Com a receção relegada para segundo plano, o Locke encaminha os hóspedes e visitantes até ao Café Castro’s, cujo nome remete para o fundador do Convento de Santa Joana, em 1699, D. Álvaro de Castro. Aberto diariamente das 8 às 17 horas, propõe refeições para tomar ali e levar para fora, como taças de cereais, sanduíches, biscoitos e pastelaria doce e salgada elaborada por Maria Ramos – que, a par do chef executivo Nuno Dinis, deixou o Bairro Alto Hotel em prol do desafio proposto pelo grupo Locke. No verão, Lisboa recebeu o 16.º aparthotel desta marca.
Com um smoothie, chá orgânico ou café de especialidade torrado pela Olissipo numa mão e as mochilas de viagem ou trabalho na outra, os clientes do Locke de Santa Joana caminham entre antigas dependências do Convento de Santa Joana, terminado no século XVIII, primeiramente destinado aos missionários que iam para a Índia Oriental e, mais tarde, às religiosas da Rosa e da Anunciada, cujos conventos foram arruinados pelo terramoto de 1755. A arquitetura coube à Saraiva & Associados e o design de interiores à Lázaro Rosa-Violán e Post Company (quartos).
Integrando detalhes modernos em harmonia com elementos do passado, as áreas comuns são um convite a sentir os diferentes ambientes dos quatro edifícios do aparthotel. Começando pelo átrio, avivado por plantas de interior em contraste com azulejos recuperados, e passando pelos espaços de cowork, eventos e reuniões, e ainda pela piscina com toldos em colmo, coração do Locke, sente-se um fio condutor focado no estilo e no conforto. A mesma filosofia aplicou-se às 370 unidades, entre apartamentos, quartos, penthouses e suítes distribuídos por nove andares.
A ideia dos aparthotéis Locke de impregnar a cultura local na experiência expressa-se tanto na escolha de tecidos e cerâmicas nacionais para o interior das unidades, como na permissão de os hóspedes receberem algumas pessoas enquanto dão um jantar, além de outras regras que ajudam a manter o espaço limpo e seguro. São a autonomia e privacidade de mãos dadas com os serviços de um hotel, com ginásio, segurança e estacionamento, mas que não incluem troca dos lençois das camas nem de toalhas, a menos que o cliente peça ou fique mais de sete dias.
Já a oferta gastronómica, curada pela incubadora White Rabbit Projects, divide-se pelos quatro bares Spiritland Lisbon, na biblioteca do convento, com forte vertente musical; The Kissaten, de vinis e uísques; Pequeno, espaço intimista dedicado a champanhe e Martini; e Bar Joana, com vinhos numa mezzanine em teto abobadado. Quando a fome aperta, tanto o Santa Marta como o Santa Joana estão abertos a todos, o primeiro com pendor mediterrânico (antipasti, pastas e pizas e grelhados); e o segundo centrado na grelha, curado pelo renomado chef Nuno Mendes.
Longitude : -8.2245