Inscrições em latim referindo o caráter “sagrado” da água de Mons Cicus (origem latina de Monchique) provam que já o povo romano conhecia as mais-valias desta fonte termal, utilizando-a para proporcionar rituais de bem-estar. Esta água brota das profundezas da terra à temperatura de 32 graus e é tida como a mais alcalina do país (9.5 pH), sendo por isso rica em bicarbonato, sódio e flúor e aplicada em tratamentos do foro respiratório e músculo-esquelético. Um bem natural precioso.
Graças ao conhecimento das suas mais-valias, as Caldas de Monchique, inseridas no vale da serra conhecida como a Sintra do Algarve, tornaram-se um destino muito procurado, já lá vão “70 ou 80 anos”, refere Miguel Velez, CEO da Unlock Boutique Hotels. Agora, esta empresa quer dar-lhe um novo impulso, transformando o parque hoteleiro existente na Villa Termal das Caldas de Monchique Spa Resort. O spa termal manter-se-á em pleno funcionamento, para hóspedes e visitantes.
O boutique hotel Pure Monchique, com 18 quartos e quatro suítes, surge à esquerda na estrada de acesso à vila e é a primeira faceta concluída do resort, tendo aberto há pouco. Os visitantes frequentes das termas reconhecê-lo-ão como D. Carlos Regis, o que, num breve apontamento histórico, remete para a visita que o rei fez à vila de Monchique com D. Amélia de Orleães, na manhã de 13 de outubro de 1897, e durante a qual receberam flores das filhas do médico e gestor da estância termal.
As cores da natureza são chamadas à decoração dos espaços, amplos e luminosos, desde o Pure Bar & Restaurante (onde se servem refeições e lanches) aos quartos, onde o verde da vegetação e o azul da água tingem as colchas e as almofadas das camas. O mobiliário tem design português de linhas contemporâneas e os amenities (óleo-gel de duche, champô e mini-sabonete) são da Oliófora, uma marca do norte do país que cria produtos a partir de óleos de amêndoa e avelã prensados a frio.
Este será o segmento mais alto do resort, composto por três hotéis e um alojamento local, com um total de 130 quartos. A funcionar estão já o Hotel Central, composto por três edifícios do século XIX, as Central Suites & Apartments e as duas piscinas exteriores rodeadas de jardim, com espreguiçadeiras. “O Hotel Termal vai ter uma decoração em tons de branco, num estilo mais mediterrânico e descontraído, e também estamos a construir quartos nos antigos balneários”, revela Miguel Velez.
Passear a pé é a melhor forma de explorar os cantos e recantos floridos da vila, cuja loja de artesanato é um posto dos CTT e onde não faltam uma capela e uma fonte. No Alkaline Bar, com paredes de pedra e lareira para os dias frios, prova-se petiscos algarvios e pães com chouriço cozidos num forno a lenha; e no novo Restaurante 1692 ouvem-se as histórias do tempo em que funcionou ali um casino, enquanto se toma o pequeno-almoço, almoça ou janta, com um menu de cozinha portuguesa.
Estando a 20 minutos das praias de Alvor e D. Ana e a meia-hora da praia de Aljezur, na Costa Vicentina, o Pure Monchique consegue agradar também aos praticantes de surf, BTT e trekking – que no final podem hidratar-se com a própria água de Monchique.
Entre os vários trilhos nas imediações destaca-se o que leva ao Alto do Fóia, o ponto mais alto da região, a 902 metros. É um Algarve serrano que não fica nada atrás das estâncias balneares, e que vale a pena descobrir.
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