Como é que um casal de professores consegue ser também viajante pelo mundo?
Carla Mota: Viajamos nas férias do Natal, da Páscoa e nas férias grandes. Depois, aproveitamos todos os fins de semana e feriados. É um jogo de gestão de horário. Em setembro planeamos logo tudo até julho.
Como amealham para viajar?
CM: Um dos truques é planificar. E comprar os voos com muita antecedência. Quando vamos para destinos em que o alojamento é muito concorrido, também o marcamos com meses de antecedência.
Rui Pinto: Há duas vertentes [de redução de custos]: uma lá e outra cá. Se calhar saímos menos à noite, vamos menos ao cinema e a espetáculos. Outra coisa muito importante é viajar de forma independente. Sermos nós a organizar tudo, a comprar os voos, a escolher o que ver.
Em que é que «Próximo destino» se distingue de outros livros de viagens?
RP: Tentámos que servisse de inspiração para as pessoas viajarem e de ajuda no tal trabalho de planificação. Tudo o que está no livro foram viagens que fizemos, é uma perspetiva pessoal sobre destinos que valem a pena e podem ser feitos de maneira low-cost. Tentamos deitar por terra a ideia de que há destinos impossíveis, porque são muito caros.
CM: A maior parte das pessoas, quando pensa numa viagem ao Japão, às Maldivas ou a Zanzibar, põe a baliza à volta dos 2000 euros, e nós fomos por menos de 1000 euros cada um. Queremos mostrar que qualquer destino pode ser low-cost, é uma questão de se fazer escolhas.
Que viagem toda a gente devia fazer na vida?
CM: À Índia. Por muito que possamos viajar, nunca vamos encontrar um país que seja tão diferente e nos ponha tão à prova como a Índia.
RP: A viagem obrigatória é uma viagem em que a pessoa conheça algo de novo. Obrigatório é, pelo menos uma vez na vida, ir para um país fora da Europa.
E em Portugal?
CM: Os Açores são o paraíso na terra e são completamente subestimados pela população portuguesa. Cada ilha é uma descoberta. É de ir. Já! Enquanto têm pouca gente (risos).
RP: O Douro, para mim, é a região mais bonita de Portugal continental.
Costumam deparar-se com encantos muito próximos?
RP: Claro. Ainda há uma ou duas semanas fomos dar uma volta de carro pelas praias a norte do Porto, e surpreenderam-nos. Apanhámos o pôr do sol nos moinhos da Apúlia…
CM:…uma coisa que nos parecia de outro mundo, e é a 40 minutos de carro daqui [Guimarães]. Acontece-nos muitas vezes.
«Próximo destino» – o livro
O livro «Próximo destino» propõe 30 roteiros, entre grandes viagens, percursos na natureza, escapadinhas culturais e praia, tudo com um orçamento low-cost. Páginas: 184. PVP: 15,50 euros.
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