Hotel Baía junta conforto e bem-receber, há 62 anos, na vila de Cascais

Há 62 anos que o Hotel Baía, agora de quatro estrelas, se destaca na paisagem cascalense, com as suas varandas debruçadas sobre o mar. Histórico, mas não datado, tem sido paulatinamente renovado para continuar a merecer a preferência dos que visitam a vila rodeada pela natureza.

O murmúrio das ondas enroladas contra a Praia da Ribeira de Cascais embala o sono de quem escolhe o Hotel Baía para pernoitar na vila piscatória. Com o mar logo ali, pintado pelos barcos de pesca, e a serra de Sintra nas costas, a histórica unidade tem na morada um grande trunfo, permitindo descobrir o centro a pé. Mas o mar, temperamental, nem sempre foi aliado: em 1983 irou-se numa noite de tempestade com chuvas torrenciais, destruiu o casario, arruinou o pontão e inundou os pisos inferiores. Graças à resiliência do fundador e da sua família, o hotel resistiu.

Quem recorda o episódio é João Coruche, um dos três irmãos que assumem a terceira geração da empresa, presidida pela mãe e fundada pelo avô. “Foi o meu avô João Tavares que mandou construir o hotel. Ele era de Aveiro, veio para cumprir o serviço militar e foi então que conheceu a minha avó, que vivia numa antiga casa [de 1870] onde existia o Café Tavares, que tinha uma mercearia onde os membros da Casa Real iam abastecer-se. Apaixonaram-se e construíram o hotel nesse lugar, com base numa permuta de terrenos com a Câmara”, narra o administrador.

(Fotografia de Rita Chantre)

João Coruche é um dos administradores do Hotel Baía. (Fotografia de Rita Chantre)

À data da inauguração, em 1962, o Hotel Baía era o mais moderno de Cascais. Marcado pelas linhas contidas do arquiteto João Cruz (que viria a projetar o também icónico Hotel Cidadela) e com apenas três pisos, tinha 87 quartos e um restaurante no terraço. Dos altos e baixos que o impactaram, o período pós-25 de Abril foi o mais conturbado, quando uma comissão de gestão tomou o negócio, obrigando a família a retirar-se para o Brasil. Mas o avô de João, formado em engenharia eletrónica, permaneceu a “tentar lutar pelo que era dele”.

Alvo de sucessivas remodelações ao longo das últimas décadas, a unidade com 113 quartos e suítes tem hoje uma estética bastante diferente da original, mais contemporânea e consonante com a quarta estrela atribuída recentemente. Mais modernos estão também o tipo de letra afixado na fachada e o restaurante Baía, que reabriu com um novo menu. Chèvre gratinado com vermicelli e nozes, filete de robalo com puré de batata doce e legumes baby e o clássico bife tártaro, entre outros, são algumas das propostas do chef Diogo Fonseca.

(Fotografia de Rita Chantre)

(Fotografia de Rita Chantre)

Manteve-se o chão de mármore dos espaços de refeições, coadjuvado por um bar, uma galeria com livros e uma soalheira esplanada, e para alegrar a vista dos quartos traseiros inferiores, foi feito um mural da autoria de Jacqueline Montaigne. No terraço, enquanto o inverno pede banho de piscina interior aquecida, o verão convida a um brinde ao por-do-sol no terraço. O Hotel Baía, porém, é mais do que uma boa relação qualidade-preço. “Sendo uma empresa familiar, os nossos funcionários são tratados como extensão da família”, tal como os clientes que voltam, diz João.

(Fotografia de Rita Chantre)

(Fotografia de Rita Chantre)

 

Partilhar
Partilhar
Mapa da ficha ténica
Morada
Passeio D. Luís I, Cascais
Telefone
214 831 033
Custo
() Quarto duplo a partir de 125 euros/noite, com pequeno-almoço.

Website

GPS
Latitude : 39.3999
Longitude : -8.2245



Ler mais







Send this to friend