O Alto Canto nasceu como alojamento, em outubro de 2022, e no ano seguinte passou a acolher também eventos privados, “para aproveitar o potencial do espaço”, localizado em Coimbra, a curta distância da Universidade, na zona classificada como Património Mundial pela UNESCO. As palavras são de Ana Almeida, responsável pelo projeto, a par de Filipe Viseu. E é ela quem assinala como trunfos “a privacidade, a tranquilidade e a vista”, muito graças ao terraço voltado para o Mondego, protegido de olhares indiscretos. Tem aquele nome “por ser um canto, na Alta da cidade, mais resguardado e precioso”, explica. “Quem passa na rua [Couraça de Lisboa] não imagina o que aqui está.”
A casa, por si só, é um atrativo, com as suas histórias e singularidades. Conta Ana que chegou a ser habitada por um reitor, Fernando de Almeida Ribeiro, que era médico e fazia ali encontros – como testemunham os painéis de azulejos mencionando reuniões do curso médico de 1907, visíveis no terraço. Sublinha ainda que se procurou preservar a traça do edifício e, sempre que possível, elementos originais, fossem azulejos, portadas ou armários embutidos.
- A entrada, pela Couraça de Lisboa, e a vista do salão no piso superior. (Fotografias de Maria João Gala/GI)

A cozinha, onde são servidos os pequenos-almoços.
(Fotografia de Maria João Gala/GI)
A cozinha, onde são servidos os pequenos-almoços aos hóspedes, além de conservar o pavimento em tons de preto e branco, tem a particularidade de manter fixa ao chão uma mesa de mármore, o mesmo material da pia e da bancada. “O pequeno-almoço é o momento em que o cliente nos vê”, diz Ana Almeida, esclarecendo que a entrada é feita de forma autónoma, usando um código. Na primeira refeição do dia, a oferta vai variando, podendo incluir pastelaria tradicional.
- O acesso ao quarto Alto e ao salão, aberto a eventos. (Fotografias de Maria João Gala/GI)

(Fotografia de Maria João Gala/GI)
Há apenas dois quartos: um fica no piso superior (o Alto), o outro no piso inferior (o Canto). É por uma escada algo surpreendente que se chega ao primeiro quarto, que tem acoplado um salão com revestimentos em madeira, teto trabalhado e varanda com vista para o rio. Quem dorme no Alto pode desfrutar, pois, desse salão, que vira área comum, com capacidade para cerca de 40 pessoas, em eventos – desde festas de aniversário, batizado ou primeira comunhão até lançamentos de livros ou concertos mais intimistas. Um dado importante: quando a casa tem hóspedes, não recebe eventos, e vice-versa.

Uma das áreas comuns que mantêm os azulejos originais.
(Fotografia de Maria João Gala/GI)