Hospes Infante Sagres: o primeiro hotel de luxo do Porto tem nova vida

O átrio do hotel, com os famosos vitrais do ateliê de Ricardo Leone à vista. (Fotografia de Pedro Granadeiro)
Aos 73 anos, o primeiro cinco estrelas da cidade do Porto apresenta-se com visual e oferta renovados. No agora Hospes Infante Sagres, há quartos inspirados n’”Os Lusíadas” e espaço para os amigos de quatro patas.

O primeiro cinco estrelas da cidade do Porto, com 73 anos celebrados em junho, uniu-se à marca Hospes Hotels e surge agora com visual e oferta refrescados. O diretor-geral do Hospes Infante Sagres, Jean Hélière, assinala a forte carga histórica do hotel, que chegou a acolher membros da realeza, estrelas do cinema e da música. Já Francisca Navio, fundadora da Nano Design, responsável pela remodelação, sublinha o cuidado que houve em atualizar o espaço sem o descaracterizar. Elementos mais contemporâneos foram conjugados com obras artísticas e peças de mobiliário clássicas do Infante Sagres, como baús, mesas ou cofres, cujo potencial se quis “aproveitar ao máximo”.

O objetivo foi enaltecer um edifício já bastante rico, que passou por diferentes fases e exibe múltiplos pontos de atração logo no átrio – da lareira aos caixotões do teto, passando pelo papel de parede, que é novo, ao contrário do pavimento, preservado com as naturais marcas do tempo. “Cada detalhe mais imperfeito é propositado, não quisemos camuflá-lo – faz parte da história do hotel”, aponta a designer de interiores, convidando a subir os degraus que acompanham os célebres vitrais do ateliê de Ricardo Leone, amplamente fotografados (também vale a pena usar o charmoso elevador, com banco).

O novo design do hotel foi influenciado pela temática dos Descobrimentos – impulsionados pelo Infante D. Henrique, ou Infante Sagres – e pela obra “Os Lusíadas”, de Luís de Camões. Na zona do átrio e da receção, as tágides (ninfas do Tejo) a que o poeta pede inspiração justificam a escolha de móveis com formas arredondadas, papel de parede com flores de cerejeira e cores como verde e terracota, observa Francisca.

A decoração dos quartos também toma como referência episódios daquela epopeia. Por exemplo, quando o tema é o Consílio dos Deuses, com oponentes e adjuvantes reunidos para decidir o futuro dos marinheiros portugueses, combina-se tons escuros e claros, representando as posturas díspares de Vénus (a favor) e Baco (contra). Outro episódio representado é o d’O Velho do Restelo, retrato de uma certa mentalidade associada aos medos e às vistas curtas, no momento em que os marinheiros embarcam rumo ao desconhecido. Também aqui há simbolismo nas cores, explica a designer de interiores: a terracota remete para “o amor e a dor dos familiares” que veem os seus partir; o verde a esperança de que regressem e sejam bem sucedidos.

Os tons azuis do Adamastor.
(Fotografia de Pedro Granadeiro)

Bem distintos são os quartos referentes ao Adamastor: distinguem-se pela paleta de cores mais escuras, sobretudo o azul do fundo do mar; e mesmo os padrões nos tecidos lembram águas agitadas e tempestuosas. A Ilha dos Amores, por seu lado, une o cinza pastel ao luxuriante bordeaux: vencido o Cabo das Tormentas, com ajuda de Vénus, os portugueses encontram descanso e prazer numa ilha povoada de ninfas.

Quarto inspirado no episódio da Ilha dos Amores.
(Fotografia de Pedro Granadeiro)

Este hotel boutique, no coração da cidade, conta com 85 quartos e suítes, todos diferentes, de diversas tipologias. Os animais de estimação até 15 quilos também são bem-vindos, mediante o pagamento de uma taxa diária, de 30 euros, que dá direito a um pet kit composto por cama, manta e brinquedo. Sem monstros no horizonte, só histórias de embalar.

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Mapa da ficha ténica
Morada
Praça D. Filipa de Lencastre, 62, Porto
Telefone
223 398 500


GPS
Latitude : 39.3999
Longitude : -8.2245




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