Em Mafra, a Quinta dos Machados renovou-se sem perder o charme do bosque

A piscina da Quinta dos Machados Countryside Hotel & Spa, no Gradil, em Mafra. (Fotografia de Leonardo Negrão/GI)
Esta propriedade de 15 hectares convida a entrar num bosque, à aventura ou para a simples descoberta dos sentidos. Os quartos e o restaurante renovados casam o ambiente da casa senhorial com a modernidade, de forma leve e elegante.

A natureza abraça os hóspedes da Quinta dos Machados com uma entrada cénica – o arco da casa senhorial do século XVIII alinhado com uma alameda de árvores – e dita o ritmo deste lugar, a poucos minutos de carro de Lisboa. O bosque sombreia e refresca, estimula os sentidos ao longo de um percurso sensorial e dá mote a boas horas de leitura dentro de uma antiga caravana, num depósito de água transformado em biblioteca ou numa cabine de madeira.

Poder-se-ia até dizer que as machadinhas podiam habitar esta floresta encantada. Estas bonecas, construídas à mão com tecidos e uma espátula de madeira, foram criadas pelo hotel, que as deixa sobre a cama para que os hóspedes lhes confiem os seus sonhos. Há quem as leve consigo no final da estada, outros não, mas no final é uma memória que fica do lugar. Estando numa antiga quinta agrícola, com uma eira para debulhar os cereais e uma mãe d’ água tornados pontos de visita, o hotel presta-se a estes e outros encantos rurais, tendo também trilhos para explorar.

Os hóspedes podem fazê-lo a caminhar ou de bicicleta alugada, ou na própria, uma vez que a quinta é um bikotel com todas as condições para alojar cicloturistas. Os 29 quartos das alas Tradição e Relax (esta, mais moderna) foram renovados pelo atelier Catherine Cabral, com o objetivo de se nivelarem em termos de decoração, sem perderem a aura senhorial da casa. Para tal, o projeto apostou em papéis de parede contemporâneos e aproveitaram-se peças de mobília já existentes.

Cada quarto remete para ícones da região – a Biblioteca do Convento de Mafra, a Ericeira, a Feira da Malveira – e alguns deles situam-se em edifícios que lembram uma pequena aldeia portuguesa. Para usufruto comum existe ainda uma piscina exterior, uma sala de entretenimento, um ginásio, spa com salas de tratamento, sauna, banho turno e hidromassagem, e o restaurante Pure, redecorado com influências boho chic, e aberto a não-hóspedes. A carta aposta nos petiscos.

Machadinhos (croquetes) com molho de mostarda, revueltos de linguiça e abacaxi, bacalhau no forno com crosta de sapateira e batata salteada em azeite e alho, ou supremo de frango com crosta de chouriço e cornflakes e puré de batata estão entre as opções, pensadas para a partilha. Em matéria de vinhos, sugerem-se produtores locais. Fora do Pure, é muito concorrido o workshop que permite aos hóspedes pôr as mãos na massa e cozer pão de Mafra num verdadeiro forno a lenha, no exterior.

Além do turismo, a Quinta dos Machados foca-se na organização de casamentos, dispondo, entre vários espaços e salas, de um salão para 280 pessoas. Os noivos costumam ficar alojados num dos apartamentos no topo da casa senhorial, cuja janela tem vista para a roseira “Bela Portuguesa”, uma espécie criada por Henry Cayeux, jardineiro-chefe do Museu Nacional de História Natural, em 1903, e que só tem, ao que se crê, 50 exemplares no país. Um deles floresce aqui mesmo.

(Fotografia de Leonardo Negrão/GI)

 

O que fazer à volta
Tapada Nacional de Mafra

Constituída, por decreto, pelo rei D. João V, em 1744, a Tapada Nacional de Mafra foi usada por reis e rainhas, desde então, como local de veraneio e de caça anexo ao palácio, basílica e convento de Mafra. Juntamente com o Jardim do Cerco, esta floresta foi inscrita como Património Mundial da UNESCO, em 2019. Os seus 833 hectares são preenchidos por bosques, pastagens biodiversas, matos e linhas de água e albergam uma grande quantidade de espécies de animais (como gamos, veados, javalis e coelhos) e de plantas. Entre os monumentos naturais encontram- se um castanheiro-da-índia, uma olaia e um sobreiro classificados como árvores de Interesse Público, graças à sua dimensão e idade. A tapada pode ser visitada durante todo o ano e conta com uma agenda de atividades. A última novidade são três veículos elétricos que permitem realizar visitas de forma mais cómoda, sobretudo para pessoas com mobilidade reduzida.

(Fotografia de Leonardo Negrão/GI)

 

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