Loja de decoração do Porto onde sabemos que vamos amar

Fundado em 2003, no Porto, o projecto E.S.Q.V.T.A., ligado ao design, ganhou uma nova loja na Invicta [fotos: DR]
Mais do que apenas remodelar casas, a nova loja E.S.Q.V.T.A. (eu.sei.que.vou.te.amar.) às portas da Avenida da Boavista, no Porto, quer criar projetos de arquitetura de interiores onde as várias peças de mobiliário e os objetos de decoração, de criação própria ou de parceiros nacionais, dialoguem entre si.

Mais do que uma loja de rua, um showroom

A área de 100 m2 é sensivelmente a mesma, mas, à segunda, Vítor Almeida, arquiteto e fundador da E.S.Q.V.T.A. (eu.sei.que.vou.te.amar.), quer que a nova loja, inaugurada em setembro a poucos metros da Avenida da Boavista, no Porto, seja também um espaço de trabalho com uma zona mais privada para receber os clientes.

Não se trata, não pelo menos no sentido estrito a que estamos habituados, de uma loja de rua, pois a ideia é que funcione sobretudo como um showroom para as suas criações de autor — além da arquitetura de interiores, Vítor desenha mobiliário, iluminação e objetos de decoração — e para peças de parceiros escolhidos a dedo — falamos de projetos como a MUNNA ou a Ginger&Jagger, mas também das obras de arte de André Romão, Luísa Cunha, Thierry Simões, Miguel Palma, Elisa Pône ou Hugo Amorim e das obras gráficas da Nichoartworks.

Vítor Almeida, fundador da E.S.Q.V.T.A.

Passados 14 anos sobre a primeira E.S.Q.V.T.A., cujo nome nos remete para a conhecida canção do brasileiro Tom Jobim — «A minha ideia inicial era vender só mobiliário de autor, daí a escolha do nome: as pessoas vão todas amar o meu trabalho (risos)» —, Vítor percebeu que a grande maioria dos seus clientes vem cada vez menos à loja e quando o faz é muito comum vir à procura de um objeto específico. Para esta evolução contribui o facto de os seus clientes habituais passarem a palavra — acontece-lhe fazer projetos para várias gerações de uma mesma família, por exemplo — e das redes sociais, com destaque para o Instagram, na ausência de um catálogo convencional — «Não fotografo as obras finais porque cada uma dela é única; quem me procura fá-lo sobretudo porque já conhece o meu trabalho» —, funcionarem como um chamariz. O sucesso da sua conta de Instagram pessoal, cujas fotos passou a reproduzir em papel e a vender na E.S.Q.V.T.A., levou inevitavelmente à criação de uma conta profissional, porque apesar de tudo são públicos diferentes, para potenciar esta forma de divulgação.

Quem ainda assim vier à loja, e há boas razões para o fazer (novidades a cada seis meses com a mudança de estação), vai encontrar uma decoração que reflete muito bem o estilo que Vítor procura imprimir aos seus projetos, embora seja o primeiro a assumir: «O meu pior cliente sou eu, pois demoro a decidir o que vou colocar em exposição», admite. Muito inspirado pelo mobiliário de autores como Siza Vieira, quando começou a desenhar as suas peças — todas de produção manual com mão-de-obra 100 por cento nacional, ponto de honra, não escondendo a predileção por madeiras nobres como o Ziricote, materiais como o vidro e por acabamentos em laca alto brilho, aço e latão polidos —, o arquiteto portuense desejava que elas valessem só por si. Hoje, com uma visão diferente do negócio, entende-as como parte de um todo, pois é preciso que dialoguem com a casa: «Agora tenho a preocupação de saber em que ambiente as peças vão estar».

Com clientes de todo o país e também estrangeiros, oriundos da Europa, do Brasil e de Angola, os projetos de arquitetura de interiores começam habitualmente com um briefing para discutir ideias: «Por norma, as pessoas sabem o que querem e do que gostam. Claro que tenho um estilo próprio, mas adapto-me muito ao que o cliente quer e a última palavra será sempre a sua. Mas envolvo-me muito com os projetos, crio laços de amizade… costumo dizer ‘no final, eu vou-me embora e aquilo vai viver com a pessoa’».

Entre os trabalhos agendados para 2017, 40 por cento destinam-se a particulares, sendo os restantes distribuídos por projetos públicos — «Estou muito entusiasmado com um hotel aqui no Porto, numa casa do século XVIII, em que cada um dos 12 quartos terá uma identidade própria», conclui. Como conselho, a quem está na dúvida sobre o que adquirir, sugere a aquisição de peças-base de longa duração, como os móveis de madeira maciça, deixando para trocar de tempos os tecidos. Fica a dica.

 

Pode ficar a saber mais sobre a E.S.Q.V.T.A., aqui.

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