De um antigo palacete na Covilhã, surgiu o hotel de charme Casa das Muralhas

A casa de 1850 está ligada ao maior plano que ainda existe da antiga muralha da cidade. E vem daí o nome escolhido: Casa das Muralhas. (Fotografia: DR)
Um palacete com mais de 150 anos, no centro histórico, que já teve várias vidas está agora a viver mais uma: a de alojamento romântico que evoca memórias de casa de família e um restaurante de comida de autor que vale a pena conhecer.

Este hotel de charme, criado num antigo palacete entrelaçado nas histórias da Covilhã, nasceu de um investimento de uma família do Barreiro, com raízes no Alentejo. Tudo se deve ao encantamento de Jaime Rendeiro pela região, quando ali desaguou para estudar Ciências do Desporto, na Universidade da Beira Interior.

Do hotel avista-se a serra. (Fotografia: DR)

“Um dos motivos que me levou a ficar foi o ter-me apaixonado pela serra. Vi que era muito mais do que a neve, tem um território muito vasto, cultura e gastronomia, e até é mais interessante no verão”, sublinha. Um dia, a mãe, enfermeira, disse que gostaria de ter um pequeno hotel e era tudo o que Jaime queria ouvir – em sociedade com o primo Filipe Rogado, comprou esta casa de 1850, ligada ao maior plano que ainda existe da antiga muralha da cidade. E vem daí o nome escolhido: Casa das Muralhas.

O processo de construção e reabilitação está documentado em fotografias na parede da acolhedora sala comum, ligada à receção. Esta entrada, que preserva o seu antigo ar de vestíbulo da casa de família que já foi. Ela faz também ligação aos oito quartos do hotel, ao corredor de acesso ao pátio exterior com piscina, e ainda ao restaurante Bistro Bar – que se tornou célebre por si mesmo na Covilhã.

“Vim de um sítio cheio de betão e fazia-me impressão ver este património todo ao abandono”, diz Jaime. A Casa das Muralhas já teve várias vidas, desde que foi mandada construir por Alberto Deodato da Costa Rato, o segundo presidente da Câmara. Chegou a ser escola primária e sede de associações.

O projeto de interiores ficou a cargo de Vasco Pinho. (Fotografia: DR)

O palecete estava muito degradado quando os primos Jaime e Filipe o compraram, em 2016, empenhados em acomodar na reabilitação várias marcas arquitetónicas dessas vidas passada, com projeto de interiores de Vasco Pinho. “A casa tinha algumas propriedades fabulosas”, salienta Jaime Rendeiro, que se encontra mais ligado à gestão do alojamento, ao passo que o primo se encarrega do restaurante.

No Bistro Bar, aberto a não hóspedes e que se tornou uma referência na cidade, lidera a cozinha Simão Ramos, um chef natural da Covilhã. Trabalha principalmente ingredientes locais e da estação, com arrojo q.b., num pequeno espaço, de ambiente informal e moderno. A carta é cativante e os pratos, uma vez chegados à mesa, começam-se a comer com os olhos.

Na temporada de verão, têm-se destacado pratos como o tártaro de vitela, o lombinho de javali glaceado, o brás de cogumelos do bosque e o lombo de corvina com risoto de boletos. De segunda a sexta, ao almoço, há um prato do dia por 8 euros, e uma carta de vinhos a copo. Durante o verão, o bar do pátio exterior também está aberto ao público, com uma carta de cocktails e espetáculos de caráter intimista.

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