A fachada do edifício, em cor branca e adornada de janelas e chaminé do tipo torre em granito, transporta-nos para o final do século XVII, mas a história da Casa Vitória, situada no centro de Ponte da Barca, faz-se de várias camadas e facetas. Começou por ser uma casa senhorial de uma família nobre, esteve depois ligada ao patronato e à caridade, ensinando-se aqui artes e técnicas diversas como os bordados e o canto, e ainda foi casa do quartel da GNR.
Nos últimos três anos, oferece noites de conforto e sossego em qualquer um dos seis quartos duplos, espalhados por dois pisos onde se casa, com impecável equilíbrio, os tempos de outrora e o contemporâneo, juntando-se na decoração peças de autor modernas, sofás e carpetes elegantes a traços originais da casa, como a escadaria, as arcadas e as namoradeiras em pedra junto às janelas. Também há espaço para obras criativas e recicladas, como a garça feita com garfos, que dá vida à zona de refeições.
À frente do espaço está Irene Dantas, parisiense que veio para Ponte da Barca ainda em criança, para frequentar o ensino primário, e por aqui ficou, até dos dias de hoje. “Sempre adorei viajar, mas também gosto muito de receber pessoas de todo o mundo”, explica a proprietária. É professora de História de Arte, tendo natural sensibilidade para vestir esta casa, feita de cores suaves tanto nas zonas comuns como nos quartos.
As vistas, essas, fazem-se tanto para o centro da vila barquense como para a serra do Soajo e a serra Amarela. A mesma panorâmica é partilhada na zona exterior, quer da varanda no piso superior, quer do terraço no inferior, onde se podem mesas para refeições e onde irá nascer, nos próximos tempos, uma pequena piscina exterior.
Na Casa Vitória, o tempo entre-paredes passa-se à boleia de jogos de tabuleiro, ou à frente do pequeno ecrã, com subscrição da Netflix, mas também na zona de biblioteca. Nesta divisão, Irene disponibiliza dezenas de livros dedicados às viagens, gastronomia, à História e aos romances, sem esquecer as duas obras que a própria escreveu, focadas em Fernão de Magalhães, o navegador barquense sobre o qual se tem debruçado e estudado nos últimos tempos.
De tal forma que a ideia, no futuro, é criar nesta biblioteca um centro de estudos Magalhânicos. A ligação não se fica por aqui. O próprio nome dado à casa, Vitória, é uma homenagem a uma das cinco naus de Fernão de Magalhães na sua primeira volta ao mundo, e a primeira que conseguiu completar este feito.
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