Hotel Ritz Four Seasons Lisboa “regressa” aos anos 1950 sem perder estilo

Alguns quartos foram recuperados com inspiração no salão de jogos do hotel, em 1959. (Fotografia: DR)
Os quartos, suítes e áreas comuns do Ritz Four Seasons Hotel Lisboa ganharam uma decoração mais contemporânea, sem perder o charme da época de abertura do hotel. No exterior nasceu uma nova piscina aquecida.

Monumental, elegante e requintado: assim se mantém o hotel Ritz Four Seasons, ícone da hotelaria nacional desde que abriu portas a 24 de novembro de 1959 nas imediações do Parque Eduardo VII. Sonhado e impulsionado por Salazar – que à época queria que Lisboa tivesse um hotel de luxo cosmopolita para abrir o país ao turismo mundial – o projeto motivou a criação de uma sociedade de promotores, encabeçada por Manuel Queiroz Pereira, cujos descendentes são atualmente os proprietários.

O arquiteto Porfírio Pardal Monteiro desenhou-o em estilo modernista com dez pisos de betão e vidro, e chamou os decoradores Henri Samuel e Lucien Donnat para tornarem amplos espaços ambientes humanizados e acolhedores. Volvidos 60 anos, coube aos arquitetos da Oitoemponto Artur Miranda e Jacques Beca desenvolverem a renovação do Ritz, não com o propósito de o modernizar, mas sim de atualizá-lo em estilo e substância, recuperando antigos móveis e artigos de iluminação.

Passada a receção, percebe-se que a mudança não foi radical. Mantiveram-se as enormes tapeçarias do Lounge Almada Negreiros, os baixos-relevos de Margaria Schimmelpfennig e Salvador Barata Feyo e as obras de Maria Vieira da Silva, centradas por frondosos arranjos florais. Subindo aos quartos num dos elevadores, o primeiro contacto é com um espaço de estadia com poltronas estilo Royère, paredes revestidas com um tecido a lembrar palha japonesa e candeeiros neoclássicos.

“A ideia era recuperar a essência original do Ritz Lisboa. Não é claramente uma reprodução exata, mas sim uma evocação aos nossos olhos, ao nosso gosto atual”, diz a dupla de arquitetos. A redecoração dos 282 quartos e suítes evoca o estilo e a estética dos anos 1950 fundindo-os com a contemporaneidade e as funcionalidades mais avançadas de luz, som e entretenimento. Cómodas tornaram-se mesas de cabeceira, poltronas ganharam volume e entraram as cores bege, cinza, tabaco, branco e alguns toques de ocre, tijolo e azul.

Também os tetos foram alterados para terminar em curva. E enquanto as varandas receberam grandes vasos de plantas em sintonia com a mancha verde do Parque Eduardo VII, as casas-de-banho mantiveram-se intocadas, à exeção dos chuveiros, que se tornaram maiores. “Os seus lavatórios gigantescos, encomendados nos Estados Unidos, são extraordinários, amplos e elegantes, e os mármores [cor-de-rosa] são os mais belos de Portugal porque o pai de Pardal Monteiro era marmorista”, justificam os arquitetos.

Além do spa (equipado com piscina aquecida, sauna, banho turco e salas de tratamentos e massagens), da pista de corrida com 400 metros no terraço coroado pelo famoso néon do hotel, e do ginásio, os hóspedes podem também desfrutar de uma nova piscina exterior. Pensada para funcionar nos meses de verão, resultou de uma ideia de resort urbano: está rodeada de várias plantas, com a água aquecida a 28º e tem música subaquática, zona de espreguiçadeiras e um bar de apoio (ainda por terminar).

Em linha com a sofisticação do alojamento funcionam também os vários restaurantes do Ritz, dos quais se destaca o Cura, onde o jovem chef Pedro Pena Bastos assina menus de autor com base nos produtos portugueses e sazonais.
Muito procurado é também o Varanda, palco daquele que é considerado um dos melhores brunches-buffet da cidade. O Japonês e o Ritz Bar completam a oferta. Qualquer um destes espaços está aberto a não-hóspedes, convidando a conhecer o novo fôlego do Ritz Four Seasons Hotel Lisboa.

 

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