Crónica de Manuel Molinos: a viagem da Diana e do Zé servida à mesa

Diana Marques e José Silva. (Fotografia: DR)
O AKAI não é apenas um bom restaurante que prolonga a experiência da comida japonesa para além do sushi. É “um projeto manual de companhia”.

Quando se entra pela primeira vez no AKAI, restaurante japonês localizado no Furadouro, estamos à espera de uma experiência nova. Mas o que este espaço nos oferece é mais do que gastronomia. A Diana Marques e o José Silva querem que os clientes provem o resultado da viagem que fizeram ao Japão e que culminou na concretização daquele local. Mas, na verdade, o que eles nos contam e colocam no prato é mais do que uma conversa à mesa. É uma história de vida de dois jovens empreendedores, com foco, esforço, inteligência e sucesso. É uma história dos melhores sabores da vida.

A Diana e o Zé, ambos com 24 anos, são os donos do AKAI. São os proprietários, os cozinheiros, os empregados, os arquitetos e os designers. Hoje elaboram dezenas de pratos da gastronomia japonesa, mas antes elaboraram todo o conceito do espaço e meteram as mãos em cada detalhe do restaurante. Por isso mesmo, a Diana descreve o estabelecimento como “um projeto manual de companhia”.

Ambos com formação no ramo da hotelaria, conheceram-se no meio de tachos, pratos e talheres, após um estágio num restaurante japonês. Ele já com queda para a comida japonesa, ela mais de olho nas animes. E aconteceu. Aconteceu depois de terem decidido abrir o AKAI, onde queriam apresentar aos portugueses um bocado daquela parte do planeta a oriente.

Precisavam de dinheiro. A vontade já estava lá. Partem para o Algarve em 2017. Arranjam emprego numa conhecida unidade hoteleira. Ela na pastelaria. Ele na cozinha. Trabalham 18 horas por dia, seis dias por semana.

Com a viagem já financiada, pegam nas malas e partem rumo ao seu futuro. Durante um mês, exploraram o Japão. De comboio. A pé. A partir das 7 horas, todos os dias. Provam tudo o que conseguem. Barraquinhas de rua, restaurantes e supermercados fazem parte do roteiro da estadia. Experienciam todos os sabores. Por todo o lado que o tempo da viagem permite.

Conhecimento adquirido, regressam. Voltam ao Algarve para trabalhar num restaurante asiático. Juntam mais dinheiro e compram uma carrinha. Recuperam-na e transformam-na num veículo de street food. Com dificuldade em armazenar ingredientes, optam por estacionar em pequenos eventos. Organizam outros. Organizam também jantares temáticos. Começam a ser conhecidos.

Em agosto do ano passado, abrem o AKAI, no Furadouro. É lá que materializam o sonho, em forma de uma panqueca típica de Osaka, nas fatias da cavala marinada ou no frango crocante com molho ponzu, entre tantos outros sabores e experiências.




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