As viagens da artista plástica Joana Vasconcelos

Apaixonada por viagens, a artista portuguesa admite que parte, sobretudo, em trabalho, mas não vê isso como um handicap, bem pelo contrário, até porque «passar o máximo de tempo com os trabalhadores e artistas locais é a melhor forma de conhecer um destino».

Até 11 de Novembro tem parte da sua obra patente no Guggenheim Bilbau – a exposição I’m your Mirror, primeira mostra individual de um artista português neste museu. Em simultâneo, até ao dia 19, expõe no Hôtel des Arts, na cidade francesa de Toulon. Segue-se Banguecoque, integrada na bienal local.

Goste-se ou não – meio mundo adora-a, outro meio mundo adora odiá-la – a verdade é que Joana Vasconcelos é uma das maiores embaixadoras lusitanas e a sua obra tem viajado por pouco por todo o planeta. E que para onde a sua obra vai, Joana vai também. «Sou daquele grupo de pessoas que passa a vida no ar». Adimite que, atualmente, o trabalho é o motivo maior das suas deslocações, mas não o diz com mágoa, até porque acredita que esta «é uma das melhores forma de conhecer um povo e um país. Durante um largo período de tempo frequentamos os mesmo sítios, temos os mesmos hábitos, as mesmas preocupações, conversamos, comemos juntos e isso dá-nos uma visão por dentro, mais genuína, do sítio onde estamos». Prestes a partir para a capital tailandesa – a Bienal decorre entre 19 de Outubro e três de fevereiro – admite que está expectante com a viagem. Não porque não conheça, mas precisamente porque já lá esteve mas em férias. «Gostei muito, mas acredito que será uma experiência totalmente diferente da que tive enquanto turista».

Falar de turismo e de (excesso de) turistas é falar de Veneza. Joana reconhece os erros cometidos com a febre turística, ainda assim, diz que a cidade está no topo dos seus destinos de eleição. «O facto de lá ter estado cinco vezes, permitiu-me conhecer sítios que a maioria dos turistas desconhecem, compreendê-la. Sim, Veneza tem gente e vida própria. É um sítio incrível».

Para quem parte, sobretudo, em trabalho pode surpreender o visível prazer e à vontade com que fala das viagens. É algo que já vem de trás, de família. «Viajar é também uma forma de estar, de ver o mundo. Os meus pais viajavam e ainda viajam muito e eu habituei-me desde pequena. Pegávamos no carro e íamos. Continuamos a fazê-lo». Já perdeu a conta aos países que visitou, diz não ter um continente ou um destino de eleição – além de Veneza, é claro – mas há um nome que refere de imediato: a província de Niigata. Fica na costa noroeste do país. «Estive lá integrada na trienal de arte Echigo-Tsumari. É lindo, uma paz de espírito enorme. Uma espécie de Alentejo japonês».

A referência a Portugal não surge por acaso. «Adoro Portugal. Açores, Madeira, Alentejo, Douro, Algarve, onde tenho casa, sei que é um lugar comum dizê-lo, mas quando a gente quando viaja muito apercebe-se que é raro ter esta beleza e diversidade num espaço tão curto». Um sítio onde nunca foi? «Tantos, mas há um que quero muito conhecer: a Índia. Seja em trabalhou ou em lazer».

 

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