10 restaurantes que se destacaram com boa nota em 2018

Percorra a fotogaleria para conhecer os 10 restaurantes com melhores classificações.

(Fotografia: Miguel Pereira/GI)

1. BON BON, Lagoa

Há poucos cozinheiros assim, que nada desperdiçam dos lugares e experiências por que passam, antes recombinam dentro de si à maneira do magma, tornando-se mais matizados e fortes. (...) Louis Anjos é um líder genuíno. (...) Coreografia de sala impecável, serviço de vinhos irrepreensível e a proximidade marítima do barlavento declina-se em criações de rasgo. (...) Mais do que evidente a manutenção da estrela [Michelin], aprazo chegar mesmo à segunda. Tudo muito acima, aqui.

Sítio: 5

Serviço: 5

Comida: 5

Adaptado da crítica publicada a 18 de maio de 2018

(Fotografia: Jorge Simão)

2. EPUR, Lisboa

O projeto de Vincent Farges configura uma das mais sólidas interpretações do sabor português. (...) A toada é definitivamente de depuração, de resto como sugere o nome da casa; concentração no essencial. É também o demonstrador do quanto o segredo está na mente e não na máquina. (...) Leveza, sofisticação e rigor nos são servidos em cada prato, trabalho de ourives, qualidade inefável. (...) [Na sala], dois pesos pesados: Ivo Peralta como sommelier e Teresa Grilo como chefe de sala, ambos brilhantes e firmes nos respetivos postos.

Sítio: 5

Serviço: 5

Comida: 5

Adaptado da crítica publicada a 12 de outubro de 2018

(Fotografia: Fernando Marques)

3. O GAVETO, Matosinhos

Tremo sempre que um restaurante tradicional fecha para obras, mesmo quando é financeiramente sólido e estável. (...) Respirei de alívio quando o Gaveto reabriu. Está melhor, com um balcão que dá gosto, uma atmosfera leve, aquários de estágio do marisco imponentes, mostruário feliz do pescado disponível no dia e uma sala no piso superior com uma bonita garrafeira que divide o espaço em dois. A sala de sempre mantém-se como sempre, coreografia impecável dos empregados profundos conhecedores da oferta e da clientela, acolhimento notável para os notáveis que diariamente passam pelas suas mesas.

Sítio: 4,5

Serviço: 4,5

Comida: 5

Adaptado da crítica publicada a 15 de junho de 2018

(Fotografia: Pedro Granadeiro/GI)

4. EUSKALDUNA STUDIO, Porto

Há um trabalho notável de maceração e fermentação, a que se junta outro, de extração de sucos e essências. E um outro, de planeamento da refeição, que só a escola da vida ensina. (...) Experimentalismo ancorado na segurança absoluta no que se faz. (...) O chef Coelho Santos regista tudo o que cada cliente prova, para que numa visita subsequente tenha novidades à sua espera. Mesmo repetindo alguma coisa de vez para vez, no ciclo do jantar não há repetição de proteína, temperos nem acompanhamentos. (...) Há que experimentar. Muitas vezes.

Sítio: 4

Serviço: 5

Comida: 5

Adaptado da crítica publicada a 10 de agosto de 2018

(Fotografia: Pedro Granadeiro/GI)

5. SÃO GIÃO, Guimarães

A abordagem do chef Pedro Amaral Nunes ao exercício do fogo é de fazer apenas pratos e petiscos do seu gosto pessoal. Tratando-se de um homem da grande tradição nortenha do gosto e gostando de praticamente tudo, o cardápio só podia ser extenso e copioso. (...) É nos peixes que nos detemos com vagar, espécie de conto de fadas de assunto marítimo declinado em preparações de grande recorte. O colarinho de pescada à São Gião, servido como em casa com legumes e batata cozida, reacende a esperança a quem como eu é cultor do peixe, pela forma sublime como é cozinhado.

Sítio: 4

Serviço: 5

Comida: 5

Adaptado da crítica publicada a 5 de outubro de 2018

(Fotografia: DR)

6. SALPOENTE, Aveiro

O Salpoente representa uma proposta cosmopolita que satisfaz bem quem procura o moderno mas faz do produto de sempre tesouro e da cozinha brilho. O jovem chef Duarte Eira (...) criou um cardápio que assenta na cozinha de pescador de sempre desta região gafanheira, acrescentando-lhe nobreza e universalidade. (...) Estamos em Aveiro e a ria gosta de mostrar os seus encantos, daí o alinhamento obrigatório de uma caldeirada de enguias, caldo rico e saboroso, cumpre o desígnio de nos aproximar historicamente da festa marítima da mesa.

Sítio: 4,5

Serviço: 4

Comida: 5

Adaptado da crítica publicada a 4 de maio de 2018

(Fotografia: Tony Dias/GI)

7. O PAPARICO, Porto

Sentamo-nos no Paparico em festa e tranquilos, prontos para uma viagem sem retorno. Oficiam na sala José Araújo e o escanção Rui Costa, ambos bem, na cozinha o francês Jonathan Seiller, seguimos todos juntos na portugalidade, menu que propõe e executa com genialidade o voo rasante por todas as regiões portuguesas, declinando ciência culinária e culto do sabor como poucos até hoje. (...) Produto de origem, processamento respeitador e fusão de técnicas e influências para montar a tese de sabor nacional. Não há um apenas, mas muitos.

Sítio: 4,5

Serviço: 4

Comida: 5

Adaptado da crítica publicada a 22 de junho de 2018

(Fotografia: DR)

8. A COZINHA POR ANTÓNIO LOUREIRO, Guimarães

O chef António Loureiro, após um périplo intenso e assumido à frente de cozinhas de grandes grupos hoteleiros, regressou em força à sua terra natal e em parceria com a sua mulher, aquartelou-se na zona histórica da cidade-berço para instalar a felicidade no A Cozinha. Cada prato é uma viagem feliz para o cliente e para o cozinheiro, sonho bom que marca pela harmonia e sustentabilidade. (...) E há o prazer espiritual da atitude com que tudo é aqui feito, confirmando a máxima de que o mais importante não é o que se faz, mas a forma como se faz.

Sítio: 4,5

Serviço: 4

Comida: 5

Adaptado da crítica publicada a 13 de julho de 2018

(Fotografia: Miguel Pereira/GI)

9. LARGO DO PAÇO, Amarante

É casa com pergaminhos, já por lá passaram os chefs José Cordeiro, Ricardo Costa, Vítor Matos e André Silva. (...) O local é ainda pouco visitado pela comunidade gourmet nacional, o que é difícil de aceitar, face tanto à proximidade de Porto e Braga quanto à experiência única que é uma refeição sobre o rio Tâmega, com Amarante aos pés. O lugar transpira história, bravura e talento, bem à altura de Tiago Bonito. Sentamo-nos à mesa com a expectativa bem alta, luxo acessível e consentido.

Sítio: 4,5

Serviço: 4

Comida: 5

Adaptado da crítica publicada a 20 de julho de 2018

(Fotografia: Pedro Sampaio Ribeiro)

10. SOLAR BRAGANÇANO, Bragança

Ana Maria Baptista e Desidério Rodrigues repartem-se em funções respetivamente culinária e de acolhimento, a sintonia traduz-se num serenar do espírito difícil de encontrar. Aliás, não se encontra nem se procura, apenas sabemos quando damos com a paz assim declinada. Ana Maria gere a sequência da cozinha com essa mesma serenidade, sorriso desarmante, o primeiro contacto com Desidério curiosamente é tanto ou mais afável. (...) Depressa nos instala e programa de forma inefável a jornada. (...) Sempre que me sento à mesa nesta casa de tantas antologias penso que ser moderno é exatamente isto, fazer de novo perfeito todos os dias.

Sítio: 4,5

Serviço: 4

Comida: 5

Adaptado da crítica publicada a 23 de novembro de 2018

(Fotografia: Rua Fonseca/GI)