeno hotel, a 40 minutos de carro de Lisboa e a 20 da vila piscatória, tem três quartos e duas casas, uma piscina biológica e boa comida para descansar no meio da natureza. Texto de André Rosa

Quando Mariana descobriu este pedaço de terra em Fetais, no Parque Natural da Arrábida, não havia praticamente nada – só um mar de pinheiros mansos e o oceano. Desde 2019, quem ali chega vê um hotel de baixa intervenção no terreno: existe apenas um edifício principal (onde funcionam o restaurante, sala comum e três quartos no piso inferior), uma piscina ecológica de rebordo infinito; e duas eco-villas com kitchenette, preparadas para animais de companhia. O projeto, despojado de grandes luxos, inspirou-se nas lições do epicurismo, do filósofo grego Epicuro, que defendia a busca da vida feliz através de desejos e prazeres moderados e sem grandes perturbações.

O Vila Epicurea combina conforto e design. Tem peças de artesãos locais, amenities artesanais nos quartos e roupas de cama de linho ou algodão. Na cozinha comum, está agora a jovem belga Lotte, que com um sorriso é capaz de adaptar o menu do jantar a qualquer dieta – sem glúten, vegana ou vegetariana (amuse- bouche, entrada, prato principal e sobremesa a 28 euros/pessoa). O pequeno- almoço é vegetariano e servido em cada mesa, com a variedade esperada. Antes ou depois, há quem faça ioga ou exercício físico, mas também se pode aprender culinária ayurvedica. Ao final do dia, é imperativo subir ao terraço para assistir ao pôr do sol que tinge o hotel de um inesquecível tom dourado.

(Fotografia de Leonardo Negrão/GI)

(Fotografia de Leonardo Negrão/GI)

+ O que fazer

Food and the Five Senses
“Despertar a consciência, a intuição e a descoberta” dos cinco sentidos é o desafio lançado pela experiência Food and the Five Senses, da Liminal Sessions, que junta gastronomia e natureza. Quem cozinha são os chefs Lea Mirach e Francisco Basílio. A próxima sessão decorre no Vila Epicurea no dia 5 de junho, limitada a 10 lugares.

Comer n’ O Zagaia
No centro da vila, quem quiser fugir ao fumo dos assadores de peixe pode comer n’ O Zagaia, onde não faltam peixe e marisco com toque de autor e um serviço atento ao detalhe. Aberto de quarta a segunda; encerra terça e quarta ao almoço.

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Uma herdade que reabriu mais sustentável, na Costa Vicentina

Na Costa Vicentina, a Herdade do Touril está ainda mais verde, com horta duplicada e dezenas de novas árvores de fruto. Aos mergulhos na piscina juntam-se percursos pedestres e cicláveis e um restaurante ampliado, a dois passos da Zambujeira do Mar. Texto de Nuno Cardoso

Inserida na Natureza em estado puro do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, a Herdade do Touril está ainda mais verde, pronta para receber o verão de 2021. À porta da Zambujeira do Mar, este turismo rural que soma mais de 365 hectares duplicou recentemente a sua zona de horta, que recebeu agora os primeiros melões e melancias da época, e ganhou seis dezenas de novas árvores de fruto, entre laranjeiras, pereiras, figueiras, marmeleiros e ameixeiras.

“Todos os anos tentamos sempre melhorar alguma coisa”, explica Luís Leote Falcão, proprietário da herdade familiar há cinco gerações, onde cabem 18 quartos duplos, de duas a quatro pessoas, e casas T1 e T2 com cozinha equipada e terraços com canteiros de ervas aromáticas. As novidades não se ficam por aqui. O restaurante da herdade, Touril & Celso, ganhou nova vida e uma segunda sala. A cozinha tradicional alentejana é a base para as refeições, numa parceria feita com o restaurante Tasca do Celso, clássico de Vila Nova de Milfontes, que se traduz em propostas como filetes de peixe-pampo com arroz de tomate, pica-pau de porco preto, salada de polvo da Costa Vicentina, açorda e carne de porco à alentejana, por exemplo.

A Herdade do Touril, na Zambujeira do Mar. (Fotografias: Diana Quintela/GI)

Aqui, dorme-se em quartos duplos e casas T1 e T2 com cozinha equipada e terraços.

A herdade voltou a abrir portas há poucas semanas.

Pratos que se podem saborear entre paredes ou no ar livre, no alpendre criado junto à piscina exterior de água salgada, com sombra para os dias quentes e vista para o mar, até porque a Praia do Tonel está ali ao lado. À noite, as atenções viram-se para a zona de lareira ao ar livre, ali também junto à piscina, pedindo um bom serão à conversa com a ajuda de um vinho regional.

Junto à piscina, foi montada uma esplanada para provar as refeições do restaurante.

Uma das salas comuns da herdade.

Caminhar e pedalar até à praia

Durante as manhãs e as tardes, há percursos pedestres e cicláveis para fazer quer junto à Herdade do Touril, quer nas redondezas. O turismo rural dispõe de rotas que passam por locais como montes alentejanos, a praia fluvial de Pego das Pias, a Barragem de Santa Clara ou as pequenas aldeias vizinhas de Fataca e Malavado.

Observar falésias imponentes

A poucos quilómetros do Touril fica uma das mais imponentes e desafogadas falésias da Costa Vicentina, o Cabo Sardão, situado numa arriba com mais de 40 metros de altura. O oceano vai banhando os seus maciços de xisto e rochas calcárias, onde se avistam ninhos de cegonhas.

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Em Vila Nova de Cacela há um turismo rural com casa na árvore e piscina salgada

No barrocal, a poucos quilómetros da praia, ergue-se este refúgio campestre de bem-estar e boa comida gerido por uma simpática família. Texto de André Rosa

No work, no pressure, no traffic, no boss. Os nomes dos quartos são reveladores do que pesava na vida de Marta Guevara, 38 anos, como diretora técnica de uma farmacêutica na Avenida de Roma, em Lisboa. Quando o filho Francisco começou a crescer-lhe no ventre, fruto do casamento com Tiago, que trabalhava na consultora PwC, veio-lhes à mente o desejo de mudar para um estilo de “vida mais saudável” e pausado e “um ambiente favorável” para o ver crescer. Foi nessa altura que descobriram a propriedade do Conversas de Alpendre, em Vila Nova de Cacela, à venda na Internet.

Quando rumaram a sul de malas e bagagens, em 2016, Francisco ainda mal gatinhava. Encaixaram-se os três num quarto, estavam então os apartamentos “entregues às empregadas”, que os mantinham depois de o dono abandonar o projeto (o sonho era da mulher, de quem se divorciara). Estava aberto “há uns seis anos”, mas “não havia piscina nem alpendre”, recorda Marta com boa disposição, sentada à beira da atual piscina de água salgada e aquecida que faz as delícias dos hóspedes de todas as idades.

Pouco a pouco, foram fazendo jus ao nome Conversas de Alpendre, recuperando a fonte e o altar que ali existiam e o edifício, todo em branco, com materiais como o microcimento, madeiras naturais e azulejos de Santa Catarina. Nasceu assim o espaço aberto que acolhe hoje espreguiçadeiras, sofás e a zona de refeições para o pequeno-almoço “sem hora de acabar” e o jantar. “Aqui conseguimos fazer aquilo de que gostamos”, justifica a empresária.

A gastronomia, deixou-a entregue às mãos do chef Gonçalo Esteves, também ele vindo de outras vidas até chegar à cozinha, ligadas a setores como a banca e os produtos hospitalares. De manhã, cada hóspede diz apenas se vai querer carne ou peixe (também há opções vegetarianas). Ao jantar, ninguém sai insatisfeito, sendo a refeição composta por amuse bouche, entrada fria, entrada quente, prato principal e sobremesa. Tudo depende do que há nos mercados de Tavira e Vila Real de Santo António, onde Gonçalo vai abastecer-se.

A faceta familiar do Conversas de Alpendre (os pais e o irmão de Marta – piloto em terra por causa da pandemia – ajudam em tudo o que é preciso) é outro dos trunfos e explica porque alguns antigos clientes continuam a procurar o hotel paratemporadas de sol e bem-estar. De todo o alojamento, distribuído por 10 quartos e suítes, com e sem terraço e decoradas com simplicidade e elegância, destacam-se o logde e a casa da árvore. Se o primeiro é um quarto de luxo camuflado atrás de uma pilha de todos de madeira, com piscina e cama no exterior; o outro é um sonho
de criança para qualquer adulto.

Erguida numa alfarrobeira a 6,5 metros de altura, suficientes para dali se ver o mar, só lhe falta ter cozinha para ser uma verdadeira casa. Mas tem um terraço privativo com baloiço, num piso inferior, e um chuveiro king size entre as comodidades. É o quarto mais cobiçado do Conversas de Alpendre, e na verdade nasceu de uma empreitada de José Carlos, que quis oferecer uma casa na árvore verdadeira ao neto. Segundo conta Marta, foi ele próprio que a construiu. Claro que o pequeno Francisco também não ficou a perder: no terreno onde vivem, mesmo ao lado, tem
uma casa só para ele, e pode brincar à vontade.

+ O que fazer à volta

Comer na Manta Rota
O restaurante Chá com Água Salgada, a oito minutos do hotel, reabriu em abril e tem novo serviço de takeaway. O espaço, de arquitetura moderna, fica em cima da praia.

Estender a toalha em Cacela
A Praia da Fábrica, eleita pela Condé Nast entre as “15 melhores do mundo”, fica a uns quilómetros do hotel e encontra-se dentro da Ria Formosa. Quem quiser pode levar cestos de piquenique para passar lá o dia.

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Dormir no Alentejo Litoral, junho de vinhas e das margens do Sado

Seja nos quartos do hotel ou nas villas familiares, aqui dorme-se no sossego do Alentejo Litoral junto de arrozais – os que iniciaram a história da Herdade da Barrosinha, em Alcácer do Sal – vinhas, sobreiros e as margens do Sado, ao longo de dois mil hectares. Texto de Nuno Cardoso

No sossego do litoral alentejano, a Herdade da Barrosinha, com dois mil hectares, já soma uma história com mais de sete décadas, que começou ligada aos arrozais que se avistam pela propriedade. Aqui, começou por se produzir e embalar arroz e só depois chegaram a criação de gado bovino de forma biológica, a produção de cortiça, de pinha e de vinhos, contando hoje com 100 hectares de vinha.

As noites passadas neste monte alentejano vieram com o Hotel da Barrosinha, o quatro estrelas renovado e ampliado há dois anos, albergando agora 37 quartos duplos e duas suites – no início eram apenas 17 -, espalhados por dois pisos, e combinando elementos de estilos agrícola, industrial e contemporâneo.

Há quartos duplos, suites e vilas para alugar na Herdade da Barrosinha. (Fotos: DR)

A piscina exterior do hotel.

A estes quartos juntam-se as seis villas T1 e T2, que chegaram há três anos para alojar duas a quatro pessoas. Aqui, há kitchenette completa, sala de estar e terraço privado. Já na ampla Casa do Pinhal, a única com quatro quartos, adiciona-se pátio, churrasqueira e piscina privada. Os mergulhos também se podem fazer na piscina exterior do hotel.

Na herdade, ladeada pelo rio Sado ao longo de oito quilómetros, passeia-se à sombra de pinheiros-mansos e sobreiros, visita-se a adega e apura-se o paladar no restaurante Taberna da Barrosinha, à boleia de pratos como bochechas de porco no barro, entrecosto com migas, peixe-galo frito com migas de coentros ou ensopado de borrego. Ainda, é possível fazer passeios pedestres, de bicicleta ou a cavalo em percursos sinalizados, ou participar na colheita de cogumelos e ervas aromáticas.

O quatro estrelas foi renovado e ampliado há dois anos.

A produção vínica faz parte do ADN da Barrosinha.

 

Pacotes para o verão

Para assinalar a reabertura, e até junho, a Barrosinha lança três programas que aliam natureza e os sabores do Alentejo. À Descoberta dos Vinhos (desde 90 euros por noite e pessoa) inclui prova de vinhos e jantar harmonizado, além da oferta de uma garrafa da herdade e bombons. Descobrir a Herdade (desde 72,50 euros) dá direito a passeio de charrete e um cesto para piquenique. A Escapadinha Romântica (desde 143 euros) junta três jantares harmonizados com vinhos da casa, além de uma garrafa e bombons.

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Herdade da Matinha, na costa alentejana, renova-se após 25 anos de imersão na natureza

Passados 25 anos, a Herdade da Matinha apresenta-se mais adulta, mas sem perder o colorido e a espontaneidade permitida pelo desfrutar da natureza que a rodeia. Texto de André Rosa

Já lá vão 25 anos desde que Alfredo Moreira da Silva recebeu, pela primeira vez, hóspedes na Herdade da Matinha. O sonho de erguer um turismo rural começara em 1995 e estava prestes a esmorecer quando, na altura, o casal estava de malas feitas para embarcar para a Austrália. Mas uma amiga falou-lhes de um sítio ideal em Cercal do Alentejo, e Alfredo agarrou a oportunidade. Passados quase trinta anos, aquilo que começou por ser apenas uma ruína no meio de um canavial, com quatro quartos sem água nem luz, é hoje um hotel rural com 35 quartos e suites distribuídos por quatro edifícios.

As grandes novidades dão pelos nomes The Family Barn e The Rose Club. O primeiro – com 16 quartos comunicantes, um lobby comum e piscina – foi pensado para acomodar famílias; o outro, com oito quartos um pouco mais luxuosos, destina- se a adultos. Nas imediações existe também uma piscina e ainda cabanas para dormir uma sesta ou meditar. Ambos os núcleos se situam perto da casa original – a The Owner’s House -, onde funcionam os serviços principais.

“A casa existe para se usufruir da natureza”, diz Alfredo Moreira da Silva, artista plástico de 63 anos natural do Porto. A ideia é abrandar o ritmo de quem ali chega e promover uma reconexão com a natureza da Serra do Cercal, que rodeia a herdade de 110 hectares com sobreiros, pinheiros-mansos e medronheiros. Mais de 65 mil árvores foram plantadas pelo próprio, no sentido de recuperar o ecossistema local, maltratado por décadas de agricultura. A herdade está florida também graças à plantação de roseiras que tem feito em homenagem ao seu avô Joaquim, que foi um importante roseirista.

Em contacto com o exterior pode-se também fazer piqueniques e passear, andar a cavalo e ter aulas de surf, tudo providenciado pelo hotel em parceria com empresas da região. Em breve, haverá quatro salas de massagens. Já no restaurante Mesa, a cargo da “cozinheira de mão cheia” Mariana Domingues, o principal é o jantar, composto por entradas, pratos de carne e peixe e sobremesa, a 32 euros por pessoa. À noite vale a pena ficar pelo bar, criado num novo e amplo deck de madeira. O jovem Santiago, de 24 anos, formou-se em gestão hoteleira e ajuda o pai em tudo, incorporando o espírito e os valores de família e amizade que presidem à Herdade da Matinha desde o início.

+ O que fazer à volta

Comer no Alma Nómada
O chef Ricardo Leite tem uma nova carta executada com produtos locais e elevada técnica. O restaurante fica dentro no Yelloh! Village Costa do Vizir, em Porto Covo, e tem um ambiente balnear.

Passar pela Rota Vicentina
A Rota Vicentina, com 400 quilómetros divididos em dois percursos, passa ao pé do hotel e desemboca em Porto Covo, pelo que se pode fazer a pé ou de bicicleta. Para mergulhar no mar, existem várias praias, como a do Salto.

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Artigo originalmente publicado na edição de 21 de maio de 2021 da revista Evasões.




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