Quinta da Comporta celebra cinco anos de arte e bem-estar à beira dos arrozais

A Quinta da Comporta fica ao lado de extensos arrozais. (Fotografia de Frederic Du Cout Photography)
O boutique resort de bem-estar Quinta da Comporta, na aldeia do Carvalhal, continua a somar pretextos de visita, volvidos os primeiros cinco anos a receber hóspedes de todo o Mundo. Um sonho concretizado, e em desenvolvimento, pelo arquiteto de 59 anos Miguel Câncio Martins.

Inari Okami, a divindade japonesa protetora do arroz e da prosperidade, surge desde dezembro retratada na mais recente obra de Joana Vasconcelos, composta por elementos têxteis, croché, passamanaria e leds. Chama-se Valquíria Inari, estende-se por 12 metros e está suspensa no teto do restaurante Inari. “Além de embelezar, a arte na Quinta da Comporta tem o propósito de contar e recuperar a história deste lugar” profundamente ligado ao cultivo do arroz, explica o arquiteto Miguel Câncio Martins, ainda a celebrar os cinco anos do Wellness Boutique Resort.

Respeitar o património cultural imaterial da Comporta sempre fez parte dos planos, desde que, há 30 anos, começou a sonhar em construir um hotel, neste terreno comprado à família Espírito Santo. Miguel sentava-se debaixo de um grande chorão, próximo do muro que separava a eira do resto, e era ali que ficava a desenhar os esboços da unidade. “Ao princípio não o via com a dimensão de hoje, já que entretanto apareceu mais turismo e tornámo-lo mais ambicioso, mas mudámos muito pouco”, mantendo a eira e dois barracões devolutos como coração do projeto.

(Fotografia de Frederic Du Cout Photography)

(Fotografia de Frederic Du Cout Photography)

(Fotografia de Louie A. Thain)

Outrora afetos ao enchimento de sacas de arroz e, já nos anos 1970, usados como abrigo das máquinas agrícolas, os armazéns foram convertidos no restaurante Inari Comporta e no Oryza Spa, ambos alçados com vigas de madeira de carvalho centenária do Canadá. Aberto não só a hóspedes, mas também aos passantes, a sala de refeições, com bar e lareiras, propõe pratos simples de pendor mediterrânico (sendo que muitos vegetais, frutos e ervas aromáticas provêm da horta do hotel); enquanto ao jantar também serve sushi, com a chancela do lisboeta by Koji.

Para criar este “lugar-casa”, onde pudesse reunir a família, amigos e hóspedes, Miguel Câncio Martins decidiu converter os antigos dormitórios das ceifeiras num edifício principal, distribuindo as acomodações por moradias com piscina, moradias em banda, quartos, suítes e quatro villas T3 com piscina privada aquecida, à parte. Muitas tipologias têm cozinha, e, em comum, móveis desenhados pelo arquiteto, que apostou em interiores em tons neutros com obras de artesãos e roupa de cama e banho de fabrico nacional. Uma espécie de luxo silencioso de tão depurado.

(Fotografia de Louie A. Thain)

(Fotografia de Palomafts)

(Fotografia de Victor fitz)

Nas áreas comuns do hotel, o ecossistema da Comporta reflete-se numa empena esculpida por Vhils em homenagem às ceifeiras, e em dois painéis de azulejos Viúva Lamego assinados pelo artista André Saraiva com motivos marítimos. Incutindo o estilo de vida da Comporta de dentro para fora, o boutique resort convida também os hóspedes a explorar os trilhos entre os arrozais de bicicleta, a pé ou em passeios de buggy; praticar ioga ou meditação; passear a cavalo pelas dunas; observar aves; jogar golfe; provar vinhos e produtos regionais, entre tantos outros ócios.

Também há hammam, sauna, piscina com zona exterior aquecida, duches sensoriais e ginásio. Em dias de calor, a piscina com rebordo infinito e 40 metros de comprimento, debruçada sobre os arrozais, é capaz de projetar a mente para cenários mais asiáticos, mas a oliveira no topo e os aromas da urze e do jasmim recordam logo que se está no Alentejo litoral. No vizinho spa, a quietude mantém-se nas seis salas de tratamentos e massagens que apenas utilizam produtos da marca própria Oryza Lab, que tira partido dos minerais, vitaminas e antioxidantes do cereal.

(Fotografia de André Anutes – Prism.pt)

 

Quinta da Comporta
Rua Alto do Pina, 2 (Carvalhal, Grândola)
Tel.: 265 112 390
Quarto deluxe a partir de 450 euros/noite, com pequeno-almoço.
Preço médio do restaurante, à carta, sem bebidas: 45 euros



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