Na Quinta da Casa Amarela, dorme-se e passeia-se entre vinhas e história

É no Vale de Cambres que se encontra a Quinta da Casa Amarela, um projeto familiar de vinhos e turismo rural. Foi deste vale que saiu o primeiro “vinho de embarque” (antiga designação dos vinhos do Porto), conta Laura Regueiro, que com o seu filho Gil criou esta casa aberta aos apaixonados pelo vinho e pelo sossego do campo.

Laura Regueiro é uma apaixonada pelo vale onde cresceu. “Tem uma carga histórica muito grande. Como estamos numa região de viticultura de montanha há uma multiplicidade de vales. Cada um com o seu terroir, a sua história. Isso é o que faz a riqueza desta região”, conta a antiga professora de História que reabilitou uma casa da família que não estava a ser utilizada para acrescentar à empresa “o pilar” que faltava. “Já tínhamos a viticultura, a comercialização dos vinhos, o enoturismo… só faltava isto: abrir uma casa de turismo em espaço rural”, refere.

As obras na casa estavam a meio de estar acabadas quando chegou a pandemia. Faltava fazer os quartos, mas a sala de estar onde se servem as refeições e parte do jardim estavam já quase prontos. Assim, os quartos só abriram recentemente e desde o verão que a casa recebe hóspedes.

E quem lá for, fica com certeza a conhecer toda a história do vale, desde o século XII, com a instalação na região de dois mosteiros, São João de Tarouca e Salzedas. “Os cistercienses foram grandes difusores da viticultura. Eles davam as vinhas a explorar às pessoas que aqui viviam”, conta Laura, que gosta de passear com os hóspedes pelo jardim e entre as vinhas, contando as histórias da terra. “Aquele lugar” – diz, apontando para o alto de um monte – “chama-se Renda porque era naquela estrada que os viticultores iam pagar as rendas na véspera de Natal aos monges”.

Continuando a olhar atentamente para a paisagem que envolve a Quinta da Casa Amarela, percebe-se também as especificidades deste vale, da “paisagem-mosaico”, a mais antiga do Douro. “Para cima do Pinhão, há manchas contínuas de vinha. Aqui, a vinha é repartida com plantações de oliveira, é uma região de minifúndios”, refere. Foi neste contexto que os bisavós de Laura, proprietários de várias quintas neste vale, adquiriram esta casa, em 1885. Esta faz parelha com a quinta em frente, também da família e também visitável.

A Casa da Quinta Amarela tem quatro suítes (Ruby, Vintage, Tawny e LBV), que se destacam pela simplicidade típica de uma casa de campo – sem luxos mas com todos os confortos -, duas sala de refeições, sendo uma delas também sala de envelhecimento dos vinhos da quinta, e uma sala de estar que abre para o jardim e para uma parcela de vinhas velhas, onde ao lado se construiu uma elegante piscina forrada a xisto para não destoar da paisagem.

Refeições na quinta
Laura gosta também de partilhar refeições com os hóspedes da Casa. E é ela que confecciona alguns pratos tradicionais, mas só para grupos de oito, no mínimo. Bacalhau no forno ou arroz de pato são algumas das suas especialidades. Tudo acompanhado com os vinhos de produção própria – dois tintos, um branco e um porto – dos quais se destaca o Laura 2015, produzido com as vinhas velhas da quinta.

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