Em Braga, há uma nova guesthouse num edifício histórico

Villa Theatro Heritage Apartments, em Braga. (Fotogrfia de Paulo Jorge Magalhães/GI)
Um edifício centenário, desenhado pelo arquiteto Moura Coutinho, é agora uma guesthouse de charme, com nove apartamentos airosos, ao estilo retro, que oferecem conforto e pedaços de história no centro da cidade.

À entrada, num pequeno lobby junto à escadaria central, um retrato de Moura Coutinho e o projeto original do edifício, emoldurados na parede, lançam o tom de homenagem que ecoa por todo o Villa Theatro. O edifício foi projetado em 1922 pelo célebre arquiteto que assinou muitas outras obras emblemáticas na cidade, como a fachada da Igreja do Carmo e do Café A Brasileira, ou o vizinho Theatro Circo – duas portas abaixo, na Avenida da Liberdade -, a cuja proximidade se deve o nome do alojamento. Volvidos 100 anos, o prédio histórico renasceu como guesthouse de charme, fruto de um intenso trabalho de reabilitação que durou três anos.

“O que é que se faz a um edifício destes sem se estragar?”, foi a questão que orientou toda a empreitada. Pedro Azevedo, a mulher Maria José Machado e a cunhada Isabel – as duas irmãs são as proprietárias do imóvel -, optaram por “preservar a obra e dar um toque de modernidade”, daí que se tenha mantido ao máximo a traça original, incluindo a fachada, com as figuras aladas em relevo, e o pé-direito dos vários pisos. No interior, a homenagem à obra de Moura Coutinho prolonga-se pelos corredores e patamares da escadaria, adornados com outros projetos do espólio do arquiteto e fotografias antigas do Theatro Circo e da cidade.

A transformação em unidade de alojamento local trouxe a instalação de um elevador e reorganizou o edifício em nove apartamentos funcionais e airosos, oito dos quais de tipologia T1, e um outro com dois quartos e capacidade para acolher até cinco pessoas. Todos têm sofá-cama e estão equipados com kitchenette, máquina de lavar e secar roupa, ferro e tábua de engomar, o que faz do Villa Theatro uma alternativa de valor para estadias mais prolongadas e em família.

Sendo idênticos na decoração, que cruza o design de mobiliário dos anos 1970 com a arquitetura contemporânea, cada unidade tem detalhes distintivos. A paleta de cores pastel, portas em vidro fosco, madeiras escuras, móveis e luminárias retro, conjugam um design evocativo do peso histórico do edifício com as comodidades que se procuram num alojamento moderno. Nas paredes alinham-se pedaços da história do Theatro Circo, em forma de cartazes antigos e bilhetes de espetáculos, saídos do arquivo da sala bracarense, sem que nenhum se repita ao longo dos nove apartamentos.

O mais especial de todos é talvez o que fica nas águas-furtadas, com o pé-direito mais baixo e claraboia a iluminar uma pequena sala de estar e jantar com lugar de primeira fila para o bulício visto das janelas voltadas para a avenida.

O pequeno-almoço é opcional mas recomendável. À hora combinada, uma pastelaria local, afamada pelos croissants, entrega à porta uma caixa onde constam os ditos, e ainda panquecas, fruta, iogurte e outras delícias. Para ganhar forças antes de sair à descoberta da cidade.

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