Um roteiro para descobrir os recantos de Vila Nova de Gaia

Tradição piscatória, património natural, malha urbana, comida de tradição. Num concelho onde urbanidade, ruralidade e natureza se misturam, a experiência do passeio nunca é aborrecida.

Há já três décadas que o Parque Biológico de Gaia é de passagem obrigatória para quem gosta de saborear a natureza no meio da cidade. Aqui podem ser observados centenas de animais e plantas, mas, além da sua função de educação ambiental, o parque também preserva a história e a tradição do espaço onde se encontra. A recuperação de um dos moinhos do rio Febros deu origem à Mostra de Moinhos e Alfaias onde se aborda a importância da agricultura e da moagem de cereal em Avintes, de onde sai há vários séculos uma das broas mais famosas do país.

Escura, de textura densa e sabor adocicado, a broa de Avintes teve os seus tempos áureos nos séculos xviii e xix. Já o século xx foi atribulado. «Nos anos 1960, os produtores tiveram de se agregar numa panificadora única. A broa passou a ser feita em fornos não tradicionais», conta Manuel Neto, que vem de uma família de padeiros e que, juntamente com Arminda Neto, sua mulher, dirige uma das padarias mais antigas em funcionamento, a Padaria Arminda & Neto. Depois do 25 de Abril, as panificadoras voltaram a ter autonomia e a Neto foi a primeira a laborar após a interrupção. Vestígios do tempo em que o milho utilizado para a broa era o plantado nas margens do Febros e transformado em farinha nos moinhos ao longo do seu curso podem também ser descobertos ao longo do primeiro trilho homologado pela autarquia. O trilho do rio Febros (com 4,5 quilómetros, das traseiras do Parque Biológico ao Cais do Esteiro), sinalizado desde 2015, permite testemunhar a importância dos moinhos e da rica fauna e flora ao longo do rio.

Perto do início do percurso, está-se numa das ruas principais de Avintes: a 5 de Outubro. Foi aqui que o chef Manuel Vieira instalou o Mesa Com Tradição. Conhecido como divulgador da tradição gastronómica, Vieira serve aqui pratos de todo o país, com preponderância para o Norte. O cozido no pão de Baião (por encomenda), a vitela comida à colher ou o joelho de porco com arroz de salpicão e grelos são algumas das propostas.

Explorada uma das zonas mais rurais de Gaia, rume-se ao centro urbano. Acima das caves de vinho do porto, o metro, a mancha de prédios altos ao longo da Avenida da República, e o seu movimento relembra ao viajante que este está numa grande cidade. E no centro não falta o que fazer. Imperativo é visitar a Casa-Museu Teixeira Lopes, a primeira casa-museu pública em Portugal. Construída entre 1890 e 1907, acolhe as coleções do escultor, as suas obras e estudos e também o núcleo Diogo Macedo, historiador de arte, crítico, colecionador e artista. Na coleção destacam-se os modernistas Almada e Amadeo, mas também estão aqui os naturalistas e uma rara coleção de «arte negra».

Quem tiver tempo para uma caminhada mais ou menos longa pode descer até ao rio e fazer a marginal a pé, passando pela zona mais histórica ligada ao vinho. Em cerca de uma hora – a andar com calma – chega-se à peculiar e cheia de caráter freguesia de pescadores São Pedro da Afurada. A sua história é dada a conhecer no Centro Interpretativo do Património da Afurada (CIPA), instalada num antigo barracão de material de pesca. O museu mostra a história da comunidade através de filmes, fotografias e objetos como lemes, lanternas e barcos em miniatura feitos por artesãos locais, entre outros elementos que retratam o trabalho e a vivência da comunidade.

Continuando pela margem, passa-se o estuário do Douro e chega-se a Lavadores, onde começam quilómetros de praia atlântica até Espinho. Praias airosas e passadiços confortáveis fazem deste um destino balnear e de passeio cada vez mais procurado. Depois de um dia de praia nada como ter por perto algo para confortar o estômago. Por estes lados, vale a pena ir comer os famosos croissants da confeitaria Príncipe dos Salgueiros, em frente à praia com o mesmo nome. O segredo, diz-se, está na manteiga, que dá aos croissants textura e sabor únicos. As calorias extra podem ser gastas na caminhada de regresso ao centro da cidade.

 

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