Há um novo hotel de cinco estrelas numa das alas do Mosteiro de Alcobaça

O hotel ocupa o Claustro do Rachadouro, no Mosteiro de Alcobaça. (Fotografia de Nuno Brites/GI)
Desde novembro que há mais uma razão para visitar Alcobaça: o Montebelo Mosteiro de Alcobaça Historic Hotel, construído no Claustro do Rachadouro, que integra um restaurante aberto ao público.

Quando Eduardo Souto Moura foi convidado para transformar uma ala decadente do Mosteiro de Alcobaça num hotel de charme, não se imaginava que seriam precisos quase sete anos para ver nascer o Montebelo Historic Hotel. Em rigor, o projeto foi idealizado em 2013 e haveria de atravessar crises diversas até chegar a bom porto. E finalmente, em novembro passado, abriram-se as portas. Devolveu-se a vida ao Claustro do Rachadouro, através de uma unidade de cinco estrelas perfeitamente integrada no Mosteiro de Alcobaça, que além de uma das Sete Maravilhas de Portugal é Monumento Nacional e classificado Património da Humanidade pela UNESCO.

Quem entra, sente logo essa imponência. “São ‘só’ cinco séculos de história”, ironiza António Machado Matos, diretor do hotel. É ele quem faz as honras da casa, numa manhã de inverno lá fora e (paradoxal) conforto na imensidão de corredores: Souto Moura pensou também nesta particularidade, a do aquecimento. Um sistema inovador permite recuar ao tempo de Pedro e Inês sem perder as comodidades da era digital. E essas são visíveis e palpáveis em cada ala, em cada sala, em cada quarto ou suite, num total de 91 alojamentos – entre quartos duplos, single, alguns familiares, quatro suites e um quarto para hóspedes com mobilidade condicionada.

(Fotografia de Nuno Brites/GI)

Há ainda espaços para congressos, banquetes e reuniões. Como a (belíssima) sala da antiga biblioteca, cuidadosamente recuperada para salão de eventos. O mobiliário resulta todo ele de uma parceria entre Souto Moura e Siza Vieira. Mas é o primeiro quem assina toda a transformação.

“Para ressuscitar o vetusto edifício inspirou-se no minimalismo e desapego da vida conventual, limpando o mesmo das inúmeras intervenções mais recentes e recuperando o espírito que marcou o imóvel ao longo dos séculos”, justifica a direção do Montebelo, que reconhece, em toda aquela atmosfera histórica, algumas áreas privilegiadas: o Rachadouro, o Jardim do Obelisco, a Sala D. Pedro. Os quartos são voltados para a cidade ou para o Mosteiro de Santa Maria.

(Fotografia de Nuno Brites/GI)

(Fotografia de Nuno Brites/GI)

Uma experiência gastronómica
Mas dentro do hotel, há outros prazeres que é preciso descobrir: a piscina, construída no espaço outrora ocupado pelas cavalariças dos monges de Cister; o spa (incuindo ginásio, banho turco e cabines de massagens); e o restaurante, aberto ao público em geral. É aí que acontece toda uma experiência, a começar pela triologia de cogumelos com queijo de cabra gratinado, que pode substituir pela sopa de peixe ou pelo igualmente tentadorestaladiço de rabo de boi. No prato principal não pode falhar o arroz de cabrito com castanhas e cogumelos à chef Cristina Almeida, a cozinheira que partiu em plena pandemia e que o grupo decidiu homenagear nas ementas. À sobremesa, é imperioso um folhado de maçã (de Alcobaça, claro) ou um estaladiço do Mosteiro. Tudo regado com vinho Casa da Ínsua, produzido a partir das vinhas de Penalva do Castelo, que apesar de tão premiado apenas é comercializado nos restaurantes do grupo ou online. “Fazemos tudo para que os hóspedes se sintam num ambiente familiar”, enfatiza Machado Matos. Lá fora, o vento sopra entre as 23 amoreiras do pátio. Quando vier a primavera, ou tão só o sol de inverno, a esplanada há de abrir-se para muitos capítulos de histórias, nesta página da História de Portugal.

 

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