Dormir numa antiga farmácia centenária, em Coimbra

Pharmacia Guesthouse (antiga Farmácia Nazareth), em Coimbra. (Fotografia de Maria João Gala/Global Imagens)
Durante mais de dois séculos, funcionou na Baixa de Coimbra a Farmácia Nazareth. O ano passado nasceu neste espaço a Pharmácia Guesthouse, alojamento que mantém a memória do antigo negócio.

O edifício onde desde o ano passado funciona a Pharmácia Guesthouse era já bem conhecido de Esmeralda Sena, que com o amigo de longa data Sérgio Gonçalves montou o negócio, do qual faz também parte Carolina, filha deste e responsável pela comunicação.

A farmácia fundada em 1815 foi explorada nos últimos 25 anos pelo marido de Esmeralda. “Quando mudámos a farmácia de sítio, pensei em comprar o edifício para fazermos uma guesthouse temática”, lembra a responsável, que concilia o trabalho de advogada com o alojamento.

Montar esta guesthouse foi uma aventura e um desafio. “Eu tive a ideia, mas não tinha nenhuma experiência.” Esmeralda conta que foi fácil trabalhar o imaginário do espaço. Tudo o que foi possível conservar ou recuperar da antiga farmácia está à vista, como os frascos de vidro onde se guardavam os medicamentos, muitos deles elaborados no laboratório da própria farmácia. Curiosidades como vinho de ruibarbo, tintura de cardamomo, gengibre amarelo, rum, tintura de ópio ou de zimbro ou vinho de quina podem então encontrar-se a decorar as montras da sala de entrada da guesthouse.

 

Nessa mesma sala e na seguinte, onde começam as escadas para quartos e terraço, recomenda-se olhar para cima e apreciar as pinturas do teto, com imagens alusivas ao universo farmacêutico, como a deusa Higeia com o seu cálice e a cobra. “As pinturas foram alvo de restauro. Antes da intervenção, muitas delas não se viam devido à sujidade”, conta.

O resto da decoração é feito também com o que estava na casa, como um cartaz da Exposição Nacional do Rio de Janeiro de 1908. Rótulos informativos sobre os xaropes e outros medicamentos estão expostos em pequenas bancas em vários espaços.

Os quartos, entre duplos, triplos e um individual, são oito, todos eles com nomes de plantas com propriedades medicinais, como Papoila, Cidreira, Valeriana ou Camomila. Dos espaços comuns, destacam-se o terraço e a cozinha. “Deixamos sempre umas garrafas de vinho com copos que os hóspedes podem comprar e ir beber para o terraço”, diz. Além disso, há bolo, fruta e café.

Os hóspedes não têm de passar por nenhuma receção, visto que a entrada na guesthouse é feita através de códigos. “Nós enviamos toda a informação. Queremos que se sintam em casa”, conta.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.




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