Noites tranquilas numa casa barquense com quatro séculos de vida

Noites tranquilas numa casa barquense com quatro séculos de vida
Casa Vitória. (Foto: Rui Manuel Fonseca/GI)
Tem um pé no século XVII e outro na atualidade. Na Casa Vitória, na vila de Ponte da Barca, há vista para as serras do Soajo e Amarela, um terraço onde vai nascer uma piscina e uma biblioteca onde se homenageia Fernão de Magalhães.

A fachada do edifício, em cor branca e adornada de janelas e chaminé do tipo torre em granito, transporta-nos para o final do século XVII, mas a história da Casa Vitória, situada no centro de Ponte da Barca, faz-se de várias camadas e facetas. Começou por ser uma casa senhorial de uma família nobre, esteve depois ligada ao patronato e à caridade, ensinando-se aqui artes e técnicas diversas como os bordados e o canto, e ainda foi casa do quartel da GNR.

Nos últimos três anos, oferece noites de conforto e sossego em qualquer um dos seis quartos duplos, espalhados por dois pisos onde se casa, com impecável equilíbrio, os tempos de outrora e o contemporâneo, juntando-se na decoração peças de autor modernas, sofás e carpetes elegantes a traços originais da casa, como a escadaria, as arcadas e as namoradeiras em pedra junto às janelas. Também há espaço para obras criativas e recicladas, como a garça feita com garfos, que dá vida à zona de refeições.

Alguns dos quartos duplos da Casa Vitória têm vista para a serra. (Fotografias: Rui Manuel Fonseca/GI)

Há três anos que este edifício do século XVII se tornou em alojamento.

À frente do espaço está Irene Dantas, parisiense que veio para Ponte da Barca ainda em criança, para frequentar o ensino primário, e por aqui ficou, até dos dias de hoje. “Sempre adorei viajar, mas também gosto muito de receber pessoas de todo o mundo”, explica a proprietária. É professora de História de Arte, tendo natural sensibilidade para vestir esta casa, feita de cores suaves tanto nas zonas comuns como nos quartos.

As vistas, essas, fazem-se tanto para o centro da vila barquense como para a serra do Soajo e a serra Amarela. A mesma panorâmica é partilhada na zona exterior, quer da varanda no piso superior, quer do terraço no inferior, onde se podem mesas para refeições e onde irá nascer, nos próximos tempos, uma pequena piscina exterior.

Na biblioteca, homenageia-se Fernão de Magalhães.

As antigas namoradeiras, que marcam a estrutura de zonas comuns e alguns dos quartos.

Na Casa Vitória, o tempo entre-paredes passa-se à boleia de jogos de tabuleiro, ou à frente do pequeno ecrã, com subscrição da Netflix, mas também na zona de biblioteca. Nesta divisão, Irene disponibiliza dezenas de livros dedicados às viagens, gastronomia, à História e aos romances, sem esquecer as duas obras que a própria escreveu, focadas em Fernão de Magalhães, o navegador barquense sobre o qual se tem debruçado e estudado nos últimos tempos.

De tal forma que a ideia, no futuro, é criar nesta biblioteca um centro de estudos Magalhânicos. A ligação não se fica por aqui. O próprio nome dado à casa, Vitória, é uma homenagem a uma das cinco naus de Fernão de Magalhães na sua primeira volta ao mundo, e a primeira que conseguiu completar este feito.

O pequeno-almoço serve-se numa acolhedora zona de refeição.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.




Outros Artigos





Outros Conteúdos GMG





Send this to friend