É um alojamento flutuante, ainda que o movimento seja quase impercetível. Mas é também mais do que isso. Depois de atravessar o canal para a Marinha Passagem – dois minutos de barco -, a cidade e o vaivém frenético da autoestrada que por ali passa, ainda que à vista, já não se ouve.
“Parece que passamos para outro mundo”, descreve Sandra Sousa, proprietária daqueles quase oito hectares em plena ria de Aveiro. Foi para proporcionar esse sossego da laguna em estado puro, que Sandra e o marido, Sandro, decidiram juntar mais uma experiência ao leque de ofertas da Ostraveiro, onde já se faziam visitas guiadas pela criação de ostras, degustações e eventos.
Desde o início do ano, há dois barcos-casa a flutuar na ria, na primeira fila para aquele espetáculo de beleza natural: os pernilongos, as andorinhas-do-mar e outras aves que por ali habitam dançam em rodopio no ar, a maré vai e vem, o anoitecer pinta de rosa o horizonte e o calor do sol, entrecortado pelo vento, afaga quem dali se põe a admirar.
Cada barco, com uma área de 40 metros quadrados e capacidade para quatro pessoas, é composto por um quarto envidraçado, voltado a poente, e uma sala com kitchenette, com vista para as salinas. O alojamento está ainda equipado com casa de banho, sofá-cama e uma varanda com mesa e cadeiras, ideal para tomar o pequeno-almoço, deixado de véspera no barco.
(Fotografia de Maria João Gala/GI)
No terraço, encontram-se espreguiçadeiras e guarda-sóis, e o cenário propício a um brinde com o espumante da Bairrada e as raivas (biscoitos tradicionais da cidade), que os hóspedes encontram à sua espera à chegada, como “miminho” de boas-vindas. Além de contemplar, quem quiser pode ir a banhos na marinha ou pegar na prancha de stand up paddle disponível em cada barco, e aventurar-se pela ria.
Para complementar a experiência, que é, no fundo, uma mão cheia delas, os hóspedes estão ainda convidados a dar um passeio pela propriedade e conhecer os tanques de produção de ostras e salicórnia. Mas atenção aos ninhos de andorinha-do-mar que se encontram pelo caminho. Estão devidamente sinalizados, mas Sandra, que não esconde o orgulho nas suas hóspedes voadoras – “às vezes ouve-se uma algazarra quando elas se juntam para espantar os predadores” -, apela ao cuidado.
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- (Fotografia de Maria João Gala/GI)
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- (Fotografia de Maria João Gala/GI)
“Além de aproveitar a ria também temos de aprender a protegê-la, a desfrutar sem danificar”, alerta. Foi também por respeito àquele ecossistema frágil, que optaram por barcos-casa que fossem ecológicos e sustentáveis, e enquadrados na paisagem. São construídos à base de madeira e cortiça, alimentados com energia solar e equipados com sistema de tratamento de águas residuais.
Não se tivesse já muito com que passar o tempo, a Ostraveiro propõe ainda mais algumas atividades, como degustações de bivalves ou até passeios de barco. E tudo faz da passagem por aquele lugar uma memória cheia.
Refeições no barco
Além dos petiscos com bivalves preparados na zona de restauração da Marinha Passagem, disponíveis ao almoço, a Ostraveiro tem ainda uma parceria com um restaurante local que, por encomenda dos hóspedes, entrega refeições nos barcos-casa.
Ostraveiro Boathouse Gold Experience
Cais da Marinha Passagem (transfer de barco assegurado pela Ostraveiro)
Tel.: 913453876
Web: ostraveiro.com
Barco-casa a partir de 120 euros por noite (inclui pequeno almoço)
