No Montimerso, em Reguengos de Monsaraz, dorme-se a olhar as estrelas

O pátio central do Montimerso Skyscape Country House. (Fotografia de Leonardo Negrão/GI).
A boa comida, os passeios, a hospitalidade e a paisagem são a magia do Montimerso, “mergulhado” no montado alentejano e na Reserva DarkSky Alqueva. Aqui, quase se pode dormir ao relento na companhia das estrelas.

Por ano, o Alqueva tem uma média de 286 noites de céu limpo, sem nuvens e onde a poluição luminosa é muito reduzida. Essa caraterística natural, entre outras, permitiu que a zona do maior lago artificial da Europa (e alguns territórios em Espanha) fosse certificada como o primeiro Starlight Tourism Destination do mundo, pela Starlight Foundation, há 11 anos. Daí para cá, muitos têm procurado o destino para a observação das estrelas, planetas e galáxias, fazendo-o a olho nu ou com recurso a telescópios.

Foi neste anfiteatro de montado de azinho debruçado sobre o enorme espelho de água que Catarina Roseta e Henrique Arnaut Farinha, um casal de engenheiros viajados, decidiram erguer o Montimerso Skyscape Countryhouse, perto de Reguengos de Monsaraz. O nome sublinha a óbvia ligação à Reserva DarkSky Alqueva, onde está inserido e promove noites de observação do céu noturno, mas o hotel é muito mais do que um destino de pernoita para ver as estrelas, não obstante o que isso tem de deslumbrante.

Desenhado pelo arquiteto João Barreto aproveitando o que restava de uma antiga casa agrícola, o edifício térreo espraia-se ao comprido acompanhando o declive do terreno. É como se uma linha reta invisível unisse a azinheira Geralda, ali há mais de 150 anos, numa ponta; e o Castelo de Monsaraz, na outra. A partir dela estendem-se as duas grandes alas com 11 suítes e duas casas T1 e T2. No núcleo comum funcionam a receção, o restaurante de cozinha alentejana Skyscape (que de momento só entrega as refeições nos quartos) e salas de estar com lareiras, biblioteca e um “bar honesto”.

Foi tudo pensado para proporcionar um ambiente de descanso: as paredes brancas para o olhar descansar dos estímulos visuais constantes; as cadeiras de baloiço para deixar o corpo relaxar; e os terraços-alpendre de cada suíte, quatro deles com pequenas piscinas, para assegurar privacidade e conforto. O interior das suítes é minimalista e ganha cor com tapetes e peças de artesanato em vime e em cortiça. No fundo, são quase pequenas “casinhas alentejanas”, como Catarina gosta de lhes chamar.

No curto caminho percorrido até chegar, mais acima, à piscina – do estilo “rebordo infinito”, com espreguiçadeiras e um bar de apoio – percebe-se como todo o Montimerso foi pensado para respeitar o mais possível o estado da paisagem. O prado de sequeiro, por exemplo, foi mantido por não precisar de rega, a iluminação é baixa para respeitar o bem-estar dos javalis, coelhos e raposas que por ali andam e o consumo de água e energia procura ser eficiente. Num solo tão seco como o alentejano prospera ainda um bonito jardim de catos de mais de 20 espécies de todo o mundo.

Fazer passeios a pé dentro dos 55 hectares da Herdade da Geralda, explorar os trilhos em bicicletas de BTT, passear a cavalo, fazer um piquenique com vinho e produtos locais ou simplesmente assistir ao pôr do sol sentado debaixo da azinheira centenária são outros dos passatempos que o turismo rural propõe, além dos que se podem fazer nas redondezas. De tempos a tempos, o Montimerso organiza noites de observação do céu noturno, disponibilizando pufes e mantas num ponto propício para o efeito. Afinal, é por estar imerso em estrelas e natureza que se torna um lugar tão especial a conhecer, e onde apetece ficar.

 

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